Minha boca é um túmulo

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-Kyungsoo On-

Eu ainda não tinha digerido o fato do Tao e o Kris estarem namorado. Eu não estava insatisfeito, jamais, apenas estava um pouco chocado. Juro que pensei que o Kris demoraria mais, porém, pelo o que eu entendi só deu certo, porque o Baekhyun e o Luhan ficaram ajudando.
-E vocês? Como foi o final de semana? - Luhan perguntou curioso. Corei na hora.
-Aconteceu alguma coisa? - Xiumin percebeu minha reação.
-Ahh aconteceu sim! Jongin, o que você fez com o Kyung? Não me diga que abusou dele. - Kris falou sério. Eu queria corar mais ainda, mas acho que era impossível.
-Não! Não aconteceu nada demais. - Jongin se pronunciou, mas ao olhá-lo, percebi o quão sem graça ele estava.
-Sei... Pela reação de vocês, tenho certeza que aconteceu mais alguma coisa. - Tao provocou. Aish!
-Para de graça! Volta o foco pra vocês. - reclamei.
-Ahhh agora eu tenho certeza que aconteceu alguma coisa! KYUNGSOO ME CONTA AGORA! - Kris gritou e agarrou meu braço.
Primeiramente preciso explicar como estávamos sentados. Eu estava ao lado direito de Jongin e Kris sentado à nossa frente. Na verdade meu melhor amigo estava sentado na frente do moreno e eu na frente do Tao. Agora voltando ao fato do Kris agarrar meu braço: seria uma situação normal entre amigos. Ele ficou de pé e agarrou meu braço, mas a reação que se seguiu após o ato surpreendeu a todos. Razão? Jongin levantou e fez com que Kris soltasse meu braço. Por que diabos eu corei e meu coração acelerou?
-O que foi isso, Jongin? - Sehun questionou.
-Kyungsoo é branquinho e pequeno, Kris é alto e bruto, pode machucá-lo facilmente. - o moreno explicou e eu corei.
-Quantos quartos tinham na casa dos seus avós? - Chen perguntou. Sua pergunta estava direcionada ao moreno, claro.
-4. - Jongin respondeu.
-Seus pais e sua irmã foram né? - Chen questionou e quando eu entendi, juro que tente fazer com que Jongin não respondesse, mas era tarde demais.
-Sim. - ah Jongin...
-Epa! Se eram 4 quartos, tem o dos seus avós, seus pais foram e ficaram com um, sua irmã e seu cunhado foram, automaticamente ficando com o outro. Restou apenas 1 quarto pra duas pessoas! - Sehun... Não sabia que você era assim, gostava de ti quando era calado...
-Cuja duas pessoas são um casal. - Luhan ressaltou.
-Quem dormiu na cama? - Lay perguntou. Até tu brutos?
-Acho que os dois. - Tao provocou e eu queria muito sumir.
-YA! Da pra pararem? Não aconteceu nada! Amigos dormem juntos! - Jongin brigou e eu senti suas mãos acariciarem minhas costas em uma forma de conforto. Arrepiei.
-SABIA! VOCÊS DORMIRAM JUNTOS! - Chanyeol gritou.
-Não sabia que eram amigos. - Xiumin comentou, mas não foi de maldade. Eu vivia reclamando do Jongin para o Min.
-Nós somos amigos sim! Não somos, Soo-hyung? - Jongin perguntou me olhando com uma carinha de cachorro sem dono. Eu tinha pensado em negar para não ser zuado, mas pela expressão de Jongin, soube que se eu negasse, ele se magoaria muito.
-Somos. Resolvemos nossas diferenças. - concordei e o sorriso mais lindo do mundo se fez presente no rosto do moreno.
-Definitivamente aconteceu alguma coisa. - Tao insistiu e o sinal tocou. Ainda bem que o intervalo tinha acabado e eu conseguiria fugir do foco das atenções.
Levantei apressado e me atrapalhei com Jongin. Ele levantou ao mesmo tempo e trombamos um no outro. O choque dos nossos corpos foi forte e eu senti todos os meus pêlos se eriçarem. Lembrei do nosso beijo de verdade. Tinha sido a melhor sensação que senti na vida e eu gostaria muito de repetir a dose. De verdade eu queria muito poder sentir os lábios de Jongin sobre os meus. Acho que tinha tornado-se meu vício.
Falando assim, parece que sou tarado. Acontece que a questão não é essa. Quando nos beijamos, foi como se nosso corpo tivesse sido feito um para o outro. Céus, tinham se encaixado tão perfeitamente! Nunca senti nada assim por ninguém e Jongin provocava essas novas sensações pelo o meu corpo. Não sei nem como tinha conseguido dormir em sua casa, na mesma cama que ele novamente. Diferente da noite da casa dos seus avós, acordamos mais embaraçados e eu percebi que eu também estava agarrado a ele como coala. Ficamos tão sem jeito, que nem brigamos para ver quem tomava banho direito.
E desde aquela manhã, nosso único contato corporal tinha se resumido a isso. Pensei que seria o suficiente para as cargas de choques no corpo, mas a vida mostrou-se novamente irônica ao me fazer trombar com o corpo de Jongin de uma maneira muito idiota. Eu estava paralisado e ele também. Teríamos ficado daquele jeito, se eu não tivesse sido puxado para longe daquele corpo que atraía o meu.
-Você vai me explicar direitinho o que aconteceu nesse final de semana. E não é um pedido. - Kris falou enquanto me arrastava para longe dos nossos amigos.
-Ya! Desde quando você manda em mim? - questionei e então paramos em um corredor vazio.
-O que aconteceu entre vocês, Kyungsoo? - ele ignorou minha primeira pergunta e me chamou pelo nome, não pelo apelido.
-Fizemos as pazes. Eu percebi que ele não é alguém ruim. - fui sincero.
-Vocês se beijaram né? - Kris atirou no alvo.
-F...fi...fic...ficou maluco?!
-EU SABIA! Kyung, você é doido?
-Por quê? Jongin é legal!
-Mas você ainda é muito novo pra essas coisas! - argumentou e eu arqueei a sobrancelha.
-Kris, desde quando alguém com a minha idade é novo pra ficar com alguém? Acho que nem na galáxia isso existe! - zombei.
-Mas você é novo! Meu irmãozinho. - ele ainda parecia desolado.
-Kris, precisamos ir pra aula. Eu não posso ficar faltando. - lembrei e ele suspirou.
-Poxa Kyung, se eu não te obrigasse a me contar, você nem teria dito que ficou com o Jongin. - ver aquele grandão abalado me deixava com vontade de rir.
-Não sou obrigado a nada nessa vida. - falei zombeteiro e ele arregalou os olhos. Esqueci que o Kris é lerdo demais. - Calma, eu estava brincando. E sobre te contar, você esperava que eu te ligasse pra contar as fofocas?
-Sim! Somos melhores amigos.
-E eu jamais questionaria isso! Acontece que, você melhor do que ninguém, sabe o quão tímido sou. Aposto que devo estar parecendo um tomate. - falei e ele riu.
-Parece uma pimentinha. - ele concordou e bagunçou meus cabelos. - Vamos pra aula.
-Kris, não conte pra ninguém o que aconteceu, ouviu? Nem mesmo pro Tao.
-Minha boca é um túmulo. - ele me assegurou. 

Exo ColegialOnde histórias criam vida. Descubra agora