─ Não temos sobre o que conversar, Mark. Você precisa ir. Precisa conquistar a garota que faz parte da sua vida...
─ Eu estou tentando. Mas ela insiste em dizer que não temos nada sobre o que conversar!
─ Mark...
─ Alissa, deixe eu explicar este mal-entendido!
─ Não há mal-entendido algum. Não há nada de errado...
─ Alissa...
─ Me desculpe. Mandarei Elizabeth ir hoje à tarde em seu apartamento, para pegar os cachorrinhos. Eu irei tentar encontrar um dono para eles, então... Não se preocupe.
─ Não mude de assunto.
─ Eu não estou mudando...
─ Precisamos conversar!
─ Não... Não precisamos. ─ Suspiro. ─ Desculpe.
Encerrei a ligação e senti um breve nó se formar em minha garganta. Fechei os olhos e tentei respirar fundo, para que aquela sensação de que algo acabara de se afastar de mim, tivesse um fim.
─ Você está aí. ─ Dizia Elizabeth se aproximando de mim.
─ Huh? ─ Guardei de volta o celular no bolso do meu casaco e ergui o meu olhar em sua direção. ─ Veio antes do esperado.
─ Huh? Sim. Não estava uma longa fila. ─ Disse e estreitou os olhos, olhando fixamente em minha face. ─ O que você tem?
─ O que?
─ Você parece... Triste?
─ Impressão sua. ─ Soltei um riso fraco, tentando convencer a ela de que não tinha nada de errado.
─ Sei... ─ Disse em um tom desconfiado. ─ E... A vaga? Conseguiu?─ Huh... Sim! Próxima semana começarei... Junto a um novo emprego.
─ Novo emprego? ─ Franziu o cenho.
─ Claro. Eu precisarei de dinheiro para pagar a faculdade.
─ Oh, verdade.
Entramos no ônibus e procurei por um lugar para sentar. Olhei para as pessoas que também entravam, os observando serenamente.
─ Minha mãe disse que minhas irmãs virão para cá em breve. ─ Digo com a intenção de puxar assunto com Elizabeth.
─ Sério? Legal!
─ É, mas... Não gostei do modo que ela disse isto. Pareceu soar tão... Melancólico e... Como se ela estivesse querendo me esconder algo.
─ É impressão sua, Alissa. Você apenas não se lembra mais do modo de como sua mãe age.
─ Não. Isso jamais! ─ Nego com a cabeça. ─ Lembro-me de cada expressão facial dela. Cada ato. Toque. E agora... A sua felicidade parece ter ido embora.
─ Pense bem. Ela está longe da filha mais velha. Já há anos que ela não a vê mais. Toda mãe já não teria mais sua alegria sincera ao saber que uma de suas filhas está longe.
Soltei um suspiro e passei minhas mãos entre meus cabelos.
─ Não sei. Mas espero que seja isso mesmo.
(...)
─ Quando você chegou?
─ Há alguns dias.
Abri a porta e adentrei à sala, escutando risos vindo da cozinha. Parecia que o Sr. e a Sra. Tuan estavam com uma visita. Aproximei-me da entrada, arrastando algumas pesadas sacolas de compras.