O Dono Do Morro- 1° e 2° Temporada

2- É Eu Sou °

Nicole Suzana

  Cheguei com Rique no casarão no topo do morro, o casarão era a forma como eles chamavam a casa do Silva, chefão dali, entrei pela porta com Rique e observei as coisas ao meu redor, Brunna estava no sofá, Lima e Sombra também estavam ali, e por fim, ali estava, o Silva, pele bronzeada, várias tattoos pelo corpo e com aquele cabelinho curtinho recém descolorido.

- Então você é a irmã do Rique? - Brunna falou sentada do sofá.

- É eu sou - Falei baixinho.

- Tu devia ter dito que tua protegida era gata assim né Rique- Silva falou do sofá lançando uma piscada de olho pra mim.

- Tu nem inventa, que eu te chamo na bala - Henrique falou sério olhando Silva e por um instante o clima ali ficou pesado.

- Vamos pedir aquela pizza e ir pra piscina antes que ocorram mortes nessa sala - Sombra disse e se levantou fazendo todos rirem.

- Vou me trocar então- Falei pro Rique e ele assentiu.

- Tem um banheiro no corredor de cima, pode ir lá - Rique disse apontando as escadas e eu sorri.

- Tem um no meu quarto também, morena - Ouvi o Silva dizer e logo Rique arremessa uma almofada de uma das poltronas nele.

  Subi para o banheiro com a minha mochila e comecei a me trocar, quando tirei a blusa, me olhei no espelho e consegui ver que a surra que Davi havia me dado alguns dias atrás tinha marcado mais do que eu imaginava, eu estava com alguns hematomas pelas minhas costas, coloquei o biquíni e por cima vesti meu short e minha blusa de novo, sai do banheiro e dei de cara com a Brunna.

- Vamos ? - Ela perguntou e eu concordei.

  Descemos as escadas e fui deixar minha mochila na sala, Silva ficou me encarando muito, fui rápida saindo dali, segui a Brunna até a parte de trás da casa, aonde havia a laje com piscina, ela foi direto para dentro da água e eu me sentei em uma das cadeiras.

- Porque não vai nadar? - Rique fala firme de trás de mim e eu levanto.

- Eu não to afim agora - Falei.

- Não ta afim? ou não pode ? - Rique questionou e eu suspirei.

- Só não quero- Falei brava cruzando os braços.

- Tira a blusa - Rique disse e eu neguei

- Eu já disse que eu não vou - Falei firme e ele se aproximou apoiando as mãos nos meus ombros.

- Tira a droga da blusa Suzana - Ele disse alto fazendo com que os outros que estavam ali começassem a olhar.

- Você ta mm constrangendo Alexandre - Falei chamando ele pelo segundo nome.

- É só tirar a blusa- Henrique disse e eu concordei por fim.

  Me virei de costas para ele, suspirei pesado com os olhos fechados, e quando abri, Silva estava na porta da casa me olhando, fechei novamente os olhos e tirei a blusa, logo me virando para Henrique, eu não lembro dele ter visto meu corpo machucado assim, eu estava com algumas feridas e hematomas que chegavam a ser verdes.

- Aquele desgraçado - Henrique falou alto dando um soco em uma das mesas que estava ali perto, me assustando.

- Ele tentou alguma coisa com você?- Rique perguntou bravo e eu neguei.

- Não, ele não tentou nada comigo, só estava bêbado de novo pra variar - Falei e ele assentiu me puxando pra perto dele me abraçando forte.

- Eu odeio que você insiste em passar por isso- Ele disse e eu sorri fraco.

- Eu sei disso - Falei por fim.

(...)

  Saí da piscina e fui até a cozinha, abri a geladeira e peguei uma latinha de cerveja, logo vejo Silva entrando na cozinha também, logo atrás de mim.

- Lança uma ai mina - Ele falou e eu abri novamente a geladeira pegando uma cerveja e entregando na mão dele.

- Viu, aquele cara lá, o Davi, como ele é na tua baia? - Ele perguntou e eu dei de ombros.

- Como qualquer outro bêbado e drogado é - Falei abrindo a latinha e sentando na bancada da cozinha.

 O moreno correu os olhos pelo meu corpo antes de abrir a latinha e dar um gole longo nela, seus olhos demoraram a voltar ao meu rosto o que me deixou deveras constrangida, mas logo Silva saiu me deixando ali sozinha.

(...)

 Era final da tarde, Rique tinha saído com alguma mina e eu peguei meu caminho de volta pra casa, quando cheguei na viela aonde ficava minha casa, andei até a frente da minha porta e por alguns minutos fiquei ali pensando se entrava ou não, decidi por não, desci mais um pouco e bati na casa laranja, rapidamente a ruiva abriu a porta e saiu no portão.

- Eu não quero ir pra casa hoje - Falei não conseguindo conter as lágrimas e então ela me puxou para um abraço.

- Sabe que eu sou do jeito que eu sou, mas você sempre pode contar comigo - Ela disse e eu a apertei mais forte entre meus braços.

 Ficamos pouco tempo no portão, logo ela me puxou para dentro, trancando a entrada logo em seguida, entrei pela porta e cumprimentei a mãe dela com um aceno de mão, andamos direto para o quarto dela, ficamos ali alguns longos minutos nos encarando e depois decidimos por fazer um brigadeiro e olhar um filme, chamamos a mãe dela que nos acompanhou até metade do filme quando foi dormir.

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