Capítulo 13

13.6K 1.2K 1.3K
                                    

Mantive-me encostada no balcão da cozinha, sem conseguir manifestar reação alguma em meu corpo. O que tinha acabado de acontecer?

(...)

Abri meus olhos lentamente. Seria a terceira vez que eu acordava naquela noite, e sempre encarando a sala vagamente, sem um rumo decidido. Algo incomodava-me, e não era o sofá, era algo mais intenso. Impróprio, talvez. Eu ainda estava confusa quanto a cena anterior. Seria deveras acreditar que teria sido só um sonho, ou que algo realmente aconteceu? Mas se nem eu mesma sabia, quem iria saber?

Faltavam minutos para amanhecer. Talvez eu tivesse que me apressar para arrumar minhas coisas e voltar para a casa do Sr. Tuan, aproveitando que a chuva já havia passado.

A noite anterior, de fato, havia sido a mais agitada de todo o meu período longe de casa. Eu só tinha ido comprar comida e acabei vindo parar aqui. Um privilégio ou uma ironia?

Levantei-me do sofá e olhei em volta, lembrando que eu ainda estava com as roupas de Mark, e não sabia se as minhas já estavam secas. Direcionei os meus passos até a secadora, do outro lado do apartamento, ficando quase no final de tudo. Parei próxima aquela máquina e observei minhas peças de roupas, vendo-as já secas. Peguei-as e fui a caminho do banheiro. Segui até o Box e alternei o chuveiro para água quente, vendo uma pequena quantidade de fumaça — causado pelo vapor da água — aglomerar-se nas placas de vidro, embaçando como sempre.

Alguns minutos depois, enrolei-me em uma toalha que havia ao lado do Box. Prossegui até o espelho, olhando brevemente a minha face. Era intrigante olhar para mim mesma. Eu não parecia uma mulher de vinte e dois anos, prestes a completar vinte três, eu parecia mais uma adolescente de quinze anos perdida dos pais. Não que aquele atraso no envelhecimento fosse algo ruim, mas eu apenas não conseguia acreditar que eu já tinha aquela idade olhando somente para a minha aparência.

Virei-me ao lado para pegar minhas peças de roupas, quando vi a porta se abrir.

— Vai demorar com a toalha?

Olhei incrédula para ele. O que diabos ele estava fazendo?

— Ei! — Levei meus braços por impulso até os meus seios, escondendo-os, mesmo já estando cobertos pela toalha. — O que está fazendo? E-Eu ainda não estou vestida!

— Não seria a primeira vez que eu a veria assim.

Fiquei em silêncio, embasbacada.

— Termine de se trocar, quero tomar banho também. — Disse antes de fechar a porta

— Deus... — Sussurrei sentindo meu coração quase sair pela boca.

Apoiei os meus braços na pia, tentando controlar a minha respiração. O que estava acontecendo? Eu não sabia se ficava frustrada por ele ter entrado de repente no banheiro ou por ele ter dito que não seria a primeira vez.

Deus... Quem é Mark Tuan?

Uma explosão de pensamentos inesperados invadiu minha cabeça. Seria Mark Tuan um psicopata? Um pervertido? Um criminoso? O que ele era? Será que ele estaria prestes a fazer algo contra a minha vontade? Eu deveria saber que é perigoso aceitar ajuda de estranhos. Mark Tuan para mim ainda era um estranho, mesmo sendo filho dos meus chefes. Automaticamente lembrei-me da noite no bar, o qual presenciei uma rápida discussão entre o terceiro filho e outro homem. Será que ele estava metido com drogas?

Esses pensamentos perseguiam-me incontavelmente. Se minhas teorias estivessem certas... Eu correria perigo?

Troquei-me rapidamente e saí contando cada passo que eu dava para fora do banheiro, pedindo mentalmente para não dar de cara com Mark. Abri a porta e vi a sala vazia, sem tê-lo por perto.

Oops... » Mark Tuan Where stories live. Discover now