Quatro

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Charlotte

Chego em casa em questão de poucos minutos, e não consigo tirar meu quase atropelamento e discussão da cabeça.

- Demorou, menina. - Diz Jo docemente. Joana é nossa ajudante há muitos anos, e ela é  simplesmente demais.

- Trânsito. -  Explico com um leve sorriso.

Subo pro meu quarto e literalmente capoto na minha amada cama.

Acordo em um sobressalto com papai entrando, ele vem até e mim e deposita um beijo em minha testa.

- Acorde, mocinha. Temos um jantar para ir. - Alisa meus cabelos e permaneço de olhos fechados.

- Eu prefiro jantar em meus sonhos. - Resmungo ainda sonolenta e ele ri.

- Vamos lá, preguiçosa. Levante que estamos te esperando lá em baixo. - Avisa antes de sair.

Que ótimo, mais um jantar com inúmeras pessoas mesquinhas e interesseiras.

- Ei, eu queria muito ficar com você, ok? Me perdoe, não é uma desfeita. - Beijo minha cama antes de me arrastar para ponta e me levantar. 

Estou dentro de um vestido vinho com uma pequena fenda lateral, termino de passar meu gloss lentamente pelos lábios. Quem sabe se eu enrolar papai desiste, não é?

Termino de calçar meus saltos e agarro minha pequena bolsa enfiando meu celular dentro, e desço ao encontro de todos.

Agradeço assim que sentamos após chegar em um refinado restaurante, mexo meus pés por baixo da mesa na tentativa de aliviar a pressão em meus pobres dedos.  Esses saltos vão acabar me matando um dia.
Estou distraída quando alguém encosta perto de nossa mesa, mas não olho para conferir tal pessoa, estou concentrada demais na pequena dor que se instala em meu tornozelo.

- Senhor e senhora Mkaby. - Uma voz familiar soa, levanto meu olhar e sinto minhas mãos soarem. É ele, o cara que quase me matou hoje mais cedo. Charlotte, sua dramática

- Você? - Pergunta surpreso quando me encara de volta. Bocudo.

- Vocês  se conhecem? - Pergunta meu pai, se virando para mim.

- Tecnicamente sim. - Dou de ombros.

- É. Essa é minha noiva Ariella. - Muda de assunto rapidamente, puxando para sua frente uma elegante e bonita mulher.

Papai e mamãe a cumprimenta e eles se sentam em nossa mesa, me fazendo revirar os olhos. Tinha que ser logo aqui? 

- De onde vocês  se conhecem? - Pergunto baixo para papai.

- Ele é  Jacob Smith, um ótimo  advogado, trabalha comigo agora. - Explica e assinto.

Estou aqui há cerca de mais ou menos uma hora, e não  suporto mais  olhar para a cara dessa tal de Ariela. Sabe quando seu santo não bate com o da outra pessoa? Pois é, o meu com certeza deve estar em guerra com o dela.

Sinto o olhar de Jacob em mim durante todo o jantar, mas simplesmente finjo não perceber.

Me levanto pedindo licença para todos e vou ao banheiro. Me debruço olhando para o espelho e corrigindo o contorno de minha boca, quando ela adentra o banheiro, parando ao meu lado.

- Acha que não percebi seus olhares para o Jacob? - Ariel? Arinela? Não importa, pergunta irônica para mim, que continuo concentrada em minha tarefa ignorando-a.

- Sei que ele é atraente o bastante para atrair várias mulheres, mas já é meu. - Sorri se virando para mim, que gargalho.

- É uma pena que eu não estou entre essas mulheres. Mas posso dizer que foi um imenso prazer quando nos conhecemos. - Sorrio para ela pegando minha pequena bolsa e saindo.

Ah, minha língua é solta demais, a culpa não é minha. 

PLÁGIO É CRIME!

Meu JuizOnde as histórias ganham vida. Descobre agora