Capítulo 18

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(Safira)

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(Safira)

Abro os olhos devagar, tentando lembrar das informações que recebi ontem.

Meu nome é Safira. Tenho 18 anos. Meus pais estão aqui. E tenho uma irmã.

Sofri um acidente quando estava em um acampamento da igreja e perdi a memória. Qualquer coisa que precisar devo chamá-los.

Ok. Tudo certo.

Respiro fundo e viro o rosto para o lado.

— Oh! — Emito um som com a boca ao inspirar quase todo o oxigênio do quarto. Meu Deus! Tem um cara sentado ao meu lado. E ele está me encarando. O que eu faço?! Grito?! Chamo os médicos?! Chamo os meus pais?!

Será que é um psicopata que entrou no meu quarto?! Ou será alguém que eu conheço?!

— Desculpa! — Ele fala em tom baixo ao levantar as mãos. — Não queria te assustar! — Franze as sobrancelhas enquanto coloca a mão na minha cama. Afasto-me por impulso, e quando o faço ele retira rapidamente as mãos, me fazendo pensar que talvez eu tenha sido grossa.

Será que eu o conheço?! O que ele é pra mim?

Ficamos um período em silêncio e eu o analiso. Alto, pele branca, olhos negros e um cabelo preto meio alto e rebelde. Seu rosto tem formas geométricas perfeitas, e sinto vontade de tocar seu queixo quadrado. Nunca vi ninguém parecido — pelo menos o homem que se diz meu pai ou os médicos que estavam aqui não se pareciam com esse cara!

— Você está bem? — Pergunta depois de um tempo, quebrando o silêncio.

— Ahn... — O encaro sem saber o que dizer. — Acho que... Acho que sim. — Ergo os ombros.

Ele então abre um sorriso sem mostrar os dentes, e eu acho que vejo algo parecido com lágrimas se formando em seus olhos.

— Que bom! — É o que diz.

— Desculpa, mas... — Crio coragem para fazer a pergunta que quero. Tenho medo de falar algo errado. Todos que falaram comigo até agora — fora os médicos — choraram, e minha consciência começa a pesar. O que eu digo de tão errado para todos eles?! Eles choram simplesmente porque eu pergunto quem são?! Eu não entendo! — A gente... É... Eu... Eu conheço você?

Ele engole em seco e continua me olhando com um sorriso um tanto morto nos lábios, mas não responde. O que há de errado com ele?! Ou comigo?!

— Será que pode me responder? — Pergunto novamente.

— Ah, desculpa! É que... Eu... — Ele sorri novamente e estende a mão direita para mim. — Meu nome é Ítalo. É um prazer conhecê-la! — Ele fala, e abre um sorriso sincero. Não faço a mínima ideia de quem seja, mas por educação eu aperto sua mão.

De volta ao AcampamentoWhere stories live. Discover now