Seis

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Lilian Muniz

O lugar escolhido é uma boate, então vasculho meu armário em busca de um vestido.

Depois de alguns longos minutos escolhendo, dezenas de peças espalhadas pelo quarto decido pegar um com um detalhe em renda.

Passo chapinha nas pontas do cabelo e faço uma maquiagem básica, aplico um batom vermelho e estou pronta.

Logo que desço vejo Math em uma calça preta e uma camisa polo branca.

- Se você não fosse gay eu casava. - Sorrio indo lhe dar um abraço.

- Aí, assim você me deixa em dúvidas. – Gargalha e beija meus cabelos.- Minha menina está crescendo. - Finge limpar uma lágrima e acerto um tapa leve em seu ombro.

A música alta é vibrante e após passarmos pela multidão de pessoas, levando cara feia e empurrões vamos até o bar e pegamos nossas bebidas.

Movo meu corpo conforme as batidas da música e beberico minha sangria, após alguns minutos Math aparece dizendo que precisa ir tomar um ar, com certeza achou algum amigo e vai se divertir. Se é que me entendem.

Mãos grandes envolvem minha cintura e me viro rapidamente para dar uma boa xinga na pessoa quando vejo Caio.

De novo não, penso comigo mesma.

- Tenho a leve impressão que você anda me perseguindo, Lili. – Diz sorrindo. Esse sorriso ainda vai me matar.

- Sério? Acho que é ao contrário. – Entro na brincadeira.

- Foi muito satisfatório te encontrar mais cedo, muito mesmo. – O cafajeste abre ainda mais aquele sorriso branco.

- Hum...Me encontrar? Não me lembro. – Me faço de desentendida.

- Eu te ajudo a lembrar. – Mal termina e esmaga seus lábios nos meus.

- Ajudou? – Sorri de lado quando afasta sua boca de mim.

- Não se acostume, se não você se apaixona. – Faço graça.

- Paixão não é comigo, não mais. – A expressão séria rouba o lugar da sorridente e sinto uma pontada de decepção.

Me desvencilho de seus braços e saio dali, me sento em uma mesa próxima da pista e pego meu celular na pequena bolsa, vendo uma mensagem de Math dizendo que não iria para casa, ótimo amigo eu tenho, me arrasta para uma boate e me deixa plantada.

Estou distraída ainda com o aparelho nas mãos quando vejo Caio vindo até direção á mesa que estou.

- Posso me sentar? – Pergunta.

- Não. – Mas ele mesmo assim se senta, sem vergonha.

- Vamos tentar ter uma conversa civilizada, nos conhecer. – Propõe e assinto concordando.

Conversamos um pouco e ele me conta sobre sua família, vida, trabalho e eu um pouco sobre a minha, e alguns outros assuntos aleatórios.

- Tenho uma proposta para você. – Solta do nada, exibindo um meio sorriso.

- Ah, é? Qual? – Pergunto curiosa.

- Uma amizade.

- Não obrigada, minha cota de amigos esgotou agorinha mesmo. – Digo e ele ri.

- Uma amizade com benefícios. – Esclarece e engasgo com minha bebida – é pegar ou largar.- Diz após perceber meu silêncio.

- É...Podemos tentar. – Digo sem ao menos perceber. Lilian, sua safada.

- Ótimo. – Sorri. – Mas teremos regras. –

- Regras? – Pergunto confusa.

- Sim, principalmente é ter consciência que isso não é um relacionamento, somos livres e sem envolver sentimentos. – É claro.

- Tudo bem? – Concordo. além do mais, que chance de dar certo isso tem?


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- Você, hum...Quer entrar? – Pergunto quando seu carro é estacionado em frente do meu prédio.



PLÁGIO É CRIME!!!




Meu JuizWhere stories live. Discover now