Dezoito

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Sequer percebo o dia passar pela diversão e muita conversa com meus colegas, mal trabalhei.

Estou saindo quando percebo uma mesa ainda com pratos e xícaras em cima. Como pôde passar despercebida da limpeza?

- Droga. – Resmungo e entro novamente, guardando as chaves em meu bolso. Estou terminando de esfregar a mesa quando ouço o bendito sininho.

- Estamos fechados. – Falo me virando para a pessoa quando vejo uma mulher, percebo pela saia pois seu rosto está completamente coberto por faixas.

- Isso não será problema. Fico feliz de te encontrar, querida Lili. – Solta uma risada baixa, me deixando confusa. Ela me conhece?

- Desculpe, mas eu não te conheço. – Respondo tentando não parecer sem educação.

- Mas eu sim, você destruiu a minha vida. E agora, é a minha vez de destruir a sua. – Se aproxima de mim, que dou passos para trás até sentir minhas costas bater no balcão.

- Eu não sei quem é você, por favor. - Suplico sentindo as lágrimas me escapar.

- Vou te lembrar. Caio, se recorda de algo ou alguém? – Tira uma arma de suas roupas, encostando-a em minha cabeça.

É ela, sua ex noiva, que tentou me matar ainda no hospital.

Fecho os olhos imóvel, não consigo falar nada, nenhuma palavra.

- Adeus, Lili. – Sorri passando a mão pelo meu rosto e aperto ainda mais meus olhos.

E é quando a arma é arremessada para longe, me fazendo abrir os olhos pelo barulho dela se chocando ao chão, Marcela se encontra assustada e o vejo, bem ali, na nossa frente.


Caio Mkaby

Depois de um dia exaustivo, olho de relance para o grande relógio na parede, lembrando de Lili, organizo toda a papelada pegando minhas chaves e saindo, torço mentalmente para dar tempo de pegá-la ainda na saída.

Quando paro o carro vejo a porta entreaberta e um pouco escuro lá dentro, presumo que ela ainda esteja lá.

- Vamos. Você consegue, Caio. – Digo para mim mesmo antes de sair do carro.

Me aproximo da entrada da lanchonete e ouço sussurros de diferentes vozes lá e suspiros de choro, o que me deixa em alerta.

- Adeus, Lilian. – Um cochicho se sobressai e reconheço a voz, Marcela.

Entro em uma rapidez que não sabia que tinha, quando vejo aquela arma apontada para cabeça de Lili em um ato inesperado, até por mim mesmo, bato o punho na arma, que cai longe. Isso que não ter controle do que está se fazendo, Marcela.

Olho para Lilian, que se encontra com as mãos na boca encolhida em um canto, e Marcela que me olha assustada.

- Você não cansa? Se complica cada vez mais e não toma vergonha. – Encaro ela que treme e percebo meus seguranças entrarem no estabelecimento com as armas em mão, apontando para Marcela.

E sim, sou proibido de andar para qualquer local sem segurança.

- Olha oque ela fez comigo. – Aponta para seu rosto deformado coberto.

- Não, ela não. Você fez isso consigo mesma. Tirem-na daqui, agora. – Ordeno para eles, que a levam para fora.

Braços pequenos e finos me agarram por trás em um ato de alívio, me viro, abraçando o pequeno corpo.

- Está tudo bem agora.- Aperto-a em meus braços que suspira, molhando minha camisa com suas lágrimas.



PLÁGIO É CRIME!

Meu JuizWhere stories live. Discover now