Dezenove

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Lilian Muniz

Três meses depois


Como estou? Melhor impossível.

Continuo com Caio, agora em um relacionamento.

Acordo em um sobressalto e passo a mão ao lado da cama, mas só sinto o lugar frio e vazio. Me levanto e sigo para o banheiro, escovando os dentes e vestindo uma camisa, logo descendo em sua busca.

Estou no último piso da escada quando ouço sua voz.

- Claro que vou. – Afirma ao que parece ser no celular.

- Ótimo, eu também te amo. – Termina e eu estranho, parando em sua frente, assim que nota minha presença seu rosto empalidece.

- Quer me matar? – Sorri.

- Estava falando com quem? – Pergunto curiosa e ele se vira, deixando o celular no balcão e procurando algo na geladeira.

- Com ninguém. – Responde, subindo meu estresse matinal ainda mais.

- Com ninguém? Sério? – Questiono e ele arqueia as sobrancelhas.

- Está querendo dizer alguma coisa? – Fecha a geladeira, vindo em minha direção.

- Nada. – Tomo o iogurte de sua mão, fazendo-o rir. Não faça eu te matar, Caio.

- Vou tomar um banho. – Diz simplesmente, subindo e desaparecendo da minha visão. Sequer me um beijinho.

- De novo não. – Converso sozinha, parada no meio da cozinha.

Depois de alguns longos minutos ele desce já em seu traje social, com sua postura e carranca de juiz que me arranca suspiros. Não, Lilian. Isso não é hora de admirar, lembre-se, você está brava.

- Eu já vou indo. – Avisa, me dá um selinho e morde meu sanduíche, saindo em seguida.

Já em casa me sento no sofá com Soph, que me enche de perguntas pela minha cara, que diz ela estar mais feia que o normal.

- Fala logo e para de palhaçada, garota. – Joga a almofada em mim rindo.

- O Caio, ele está distante nos últimos dias. E para piorar, hoje escutei ele no celular e perguntei com quem ele estava falando, e acredita que ele teve a cara de pau de dizer que não era ninguém? – Respondo revoltada batendo os braços no travesseiro.

- Isso não é paranoia da sua linda cabecinha? – Pergunta descontraída me fazendo fechar a cara.

- Não, não é. – Bato os pés como uma criança birrenta e ela ri.

Estou deitada no colo de Soph fingindo prestar atenção em cada detalhe de algo que passa na TV, quando meu celular vibra, e o pego abrindo a nova mensagem de Caio.

Precisamos conversar.            Sinto meu corpo estremecer.

Ok, em alguns minutos estarei .             Respondo sentindo um nó preso em minha garganta.


Toco a maçaneta da porta e a giro, encontrando a casa escura e vazia.

- Caio? – Chamo-o, esperando uma resposta que não vem.

- Caio, pode parar de graça.- Digo já irritada e me direciono até a cozinha, olho a casa toda mas não o encontro, e posso dizer que estou com vontade de enforca-lo.

Estou saindo quando escuto um barulho que parece vir da área de lazer e caminho até lá, quando chego mais perto me deparo com o ambiente totalmente enfeitado e cheio de pessoas que sorriem para mim, entre elas Soph e Math. Que merda está acontecendo aqui?

- Oi, podem me... – Não consigo terminar a frase, ouvindo um pigarreio atrás de mim, me viro e posso jurar que minha alma foi dar uma voltinha, pois fico sem reação alguma quando vejo Caio ajoelhado em minha frente, com uma das mãos estendendo uma caixinha de veludo vermelho.

- Minha doidinha da pulseira, minha verdadeira perdição, meu grande achado nessa vida. Você aceita dividir suas alegrias, tristezas, loucuras e todo seu amor comigo? Para sempre? Lilian Muniz, cujo, minha menina maluquinha. Você aceita se casar comigo? – Não consigo raciocinar direito pois meu rosto é banhado pelas lágrimas, e meu coração pelo amor e alegria.



PLÁGIO É CRIME!



Meu JuizWhere stories live. Discover now