Capítulo 07

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Um Amor Inesperado -
Capítulo 07 -

Os dias passam e Magdalena recebe alta.
Magdalena: Finalmente irei sair desse hospital. - sorrir
Mercedes: Agora é só cumprir o que o médico mandou e logo tudo isso será passado. - diz sorrindo
Magdalena: Para onde eu irei? Eu não tenho onde morar. - diz sem graça
Mercedes: Para minha casa. Você irá morar comigo e com a Alícia. - sorrir
Magdalena: Não senhora Mercedes, a senhora está me ajudando tanto, seria abusar se eu fosse morar em sua casa. Eu arrumo um lugar para ficar, não se preocupe.
Mercedes: Eu faço questão. - sorrir - Sem contar que, precisamos conversar. Preciso lhe contar algo, e esse algo precisa ser na minha casa.
Magdalena: Do que se trata? A senhora vai desistir de me ajudar?
Mercedes: Não, claro que não. Em casa conversamos, vamos?
Magdalena: Sim, vamos. - responde desconfiada
Mercedes e Magdalena saem do quarto e seguem para frente do hospital.
Mercedes: Magdalena, esse é o José, um grande amigo meu, e meu empregado de confiança.
José: Muito prazer, senhorita Magdalena. - sorrir
Magdalena: O prazer é meu, José. - sorrir
Mercedes: Essa é a Alícia, minha dama de companhia e minha melhor amiga.
Alícia: Você é linda, Magdalena. - sorrir
Magdalena: Obrigada, senhora Alícia.
Alícia: Pode me chamar apenas de Alícia.
José: Vamos para casa?
Mercedes: Sim José, vamos. - sorrir
José busca o carro e em seguida todos seguem para a casa de Mercedes.
Ao chegar, Mercedes leva Magdalena para o quarto.
Mercedes: Esse será seu quarto a partir de hoje.
Magdalena: De verdade, senhora Mercedes, eu não sei como lhe agradecer.
Mercedes: Mudando, e me perdoando. - diz a olhando
Magdalena: Perdoando, mais pelo que? - indaga confusa
Mercedes: Lembra que eu disse que tinha meus motivos para te ajudar?
Magdalena: Sim, a senhora vai me dizer quais são?
Mercedes: Sim, lhe direi. - diz tenebrosa
Magdalena: Então me diga. - pede
Mercedes: Eu nem sei por onde começar.
Magdalena observa os olhos de Mercedes marejarem e fica aflita.
Magdalena: Se não quiser dizer agora, eu posso esperar. - diz sorrindo docemente
Mercedes: Se eu adiar mais algum dia, eu desisto de dizer.
Magdalena: É tão grave assim? Tem algo a ver comigo? Estou doente?
Mercedes: Não, claro que não, você está ótima. - sorrir - Porém tem a ver com você.
Magdalena: Eu estou aqui para ouvi-la.
Mercedes: Magdalena, o que eu vou te dizer, eu peço que escute até o final. Sei que vai doer que você ficará confusa, mais eu preciso que você escute até o fim.
Magdalena: Assim o farei senhora Mercedes.
Mercedes respira fundo, e fala o que tanto guardou.
Mercedes: Magdalena, eu sou a sua mãe. - diz chorando
Magdalena: O que? - indaga perplexa
Mercedes: Você é minha filha. A filha que busco há anos, e que tomaram de mim quando ainda era um bebê.
Magdalena: Como assim senhora? Que brincadeira de mau gosto é essa? - indaga sem acreditar
Mercedes: Não é brincadeira. Jamais brincaria com algo tão sério. Eu sou a sua mãe.
Magdalena: Não pode ser. Não é verdade.
Mercedes: Eu sei que é difícil de entender, afinal você cresceu sem imaginar isso, cresceu longe de mim.
Magdalena: Cresci como uma mendiga senhora. Sofri tanto. A senhora não tem noção.
Mercedes: Pelo estado em que eu te encontrei, tenho noção sim. E como eu gostaria que tudo tivesse sido diferente, meu amor. Eu te procurei todos esses anos, porém, todas as pistas que eu tinha sobre você eram falsas. Eu te procurei dia após dia, nunca desisti, nunca perdi a fé, e graças a Deus eu pude te encontrar hoje.
Magdalena: A senhora é um monstro. Eu não posso acreditar que a senhora inventou toda essa mentira.
Mercedes: Não é mentira. Eu era nova quando sai em busca do meu sonho de ser cantora, porém fui enganada e trazida para a capital para virar uma garota de programa, quando descobri eu fugi, e após sofrer muito, consegui realizar meu sonho e passei a trabalhar em uma casa noturna. Logo conheci seu pai e você nasceu, porém o homem que me enganou voltou e te tirou de mim, te levou para Deus sabe aonde e, desde então, eu venho te procurando como louca. Você não sabe por quantas coisas eu passei para saber de você.
Magdalena: Chega! Eu não quero ouvir essas mentiras. - diz alterada
Mercedes: Meu amor, não são mentiras, acredita em mim. - suplica chorando
Magdalena: Por causa da senhora eu tive que passar por tudo que passei. Por culpa sua se vingaram em mim. Colocaram-me nesse mundo cruel, me deixaram passar fome. Por causa dessa vida eu sou uma alcoólatra. Por sua culpa eu sou a pessoa infeliz que eu sou hoje. Eu te odeio Mercedes, eu te odeio. - grita saindo
Mercedes: Magdalena, não vá, espere. Filha! - a chama
Magdalena: Não me chama de filha. Eu não sou nada sua. - grita saindo
Mercedes a ver sair, e sem forças se senta na escada totalmente desolada. Alícia e José que haviam ouvido os gritos correm para a sala e veem Mercedes aos prantos.
Mercedes: Ela me odeia. Ela me odeia. - diz chorando e olhando ambos.
Alícia: Isso vai passar. Ela saiu para esfriar a cabeça, logo ela estará de volta. Venha!
José e Alícia ajudam Mercedes a se levantar, porém, ao ficar em pé, Mercedes se sente tonta e desmaia, sendo amparada por José que a pega no colo e a leva para o quarto.
José: Pega álcool e algodão, por favor, Alícia. - pede - Meu amor acorda. - pede lhe acariciando o rosto
Alícia volta ao quarto com o álcool e o algodão. Em seguida José passa devagar pelo nariz de Mercedes que desperta desnorteada.
Mercedes: O que aconteceu?
José: Você desmaiou.
Mercedes: A Magdalena voltou?
José: Não!
Mercedes: Então vamos procura-la. - pede com os olhos marejados
José: Eu vou. Fica com ela Alícia.
Mercedes: Não! Eu vou também.
José: Eu não acho uma boa ideia.
Mercedes: Por favor, José, não queira me dá ordens. Eu vou com você ou sem você. - diz direta
José: Então vamos comigo. - diz a olhando
Mercedes ao se sentir melhor, junto com José sai em busca de Magdalena.
Após um bom tempo procurando nos lugares mais prováveis, eles decidem procurar em alguns bares, e depois de uns cinco eles finalmente a encontraram, porém não sozinha.
Mercedes: Quem será aquele homem?
José: Eu não sei mais ele está querendo lhe dá alguma coisa.
Mercedes: Vamos lá.
José desce do carro, abre a porta do carro para Mercedes e logo ambos entram no bar.
Mercedes: Magdalena. - chama
Magdalena a olha e logo se levanta.
Magdalena: O que faz aqui? - indaga furiosa
Mercedes: Vim busca-la.
Magdalena: Com a senhora eu não vou há lugar nenhum.
Mercedes: Vai sim. Vamos para casa. - diz séria
Xx: Ela não vai a lugar nenhum, ela não quer ir. - diz se levantando
Mercedes: As ordens quem dá a minha filha sou eu.
Xx: Se atreva a obriga-la.
Mercedes: E você vai fazer o que?
Tal homem se prontifica para bater em Mercedes quando José intervém.
José: Não se atreva a encostar um dedo nela.
Mercedes: Você vem comigo. - diz pegando Magdalena pelo braço
Magdalena se debate tentando se soltar, porém Mercedes a leva a força.
Ao chegar ao carro, José chega logo após com a boca sangrando.
Mercedes: Ele lhe bateu?
Mercedes: Sim, mais não se preocupe. Vamos?
Mercedes: Sim!
Mercedes entra no carro e entre a fúria de Magdalena, eles regressam a casa.
Ao chegarem, Magdalena entra irritada.
Magdalena: Eu não quero ficar aqui. Eu não quero que me ajude em mais nada.
Mercedes: A partir de agora você viverá aqui, você é minha filha, querendo ou não. - diz séria - Eu te procurei toda a minha vida, e agora que te encontrei eu não vou te perder de novo.
Magdalena apenas a olha.
Mercedes: Eu sei que é difícil de entender, de aceitar, mais você precisa pensar, e tentar compreender. Não está sendo fácil para você, e nem para mim, e para mim foi muito difícil também todos esses anos sem você. Eu te perdi quando ainda era um bebê. Eu perdi a chance de te amar, de ver sua primeira palavra, de ver o teu primeiro passo, eu perdi tudo, e não foi fácil.
Magdalena a olha triste, porém sua mente não aceita e ela a olha com ódio.
Magdalena: Eu não consigo entender. Preciso de um tempo. Não é fácil ter uma mãe de uma hora para a outra. Eu cresci sem carinho, sem amor.
Mercedes: Uma hora você vai conseguir entender, e aceitar. Apenas nos dê o direito de convivermos. Me aceite, me conheça e me permita te conhecer.
Magdalena: Está bem. - diz indo para o quarto
Mercedes olha para José e se aproxima do mesmo.
José: Quando dirá a Marina, meu amor?
Mercedes: Vou ligar para ela hoje e pedir que ela venha para cá. - diz cabisbaixa
José: Não fique assim minha vida, ela precisa desse tempo, ela precisa entender e aceitar. Ela vai aceita-la, e não irá demorar.
Mercedes: Deus te ouça, meu amor. - diz o abraçando
José a abraça mais forte e logo lhe dá um selinho.
Mercedes: Vamos à cozinha, você precisa colocar gelo nesse machucado. - diz tocando-o levemente
José: Não se preocupe meu amor, está tudo bem.
Mercedes: Vamos à cozinha e não discuta comigo. - sorrir
José sorrir e juntos eles vão para a cozinha.
Ao chegar, Alícia pega gelo e, Mercedes com cuidado coloca sobre o canto da boca de José que a admira.
Alícia: Adoro vê-los juntos. Posso ver nos olhos de cada um o quanto gostam um do outro. - sorrir os olhando
José: Eu a amo, Alícia. - se declara olhando Mercedes
Mercedes: Eu também te amo, José.
José pasmo a olha.
José: Você o que?
Mercedes: Sei que demorei a dizer, a me sentir segura desse sentimento, mais agora, diante da Alícia, eu te digo com todas as letras; EU TE AMO. Você é minha felicidade, a pessoa em que confio como profissional e como mulher.
José: Não acredito. Você ouviu Alícia? Ela me ama. - diz eufórico e sem acreditar - E você é minha felicidade, Mercedes, sem você já não sei o que sou.
Mercedes sorrir emocionada e o beija.
Alícia observa a cena sorrindo enquanto ambos se beijam docemente.
Ao término do beijo, Mercedes e José olham para Alícia e os três sorriem cúmplices.
Mercedes: Alícia, por favor, prepare algo para que eu leve para a Magdalena.
Alícia: Sim senhora.
Mercedes: Venha comigo para o escritório, eu irei ligar para a Marina.
José: Vamos!
Mercedes: Quando estiver pronto, por favor, me avise. - diz
Alícia: Aviso sim.
Mercedes vai para o escritório com José e em seguida liga para Marina.

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