Universos Diferentes

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Impressionante.

É a palavra que se usa mesmo. Isso, quando se trata "dele".

Acredito que eu e você, sabemos de quem se trata, não? Pois bem. Sabe também que não estou exagerando.

E o que mais impressionava, era que... ele parecia perfeito demais. O típico badboy dos filmes: sarcásticos, ousados, lindos, sempre na moda com sua jaqueta de couro preta...

É. Faça chuva ou faça Sol. Eles sempre estão usando aquela jaqueta.

Mas ele... ok, ele não era totalmente diferente. Mas digamos que ele... se destacasse dos outros. Algo nele, o fazia se diferenciar.

Talvez, o seu jeito de andar, despreocupado. Ou as piscadelas repentinas para as moças atraentes. Seu sorriso de canto irônico, quem sabe. Ou até mesmo, a voz rouca e os cabelos pontudos como raios de Sol. Pode ser o seu corpo escultural, digno da palavra perfeição. Um verdadeiro colírio milagroso para os olhos de quem o visse. E o pior, é que nem estou exagerando. Mas também, quem o não teria se não seguisse uma alimentação saudável seguida de treinos pesados desde os treze anos.

Ou, o mais improvável de todos: ele ser filho e modelo do próprio pai estilista, Gabriel Agreste. O auge da moda –principalmente em sua cidade natal, uma verdadeira febre no mundo inteiro. As roupas da família Agreste sempre superaram expectativas e surpreendiam, mesmo se eles só passassem na esquina. A mãe do rapaz, sempre viajando, liga de vez em quando para desaprovar qualquer cinto que seu filho usou em qualquer entrevista na televisão.

É. Sem dúvida, o cara mais desejado do universo, quem sabe.

Em seu mundo, só havia espaço para fama e mulheres. Porque fama traz dinheiro e atenção. As mulheres... vocês sabem o que. Ainda na faculdade, o gostosão da turma fazia questão de se mostrar todo o santo dia. Mas havia alguém que reclamasse? Nem os caras que perdiam as namoradas por conta dele se importavam. Aliás, se bobear, viviam puxando o saco do Agreste para ter sua amizade. Quem não iria querer entrar nas festas mais badaladas e com as maiores filas de se dobrar a esquina, sem nem precisar esperar nelas?

Mas, ele só podia confiar em um único amigo capaz de tudo por ele. E é claro, que estou falando do segundo cara mais notado daquele prédio enorme onde estudam: Nino. Nino Lahiffe, para ser mais exata. DJ estrangeiro, e modelo do pai de seu amigo nas horas vagas. Se conheceram em Las Vegas, há mais de oito anos. Os Agrestes sempre viajaram a beça, então, era de se esperar.

Nino pediu transferência assim que fechou um contrato com a família do amigo na carreira de modelo. Se mudou para Paris, e admitia que estava apaixonado de estar lá novamente. Dessa vez, como morador.

Ninguém conseguia se aproximar da dupla a ponto de virar um trio permanente. A amizade deles era tão segura, que nem os dois se davam conta disso.

Mas Nino, diferente do amigo, era um cara tranquilo, quieto. Literalmente na dele. Sempre fechado a entrevistas, ou qualquer pergunta pessoal. Mulheres? Não. Não era um perfeito galinha como o amigo, que amava e preferia o termo "garoto mal" quando escutou pela primeira vez. Não ficava em um relacionamento sério com alguém desde sua ex, em Las Vegas. O que pra ele, foi um tremendo alívio ter se livrado da mesquinha, como chamava. Incrivelmente interesseira. Desde então, se deu conta que solteiro era a melhor das relações.

Mas... vamos falar de um universo completamente diferente agora? Um que é mais na sua, no seu conforto e sem chamar atenção. Também conhecida como "O Invisível", pra quem vive nos holofotes.

Esse sim os populares desaprovam. Sabe? Aquele pessoal que se veste da maneira que se sente confortável, e não da maneira que acham que irão agradar. Aqueles que fazem panelinhas, e automaticamente simpatizam com você se vêem algum popular pegando no seu pé. Porque sabem que, pra alguém desse universo "famoso" não ter ido com a sua cara, é porque vale a pena te conhecer. Sim meus amigos, é desta parte do universo que estou falando. E não, o critério não é ser nerd ou inteligente pra se encaixar nessa galera.

Eles praticamente se misturavam com a paisagem quando se tratava de alguns grupos na faculdade. Ou seja, lá, reinava dois universos completamente diferentes. Mas, ambos sabiam qual realmente reinava naquela universidade.

E infelizmente, não era o meu.

Bom, aproveitando que estamos fazendo uma excursão por este lado do prédio, que tal eu apresentar a vocês uma garota, uh? Ora, não seja tímido. Se não for você puxar assunto com ela, falará sozinho. Porque ela vai conseguir ser o triplo de mais tímida do que você.

Cabelos negros azulados, sempre em duas maria-chiquinhas nos cantos da cabeça. Postura curvada quando se está perto de muitas pessoas, e com livros de romance abraçados sobre o peito por onde andava. Sim, essa meus caros amigos, era Marinette Dupain Cheng. Possivelmente, a mais tímida e atrapalhada do prédio inteiro. A jovem vivia se escondendo de tudo e de todos, fazendo o possível –e o impossível para não ser o centro das atenções. Tanto, que somente duas pessoas a conheciam. Isso, incluindo os únicos seres da faculdade que também a conhecia de vista.

Alya Césaire se dedicava ao "Bl@gDaFacul" o quanto pudesse. Não, um momento, eu peguei leve. Ela dava a alma e o sangue por um simples blog de faculdade.

Mas vá falar isso perto dela...

Dona de uma personalidade forte, Alya não tem medo algum de se mostrar e se posicionar na frente dos outros se fosse preciso. Não se escondia igual a amiga (aliás, ninguém conseguia se esconder igual a ela), mas também não fazia parte dos populares. Tinha tudo para estar junto deles, mas alguns eram incrivelmente nojentos. Incluindo, é claro, o "boyzinho loiro mal-amado". Que, de mal-amado, não tinha nada, convenhamos.

E era justamente por ele que Marinette resolveu se apaixonar. Custava ela ter ficado longe dele quando se conheceram? Quer dizer, se conheceram na mente da jovem. Porque desde o primeiro dia de aula que ele sentava na sua frente, e nunca trocou um cumprimento simples com a mesma. Nem quando Marinette ficou ensaiando um simples 'bom dia' durante quase um mês, e quando foi, ele simplesmente virou a cara. Como quem troca de canal. Simples e rápido.

Mas nem com essa Marinette se deixou debater. Claro que ficou chateada, e Alya serviu de lenço humano por um bom tempo mas, não passava por sua cabeça a palavra desistir. Não dele. Não do possível "amor da sua vida". Que segundo Alya, estava mais para desgraça da sua vida.

E até hoje, ela chega cinco minutos adiantada só para vê-lo subir as escadas e dar uma troca de socos com Nino, que sempre estava com um grupo no canto da entrada da escola. Ou pelo menos tentava chegar a tempo.

Alya não se conformava com a escolha de Marinette, mas não podia fazer nada. Era sua melhor amiga, o que realmente doía menos era se conformar de uma vez. Isso quem nunca iria conseguir, era Luka.

Ele vivia com as duas, mas dava uma atenção especial para a azulada. Ela nunca escondeu seu amor pelo loiro, e isso lhe partia o coração.

É, Luka. Mais uma que caiu nos encantos do Agreste.

Ele gostava dela. De verdade. Mas já havia desistido há muito tempo. Bom, isso era o que ele dizia, já que vivia a chamando para sair e até hoje, nada. Dizia que iria partir para outra, mas quando recebia um suposto convite para um encontro, inventava alguma desculpa esfarrapada. Então, é assim que desiste dos outros?

(Tossindo). Não tenho moral nenhuma pra falar.

Bom, uma garota apaixonada e invisível ao olhos de quem... olha outras. Genérico? Pode parecer. Talvez seja, talvez não. Cabe você decidir. O decorrer dessa história pode mostrar algo que você já conhece, só que em outra versão. Ou, o que eu mais gosto: aquele rumo que surpreende até para quem os escreve. Será genérico, ou pura coincidência? Eu não sei, mas se eu fosse você pulava logo essa página pra ver qual dos universos reinará, qual sentimento vencerá, e claro, qual obstáculo aparecerá.

Ficou curioso? Ótimo!
#Partiu.

Afinal, qual dos universos você pertence?

Bad AgresteOnde histórias criam vida. Descubra agora