25- Eu não sei°

6K 297 12
                                    

Nicole Suzana

      Acordo e Micael está deitado no meu lado na cama, sorrio virando de lado para dar um selinho em seus lábios.

- Bom dia - Falei baixinho e ele sorriu.

- Bom dia - Ele respondeu em meio a um resmungo.

- Você realmente conseguiu - Ele falou e eu sorri.

- Agora você pode dizer que dormiu com uma mulher sem transar com ela - Falei rindo fraco.

- Eu não queria tanto ter conseguido - Ele diz fazendo beiço.

(...)

        Já eram três horas da tarde, saí de casa quando Micael saiu pra ronda dele, fui até a casa da Brunna.

   Entrei pela porta de entrada e chamei pela morena, mas não obtive respostas, subi para o andar de cima aonde escutei um resmungo vindo do último quarto da casa, fui andando pelo corredor até uma porta branca com uma bonequinha segurando uma placa escrita "Princesa da Casa" entrei no quarto lentamente e avistei Matheus sentado no chão em frente ao berço.

Eu deveria tê-lo apoiado, foi errado deixar ele passar por isso sozinho, agora eu sei que Carla nunca quis a criança, ele quis sozinho, eu o abandonei, ele insistiu em mim mas mesmo assim eu o rejeitei.

- Desculpa math - Falo baixinho e uma lagrima cai de meus olhos e eu a enxugou com a parte de trás da mão.

- O que você está fazendo aqui? -A voz fraca dele ecoa pelo quarto silencioso.

- Nem eu sei - Falei dando um passo pra dentro do quarto.

      Olhei Matheus por longos minutos, ele levantou depois de um tempo e andou até mim, seus olhos verdes não tinham brilho, eles deitavam sobre olheiras imensas, os cabelos bagunçados, e uma postura fraca.

- Não queria te atrapalhar -Falei já virando as costas pra sair do quarto.

- Eu que peço -Ele me segura pela mão me fazendo virar pra ele, e em seguida me beija, eu fraca como sempre retribuo, por alguns instantes me permito, depois de instantes ele se afastou do meu corpo lentamente.

- Matheus, por que você faz isso comigo - Falei após o beijo e ele não demonstrou nada.

- Minha filha morreu, meu pai morreu, minha mãe morreu, todos os que eu amo morrem, eu te amo, amo muito mais se for para te ver morta, prefiro você com outro -Ele se afastou saindo de dentro do quarto rosa me deixando lá parada como uma estátua.

(...)

  As palavras de Silva não saíam da minha cabeça, "te amo" "te amo muito", ele me ama, me ama mesmo, será que não foi só instinto, ele estava triste poderia ser somente uma recaída por conta da dor do luto. Mas também poderia ser verdade e ele realmente me amar.

      Fui para casa depois daquilo, agora devem ser quase duas horas da madrugada, me joguei na cama quando cheguei. Será que ele me ama mesmo, será que eu posso confiar nele, o que será que o Micael vai sentir, o que eu faço.

- Ahhh- gritei o mais alto possível contra um travesseiro e depois o arremesei na escrivaninha cheia de coisas que caíram pelo chão, após isso passei mais um bom tempo chorando alto no meu quarto.

- Nicole o que aconteceu aqui? -Henrique perguntou entrando no meu quarto.

- Me deixa em paz - Falei e corri pro banheiro, me trancando no mesmo.

- Nicole abre a porta! -Ele falou do outro lado da porta, batendo forte na mesma.

- Me deixa, vai dormir -Falei em meio ao choro, sentando na tampa do vaso.

  Henrique desiste, ele sai do quarto e eu fico sozinha somente com o barulho do meu choro, cerca de 20 minutos depois escuto uma batida na porta do banheiro.

- Quer conversar?- Escuto a voz suave de Micael atrás da porta.

- Porque você tá aqui? - Perguntei com a voz embargada.

- Henrique me chamou, sai daí - Ele disse e eu então abri a porta do banheiro.

  Meus olhos inchados e vermelhos encontraram os dele que sorriu fraco pegando na minha mão e me levando para sentar sobre a cama.

- Tem haver com o Silva né? - Ele perguntou desviando o olhar.

- Tem - Falei sem hesitar.

- Eu já sabia, por mim tudo bem - Ele diz e eu o encaro.

-Tudo bem? - Questionei e ele sorriu fraco.

- Foi bom ficar contigo, tu me mostrou que as vezes um bom tempo de qualidade é melhor que qualquer sexo por aí - Micael falou e eu baixei a cabeça.

  Ele segurou meu queixo e levantou meu rosto.

- Quero você feliz, só isso - Ele disse beijando o topo da minha cabeça me fazendo voltar a chorar.

(...)

    Jé eram seis e vinte da manhã tomei um banho  e então coloquei um short, e por cima um blusão roxo, sai do quarto com uma mochila nas costas, olheiras enormes e olhos vermelhos.

- Nick aonde você vai? -Rique me para na beira do corredor e pergunta.

- Escola? - Falei meio receosa e ele me encarou sério.

-Pra que você vai? -ele disse e eu revirei os olhos neguei

- Vou pra casa da mamãe, é só um mês- Falei e ele concordou.

- Eu te amo mana -Ele fala me abraçando.

- Também te amo mano - Falei e beijei sua bochecha.

******************* ****************

O Dono Do Morro- 1° e 2° TemporadaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang