Laura pediu socorro

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Havia se passado uma semana.
E eu não vou dizer que estou me sentindo bem com o que aconteceu com a minha tia, pois eu não estou.
Eu não desculpei a minha, pelo o que ela fez. Mas preciso seguir a partir daqui.

Eu e Ayla estavamos lendo o Diário da minha mãe, deitadas em cima da cama, enquanto Dilan conversava com a Angelina, e Ian estava mexendo no celular, deitado na poltrona do meu quarto.
No diário da minha mãe, não tinha respostas para todas as minhas perguntas, e nem para as da Ayla. Porém, tinham lembranças, lembranças da minha infância, e da vida da gente com o meu pai.
Estávamos lendo uma página do diário, onde minha mãe narrou um dia em que eu cheguei da escola, e ela fazia a comida, um dia comum na vida de alguém, mas esses dias comuns, eram os melhores para a minha mãe. Foi isso que ela escreveu em seu diário.
Ficamos um bom tempo lendo, e então eu parei de ler, e dei o Diário na mão da Ayla. Eu parei de ler, porque pensei em algo. Algo que já havíamos pensado antes, porém não fizemos. E agora, eu quero fazer. Pois preciso de respostas.

- Gente, quero conversar com vocês. - Falei, e todos prestaram atenção em mim. - Lembra que queríamos voltar no tempo, para ver nossas mães? Será que conseguimos fazer isso, agora?
- Espera, vocês podem fazer isso? - Thomas perguntou, entrando no meu quarto, de repente.
- O que faz aqui? - Perguntei.
- Ah, desculpa me meter assim no assunto de vocês, e chegar sem avisar, mas é que eu queria falar com você, Alexia. E a Dona Rebeca disse que você estava aqui com o pessoal, então ela disse que eu podia entrar... estou atrapalhando? - Ele perguntou.
- Não, tudo bem. Pode entrar. - Falei.

~ Alexia?! - Angelina resmungou, telepaticamente.
~ Tudo bem Angelina, ele já sabe de tudo. - Pensei.
~ Até de mim?
~ Sim.
~ E ele continua vindo aqui? Ele não fugiu, nem nos achou malucos?
~ Não. Ele até queria te salvar, no dia que você foi sequestrada pela Samanta. E você não deveria ter mais medo. Eu acho que já superei o meu.

- Então... Por que vocês estão se encarando? - Ele perguntou, olhando para mim e para a Angelina.
- Ah, elas estão conversando. - Ayla disse.
- Como assim? Eu não ouvi elas falarem nada! - Thomas parecia confuso.
- É que nós podemos conversar telepaticamente. - Thomas falou.
- Isso é sério? - Ele estava surpreso, e a cara que ele fez foi tão engraçada, que eu não aguentei, e acabei rindo.
- Você fez a mesma cara que as meninas fizeram quando eu contei isso para elas! - Angelina ria.

Olhei para o Thomas, e ouvi seu pensamento.

~ Ela está rindo! Ela é tão linda! Mas ela está rindo de mim... Então isso não é bom...

- Isso é bom sim, Thomas. - Falei, respondendo seu pensamento.
- Espera! Você ouviu o que eu acabei de pensar? - Eu assenti com a cabeça, e comecei a rir. - Todos vocês podem fazer isso? - Ele perguntou aos meninos.
- Sim. - Dilan respondeu.
- Nossa! Ah, mas isso não é justo! Eu não posso ouvir o de vocês!
- Nós prometemos que só ouvimos quando for necessário. - Dilan disse.
- Depois da notícia da cura das emorroidas do meu pai, ser amigo de vocês, está sendo a coisa mais incrível que já aconteceu na minha vida! - Thomas falou, fazendo todos caírem na gargalhada, inclusive a Angelina.
- Sente-se conosco. - Pedi, e ele sentou em um banco, que ficava na ponta da minha cama. - Como você ouviu, quando entrou no quarto, estamos querendo voltar no tempo, para ver nossas mães.
- Porém, não sei se vamos conseguir. - Ayla falou.
- Eu acho que sei. - Falei. - Minha tia, disse que só poderíamos voltar para um passado tão distante, se encontrássemos os pares brancos.
- Então quer dizer que podemos? - Ian perguntou, se aproximando de nós.
- Acho que sim. Ela não deu detalhes, mas disse que os pares brancos saberiam o que fazer.
- Então vocês só precisam achar esses pares brancos. - Thomas falou, tentando interagir na conversa. - Desculpa por me intrometer de novo.
- Nós somos os pares brancos. - Ayla falou.
- Caramba! Então o que estão esperando? Vocês sabem o que fazer! - Thomas disse.
- É que na verdade, nós não sabemos o que fazer. - Ian falou.
- Nós deveríamos saber? - Thomas perguntou.
- Deve ter um livro sobre isso, não?
- E tem. - Rebeca disse, entrando no quarto.
- Vocês adoram entrar aqui de surpresa, em! - Ian comentou.
- Se esse livro existe mesmo, aonde ele está? - Ayla perguntou.
- Está com a Angelina. Ela é o centro dos pares brancos. - Rebeca disse.
- Eu não estou com nenhum... espera, o meu livro? - Angelina parecia ter ouvido os pensamentos de Rebeca. Eu não estava prestando atenção nela, então não pude ouvir. Eu não prestei atenção nela, porque eu estava olhando para a Angelina, e percebi o modo como ela estava, com a presença do Thomas.
- Eu nunca lí nada sobre isso no...
- Olha, eu não sei a resposta para isso, nem para tudo o que vocês querem saber sobre o poder, mas tem alguem que sabe. - Rebeca disse, se aproximando de nós.
- Quem? - Perguntei.
- A Laura. - Rebeca falou, nos surpreendendo. - Falem com ela. Ela poderá responder todas as perguntas de vocês.
- Claro que não! Aquela mulher é uma assassina! - Ian disse.
- E ela está sumida! No dia em que recuperamos o nosso poder, ela estava aqui. Mas quando os policiais prenderam a samanta, ela não estava. Eu fui à biblioteca dela, mas eu não à ví por lá. - Dilan falou.
- Ela não é nenhuma assassina, e ela não está na biblioteca porque a Samanta a mantida presa. - Rebeca falou.
- Nossa! Com tudo isso, eu acabei esquecendo da Laura! - Falei.
- Como assim? - Ian perguntou.
- No dia que a Samanta veio aqui, e a Laura apareceu também. Ela disse algo para a Rebeca, e eu pude ver. Ela pediu socorro para a Rebeca. Ela não queria estar ali. Agora eu to entendendo tudo! Na hora, eu sabia que tinha algo de errado, mas com a adrenalina do momento, com armas apontadas para mim, e com tudo o que aconteceu, eu esqueci completamente dela! - Falei, me levantando da cama.
- Mas ela continua sendo a pessoa que matou a nossa mãe e tirou o nosso poder. Aquilo podia ter sido apenas armação delas duas! - Ian falou.
- Não foi. - Rebeca falou.
- Como tem tanta certeza? - Ayla perguntou para a Rebeca.
- Eu a encontrei hoje. Ela foi até a Cafeteria, para falar comigo. - Rebeca respondeu.
- E aonde ela está, agora? - Perguntei.
- Na Cafeteria, esperando vocês.




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