The Wonderwall: O Regresso [Em Pausa]

Descanso

Tinha chegado o fim de semana.

Estava cada vez mais perto de descobrir o que fazia com que o Adriano fosse assim, apesar das suas convicções em ser humano. 

Nunca tinha estudado tanto como agora e isso já se refletia no que eu fazia e dizia.

"Sel, devias de apanhar um pouco de ar, já estás dentro da biblioteca quase à uma semana. Daqui a pouco tempo perdes todo o trabalho que tiveste até agora com o Will." avisou-me Faye.

"Amanhã faço isso. Não posso perder tempo, sinto que estou mesmo perto de descobrir o que eu procurava."

"Isso tem tempo, acho que podias vir comigo dar uma volta."

"Não posso, obrigada." disse arrumando os papéis que se encontravam À minha frente, sem olhar uma única vez para trás. 

"Tu há um mês atrás não recusarias sair daqui de dentro, agora nem sequer sais ou pensas sair. Acho que essa obsessão te está a tornar diferente."

"Não é obsessão, simplesmente posso estar a descobrir algo que pode mudar muita coisa."

"Mas para já devias parar."

"Já disse que não e, se não te importas, estou a distrair-me e não posso deixar que isso aconteça. Podes sair?"

"Não, não posso." retorquiu com firmeza.

"E porque não?"

"Porque tu vens comigo lá fora. Tenho que acabar com essa obsessão que criaste."

"Não me podes obrigar..." 

"Quem disse?" 

E com esta simples pergunta, senti a minha cadeira a ser puxada para fora da mesa em direção à Faye. Quando ia pôr os pés no chão, senti o meu corpo a ser colado contra a cadeira e não me conseguia mexer, até que fiquei frente a frente com a minha irmã.

"Pronta para dar uma volta?" perguntou ela.

"Eu disse-te que não posso ir! Liberta-me!" rosnei, tentando soltar-me.

"Não o vou fazer. Tu tens que voltar a libertar a tua mente. Vou-te mostrar o que tens estado a perder."

A cadeira arrastou-se e levou-me consigo atrás da Faye. Atravessamos o castelo, até que viemos parar cá fora.

A luz do sol fez-me fechar os olhos imediatamente. A luz era mais forte do que eu estava habituada.

"A volta vai ser muito grande? O sol esta-me a fazer arder os olhos." resmunguei.

"Vai demorar o tempo que for preciso."

Era humilhante estar presa por uma força invisível a uma cadeira que se arrastava atrás da minha irmã, enquanto passava pelo meu povo. 

"Faye? Podes libertar-me? Não penso que seja bom pra minha reputação eu andar sob castigos da minha irmã à frente de todos!"

"Eu até te libertava, mas eu sei que tu irias fugir se eu o fizesse, por isso, por enquanto, vamos andar assim." respondeu ela com um sorriso leve na cara, como uma criança que levou a boneca que mais queria para casa.

Passamos por várias casas e lojas e poucas foram as pessoas que não repararam nesta situação caricata.

"Faye por favor..."

"O quê?"

"Liberta-me. Eu juro pela honra da nossa família que eu não fujo." aceitei a minha derrota.

"Prometes também que vais ver tudo o que te mostrar e que vais ouvir tudo o que eu disser?"

"Sim... agora deixa-me sair desta cadeira. Já não suporto mais estar a ser olhada por todos de uma maneira estranha."