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Judi entrou em meu quarto, super agitada já que me pai já tinha chegado e estava me esperando para descer. Respirei fundo, e a segui.

--Seja legal!-Ela sorriu para mim.-E se ele não for legal com você também, pode dá uma de rebelde. Eu te defendo!-Lhe abracei, ela pareceu surpresa.

--Obrigada!

Dei a mão para ela e descemos. Meu pai estava no fim da escada, as mãos no bolso da calça, me parecia nervoso, porém assim que percebi o contato visual dos dois, observei ele relaxar, suspirando em seguida.

Será mais fácil uni-los do que imaginei.

--Vocês estão lindas!-Ele sorriu para mim, tentei retribuí o sorriso.-Obrigado por descer...

--Fiz isso pela Judi!-Senti ela apertar minha mão.-Agradeça a ela...

Se virou para ela, que soltou minha mão assim que meu pai as pegou com as dele. Ela parou de respirar.

--Obrigado Judith, você sempre me salvando...-Ela apenas sorriu, ficando mais vermelha que seu cabelo.-Enfim, trouxe uma sócia do trabalho, só teremos que aguenta-las por algumas horas...-Vi a Judi levar as mãos para trás do corpo, e sorri.-Vamos filha?!-Ela olhou para mim e concordou, me incentivando a segurar a mão dele.

--Vá...-Sussurrou e peguei na mão dele.

Conforme íamos nos aproximando da sala de jantar, uma loira altíssima muito elegante, encarava a mim de cima à baixo com um sorriso falso nos lábios.

Foi fácil não gostar dela!

--Filha essa aqui é a Charlie Ferraz.-Falou nos apresentando.

--Prazer fofa.-Falou vindo até mim e me dando dois beijos na bochecha.

Nós nos sentamos, e observei a Judi ir de um lado para o outro, nos servindo não gostei daquilo.

--O prazer é meu!-Sorri forçado.-Então a senhora é sócia do...-Ela me interrompeu.

--Isso...--Meu pai começou falando, no entanto ela o interrompeu.

--Senhora está no céu menininha, digamos que somos bem mais que sócios não é "meu amor"? .

Meu amor?

Olhando para minha cara de confusão, e indiferença ela sorriu, e voltou a falar já que meu pai estava mudo.

--Oras amor, conte para ela...-Ela tinha um sorriso debochado.

--Me contar o que?-Falei.

--Não estou entendendo...--Meu pai soltou, parecendo tão confuso quanto eu, ele olhou para a Judi como se tentasse explicar alguma coisa, ela baixou a cabeça.

--Que somos noivos e vamos nos casar...--Meu pai levantou negando.

Voltei a olhar para a Judi que tinha derrubado um bandeja com taças, fazendo um barulho alto ao quebra-las. Ela se abaixou para recolher os cacos,-sempre pedindo perdão.

Olhei bem para as suas mãos ao me abaixar para lhe ajudar, e notei cortes profundos em ambas as mãos, e alguns nas pernas por ter se ajoelhado nos cacos.

--Não toque aí por favor...-Pedi segurando seu rosto.

--Está tudo bem senhorita!-Falou ainda pegando os cacos e ignorado suas mãos ensanguentadas.

--Pai o corte tá feio!-Falei olhando para ele, pela primeira vez em tempos estou chamando ele de pai, apesar da situação ele sorriu.

--Não preci...-Ele veio rapidamente em nossa direção, lhe segurando pela cintura.

--Claro que precisa Judi, venha comigo!

Ela levantou com dificuldade, ele vendo a dificuldade dela a pegou no colo. Eles sumiram pela porta da frente me deixando sozinha com a Charlie. Me sentei e olhei para ela.

--Esses empregados não servem para nada, hoje em dia.-Falou mexendo em suas unhas falsas.

--Para sua informação, ela será minha futura mãe, então fecha a matraca!-Falei cerrando o punho, estava realmente a fim de agredi alguém.

--Não seja tolinha, eu serei sua mamãe...-Entortou os lábios em um sorriso de bruxa.

--Vai ser mãe do capeta, só se for.-Bufei e me levantei.-Aah quer saber, vai embora.

--Como?

--Além de burra, iludida é surda também? Eu disse, caí fora!

Ela me olhou firme durando alguns segundos,-recebendo um olhar pior ainda em retribuição-, em seguida pegou suas coisas e caminhou até a porta, antes falou que isso não ia ficar assim, dei o dedo do meio para ela e me sentei. Alguns minutos depois Neila veio limpar o chão, e conversamos por algum tempo.

[...]

Cerca de duas horas depois eles chegaram, fingi que estava dormindo, quando o meu pai veio até meu quarto. Ao vê-lo sai, peguei meu celular. Ligando para a pessoa que mais me faria bem naquele momento...

- Nicolas?

- Oi, meu amor...

O Professor (Livro 1)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora