Capítulo 15

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(Samuela)

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(Samuela)

São exatamente 3:37 da manhã. O céu está sem nenhuma estrela e o silêncio preenche todo o ambiente. Desde o acidente com a Safira eu não consegui me acalmar. Como mãe deveria estar otimista, mas minha preocupação está excedendo todos os limites! Já chorei tanto que agora nem isso eu consigo.

Deitei na cama com o Cauã, conversamos um tempo e ele até conseguiu me acalmar um pouco, mas eu fico pensando em como ela deve estar lá, sozinha com o Ítalo...

E se ela passar mal? E se eles precisarem de algo? E se ela acordar e ver que a própria mãe não está ao seu lado em um momento tão importante?

Fiquei deitada ao lado dele por um tempo, sem conseguir pregar os olhos, mas depois de alguns minutos me levantei. Desci as escadas, tomei um copo com água e agora estou sentada no sofá, olhando para o nada, pensando apenas na minha filha e em como deve estar agora.

O dia estava totalmente normal e animado, todos se divertindo, conversando, aproveitando... E isso simplesmente acontece! Minha filha nunca havia sofrido nenhum tipo de acidente, nem cair de uma bicicleta! Não sei nem o que sentir! Meu coração se agarra à esperança de que tudo vai ficar bem, mas no fundo sempre vem um "mas", um "e se"... E isso me desmorona.

Percebo que umas lágrimas teimosas insistem em cair.

Respiro fundo.

E deixo que caiam.

— Oh Pai... — Sussurro fechando os olhos. — Como minha filha está agora?! — Inspiro. — Promete que está cuidando dela pra mim?! — Fungo. — Me desculpa por estar assim tão preocupada e ansiosa, é que isso nunca tinha acontecido, espírito santo... Mas eu sei... — Franzo as sobrancelhas. — Sei que está lá com ela, que está tomando conta dela, que vai fazer a tua vontade! Só... Me acalma agora!

Estico o pescoço e recosto a cabeça no sofá, mantendo os olhos fechados enquanto mais algumas lágrimas caem e eu converso mentalmente com o espírito santo, pedindo que ele me acalme, me dê forças e cuide da Safira.

— Amor?! — Abro os olhos abruptamente ao ouvir a voz de Cauã quebrar o silêncio da sala. Logo em seguida, seus pés fazem barulho na escada de ferro em espiral e o vejo se aproximar. Abaixo a cabeça e ele se senta ao meu lado. — Senti um vazio ao meu lado quando me virei e não te senti, amor... — Ele fala em voz baixa. Apenas insinuo um sorriso e apoio minha cabeça no seu ombro, fechando os olhos novamente. — Não dormiu nem um pouco?

— Não. — Respondo com a voz meio rouca e ele respira fundo.

— Vai ficar tudo bem, Sam! — Fala depois de alguns minutos, quebrando o silêncio. — Você vai ver! Isso foi só um susto e logo ela vai estar aqui no acampamento de volta, não se preocupe tanto! Sabe muito bem que Deus está no controle, não sabe?

— Eu sei, mas...

— Não tem "mas", meu amor! — Ele me corta, mas com a voz doce; e está acariciando meus cabelos, que provavelmente devem estar só nós. — Ou você confia completamente em Deus, ou não confia. Não tem meio termo. 1Pedro 5.7, lembra?! Ele tem cuidado de nós. E se Ele tem cuidado, não há motivo nenhum para essa tristeza toda. Qual é, Sam?! Não precisa disso, amor! Calma! Foi só um acidente, essas coisas acontecem, mas ela vai voltar! E outra: não é como se ela estivesse lá sozinha. Nós não a abandonamos! Tivemos que ficar aqui porque temos nossos compromissos com esses jovens, eles também são nossos filhos! Mas o Ítalo está lá com ela. Você não confia nele?

De volta ao AcampamentoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora