Procurando Por Você

Capítulo XXX

Abri um olho tentando identificar o que diabos me acordou, olhei para o criado mudo onde meu celular vibrava e bocejei.

Me estiquei o máximo possível tendo Matteu todo enroscado em meu corpo e peguei o aparelho, haviam 14 ligações perdidas e isso me deixou em alerta. Disquei o número de Vincenzo que atendeu no primeiro toque.

"Até que enfim." Me sentei estranhando o tom ansioso dele.

"O que houve? Aconteceu alguma coisa com as crianças?" Perguntei e Matteu deve ter percebido minha agitação porque acordou.

"Calma, as crianças estão bem. Eu estava ligando porque tenho novidades, Heitor nasceu." Arregalei os olhos ao mesmo tempo em que um sorriso enorme tomava conta de meu rosto.

"Oh meu Deus, não acredito que meu sobrinho nasceu. Eu e Matteu estamos indo o mais rápido possível até vocês, mande um beijo para a Milla e para o pequeno príncipe de vocês." Me despedi de meu cunhado e contei as novidades para Matteu, ele também não escondeu sua felicidade e fomos arrumar as coisas para ir.

Como estávamos preparados para voltar para Nova York hoje, não foi tão difícil antecipar o vôo em algumas horas.

Embora me sentisse ansiosa o cansaço tomou conta de mim e passei a viagem inteira dormindo, quando acordei já estávamos nos Estados Unidos e o pouso estava previsto para dali a uma hora. Bocejei e franzi a testa ao não encontrar Matteu, me espreguicei e fui em direção ao quarto.

Ao abrir a porta o encontrei com uma cara toda emburrada enquanto falava japonês em uma velocidade absurda.
Entrei no quarto e fechei a porta, dei um sorriso malicioso pra ele que ergueu a sombrancelha.

"Que cara é essa?" Perguntei quando ele desligou o computador.

"Problemas, como sempre." Sorri quando ele me puxou para o colo dele onde fiquei mais do que satisfeita.

"O que houve?" Seus olhos me imploravam para deixar pra lá e bufei. "Você sabe que não sou uma dondoca que vai aceitar ficar em casa fazendo sua comida e cuidando das crianças, não é?"

"Sim, eu sei. Nada é previsível quando se trata de você, amor, mas sabe que não posso tratar desses assuntos com você." Me inclinei para dar um beijo no pescoço dele.

"Eu acho que já provei ser mais do que confiável..." Ele me interrompeu ao tomar meus lábios.

"Eu nunca confiei ou irei confiar em alguém como confio em você, Helena. Se estou me recusando a dizer sobre isso é porque não quero que venha a ser usado contra você." Revirei os olhos.

"Eu sou mais forte do que imagina, Matteu. Para que nosso casamento funcione precisamos confiar um no outro, quero saber que sempre que precisar desabafar vai vir à mim." Ele murmurou alguma coisa e se levantou me colocando sentada na cama antes de passar a andar de um lado para o outro.

"Você sabe que sempre terei inimigos, mas a grande maioria me teme o suficiente para não ameaçar a frágil tregua que venho mantendo e começar uma guerra." Pela cara de preocupação dele soube que algo deu errado. "Eu fiz muitas merdas e soube que mais cedo ou mais tarde elas iriam me alcançar, dois dos meus maiores inimigos se uniram. Hoje a Yakuza e a Bratva se uniram, declararam guerra e as coisas vão ficar meio loucas daqui para à frente." Me levantei e agarrei a mão dele.

"Eu sei que vamos sair bem dessa, sei que você não vai deixar com que nada aconteça à nossa família." Vi o quanto ele precisava ouvir aquelas palavras, segurei seu rosto e fique na ponta dos pés para beijá-lo. "Estou contigo para o que der e vier."

***

Marco estava à nossa espera quando pousamos, nunca havia visto tantos seguranças. Haviam seis carros lotados de homens muito bem armados fazendo a nossa segurança, então vai ser assim daqui para a frente.