Capítulo 13

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(Safira)

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(Safira)

Penso em correr de volta para a casa dos Flintstons, mas lá eu ficaria apenas chorando, chorando, chorando, e sairia da mesma forma, isto é, se saísse, já que com certeza ficaria com vergonha por causa dos olhos inchados.

Preciso conversar com alguém, desabafar, tirar esse peso de mim.

Eu não sei por que aceitei namorar com o Leo, da mesma forma que eu não sei por que acabei de terminar com ele. Eu não deveria ter feito isso. Eu não deveria ter feito nada disso. Nem começado, nem terminado. Eu apenas o fiz sofrer. Eu apenas me fiz sofrer.

Realmente não entendo o que se passa na minha cabeça. Não sei se nas próximas vezes precisarei tomar alguns remédios para fazer decisões corretas, mas certamente o que eu preciso tomar agora é alguns calmantes.

Começo a correr à procura de alguém com quem eu possa conversar: minha mãe, Sarah, Samantha, Ítalo... Qualquer um deles, eu só quero ouvir umas palavras de conforto, um abraço e convencer a mim mesma de que tudo vai ficar bem.

Já estou chorando muito mais do que pensei que choraria, na verdade, eu nem imaginava que esse relacionamento — se é que posso chamar de relacionamento — me afetaria tanto desse jeito em dois extremos: ontem, totalmente feliz; agora, totalmente arrasada.

Enquanto as lágrimas caem e esfrego constantemente minhas mãos no rosto corro até o salão, mas vejo apenas um garoto tocando violão. Não consigo distinguir quem é porque meus olhos estão marejados demais, deixando minha vista embaçada. Então viro rapidamente de costas antes que ele me perceba e corro na direção da casa das meninas, mas de longe avisto o campo de futebol. E todos os jovens ao redor.

Droga! Tinha esquecido que já começaram as partidas oficiais do campeonato de futebol, e que todos param suas atividades para assisti-las. Bom... Quase todos.

Apesar de que, provavelmente, meu rosto já esteja inchado vou até aquele aglomerado de pessoas e, ignorando todos os olhares interrogativos das pessoas por quem eu passo, consigo avistar o Ítalo e agradeço mentalmente a Deus por ele estar na reserva, assim posso tirá-lo daqui para conversarmos melhor a sós. Eu só preciso ouvir o seu "vai ficar tudo bem, estou aqui". Ele sempre fala isso quando o procuro chorando. Mas claro, enquanto me abraça, o que torna tudo muito melhor.

Ando batendo (sem querer) no ombro das pessoas ao meu lado e finalmente já estou atrás dele.

— Ítalo. — Falo, tentando deixar minha voz grave e baixa para que não chame a atenção de mais ninguém, mas acaba soando chorosa, fina e mais alta do que eu gostaria. Sorte que, por conta dos gritos da torcida os jovens ao meu redor, nem ligam para mim ou o que quer que seja que eu tenha dito.

— Ô... — Meu amigo se vira pra mim e imediatamente levanta da cadeira de plástico onde estava sentado, já colocando as duas mãos no meu rosto e franzindo as sobrancelhas. Imagino que ele iria dizer "oi", mas parou assim que viu a cor que provavelmente está o meu rosto: todo vermelho. — O que aconteceu? — Pergunta preocupado.

Assim que ele faz essa pergunta eu não consigo me segurar. Só queria que não houvesse mais ninguém ao nosso redor. Apoio minha testa no seu peito e ele me abraça por cima.

Graças a Deus ele ainda não jogou e, portanto, não está todo sujo, melado e suado. Mas na situação em que estou eu de fato não me importaria em abraçá-lo, mesmo que ele estivesse coberto de lama.

— O que foi, Sah?! O que está havendo?! Tá sentindo alguma coisa?! — Ele me afasta pelos ombros, provavelmente para olhar para o meu rosto.

Eu realmente queria poder contar tudo agora, mas aqui não dá. Aliás, eu mal conseguirei contar algo nos próximos minutos, então vou passar metade da nossa conversa apenas chorando.

De uma forma ou outra, não pode ser aqui. Estou de costas para o campo onde o jogo está acontecendo, e o local está muito aglomerado e barulhento para podermos conversar em paz.

— Será que nós pode... — Começo a falar, mas sinto algo bater em minha cabeça ao mesmo tempo em que alguém grita alto o meu nome e depois tudo escurece. Tenho a sensação de estar deitada em uma superfície dura onde tudo gira. Meu corpo inteiro está girando e eu me sinto uma bola de basquete rodada encima do polegar de alguém. Só consigo sentir isso antes que meu corpo todo fique dormente e eu perca qualquer noção de consciência que me restava.

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De volta ao AcampamentoWhere stories live. Discover now