Aliado ou inimigo ?

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Pov Camila Cabello

Eu encarava o lado de fora do casebre, podia ver alguns usuários de drogas do outro lado da rua e nenhum deles imaginavam o perigo que estava em suas caras. Nesse momento encontrava em uma favela em uma cidade próxima de onde Zayn estava. Faltava pouco, mas em breve eu teria minha vingança.

Depois de tudo que ele me causou, seu fim era inevitável.

Lembro-me da primeira desgraça que me causou. Quando me tornei o monstro depois do que ele fez a mim, até aquele fatídico dia eu não sentia nada. Mas depois de ter quase matado minha filha, vi que ali jamais nunca seria mais a mesma. Estive agindo como um animal desde que eu me lembro de ter despertado naquele dia com Laura ao meu lado e foi esse instinto animal que deixei me dominar que quase acabei com tudo.

Cada detalhes daquele dia jamais sairia da minha mente. Sofi tinha vindo com todo seu amor e carinho para me receber e o que eu fiz? A ataquei como fazia com todos que eu não conhecia e quando meus olhos finalmente puseram nela vi a imagem da menina que de certo modo me matou, naquele momento não me lembrei que essa menina era minha filha e que tinha a aparência idêntica de Sofi, naquele momento a única coisa que pensei era matar aquela que poderia me fazer mal de novo.

O mais terrível de todos meus crimes.

Depois que Laura me fez enxergar a verdade, me senti envergonhada e horrorizada comigo mesmo. Depois daquilo tentei me distanciar de Sofi, mas nada do que eu fazia a tirava longe de mim. Ela passou todos os dias ao meu lado em Volterra e não parava de tagarelar, depois que eu soube que ela iria partir, sabia que não importava o que acontecesse ou que fiz. Eu só sabia de uma coisa: Eu não podia ficar longe dela. Se existia algo que eu faria nessa minha vida miserável, seria tudo para ela, mas não se enganem. Isso não quer dizer que eu me abri para ela, pelo contrário, continuei fechada e toda vez que a olhava abraçava a culpa que eu merecia.

Fui fraca, pois preferia evita-la o tempo todo ao ver todo mal que causei nela, e só percebi que estava a machucando mas assim depois que ela jogou tudo o que sentia na minha cara, foi só nesse momento que dei conta que eu só piorava tudo e que só consegui magoa-la mais, foi ela me enfrentando que abriu meus olhos. E percebi que de nada adiantaria se eu continuasse agir a mesma coisa, então por ela eu mudaria, por ela eu enfrentaria meus medos e por ela eu lutaria para ser uma mãe de verdade. Minha decisão se tornou mais firme depois que ela mostrou através do seu dom como sempre vivemos juntas, cheio de risos, alegrias e tristezas, mas sempre uma ali apoiando a outra e um cuidado sem igual. Fiquei maravilhada ao ver como éramos felizes e foi ali naquele momento que eu quis fazê-la feliz do mesmo jeito que já fui um dia.

É claro que nada me faria esquecer do que fiz, mas deixei de lado, por minha filha. Para dar e receber o amor que ela merecia. E com tudo isso veio Lauren, não sabia que sentimento eu tinha por ela, mas no primeiro instante que pus meus olhos nela. Senti algo diferente, mas como não sentia nada além de vazio, raiva e culpa até então decidi ignorar tal sentimento. Sempre que ela se aproximava me deixava inquieta e isso só me deixava com mais raiva quando a via. Depois disso veio a notícia chocante: Ela é minha companheira!

Como ela é minha companheira se eu não a amava? Essa era a pergunta que eu fazia todos os dias, e muito menos entendia como dei falsa esperança a ela quando mostrei a aliança de nosso noivado que eu nem ao menos me lembro. Só senti que devia ter feito aquilo, mas depois me xingava mentalmente por ter feito tal ato. O que eu queria com aquilo? Eu não fazia ideia, mas agora eu entendia. Comecei a entender, depois que comecei a ter flashes de alguns momentos com ela, não agora, mas lembranças de antes de perder a memória. Eu não podia ficar longe dela do mesmo modo que eu não podia ficar longe da minha filha.

A Primeira Eterna - Livro II - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora