Olhos vermelhos (EDITADO)

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Durante o trajeto Thomas nos contou que estávamos indo para Chicago. Fiquei estarrecido com a hipótese de atravessarmos o país de carro, obviamente estava equivocado. Apenas passaríamos em Nevada primeiro para acertar umas coisas com o irmão dele à respeito da casa em Los Angeles, aparentemente a conversa via celular não teve muito fruto.

Já havia vindo algumas vezes em Las Vegas, mas nunca gostei muito da cidade. É barulhenta demais para mim. Passamos pelo deserto e em pouco tempo já era possível observar as luzes coloridas e excessivamente chamativas quilômetros à frente, agora mais visíveis, visto que anoitecia. Trevor que passou bons momentos ali sorria ao passo em que a distância entre nós e a cidade diminuía. Thomas ajustou o retrovisor procurando por ele e em seguida lhe dando um sorrisinho ao passo em que balançava a cabeça negativamente. Foi ele quem livrou muitas vezes a pele de Trevor na delegacia, mas não podiam fazer muito com um menor de idade. Até hoje, sua ficha ainda continuava limpa.

Havíamos acabado de passar pela placa que nos desejava boas-vindas. O bairro em que o seu irmão morava ainda ficava muito à frente, mas ainda próxima a estrada principal. Sarah se mantinha calada a maior parte do tempo, ela era do tipo que curtia viajar. Conhecer lugares novos era divino para ela. Depois de um tempo se inclinou um pouco no banco, apenas para se certificar de que estávamos bem. Meu irmão se limitou a apenas acenar.

Mais alguns minutos e já estávamos entrando em uma rua em um bairro residencial pouco movimentado. Dei uma olhada atrás percebendo que ainda via alguns resquícios da réplica da torre Eiffel. Era tudo exageradamente colorido e artificial demais para mim.

Passamos por várias ruas que nos mostravam um pouco de tudo, desde vizinhos barulhentos até quietos demais. Já via a enorme casa à esquerda. Alguém acabara de sair da garagem que se fechava atrás de si. Era o irmão de Thomas que já acenava para nós ao reconhecer o automóvel. Ele nos convidou para entrar. Segundo ele a esposa e o filho haviam saído, já a minha prima estava no quarto no andar de cima. Trevor me deu uma cotovelada e percebi que o mesmo estava com umas das mãos na boca tentando esconder um sorrisinho malicioso. Ele conhecia bem os dois irmãos. Ele já havia saído muitas vezes com o nosso primo e passado noites adentro antes de dar sinal de vida. Já a garota, bem, Trevor tem um histórico de ficar com garotas virgens, ela foi uma delas. Não imagino como seria ocorrer em um banheiro de boate...

- Tio? - Trevor o chamou. - Posso subir pra cumprimentar?

- Claro, filho. - Embora lhe tenha concedido, meu tio o observou muito atentamente subir as escadas e fez uma carranca. Ele suspeitava que fosse Trevor que houvesse tirado 'a inocência' dela mesmo. Não era como se isso importasse ao meu irmão na real.

Meu pai chamou sua atenção novamente e assim que os dois entraram em um monólogo tratei de sair de fininho de perto dos dois. Sarah estava próxima há algumas prateleiras com alguns livros e porta-retratos da família. Aparentemente a conversa era tão instigante para mim quanto era para ela.

- Tudo bem, querido? - Ela sorriu ao passo em que colocava sua mão no meu ombro.

- Só um pouco cansado. - Forcei um sorriso e ela o retribuiu como sinal de compreensão.

A deixei na sala observando as fotos da família e seguir para os fundos da casa. Seguir até a cozinha aonde do lado oposto se encontrava uma porta que dava para a área externa da casa. Girei a maçaneta e forcei a porta. Ainda era do jeito que eu imaginava. Toda a extensão era limitada por uma cerca de madeira de quase dois metros. À direita ficava uma piscina com água azulada, bastante iluminada pelas luzinhas que foram fixadas ao entorno. O piso era envolto por pedras lisas, já mais adiante, mármore. Sobre ele ficavam espreguiçadeiras. Não tardei a me encaminhar para lá. Ainda observava a região coberta aonde o pessoal se reunia para fazer churrasco quando percebi alguém passar atrás de mim e se sentar na espreguiçadeira ao lado.

Em Pedaços (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora