Huit

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Mais alguns dias se passaram e minha mãe me ligou uma vez. Toda semana ela é autorizada a me ligar e nós podemos conversar por 1 hora. Ela me perguntou se eu tinha feito algum amigo e eu falei apenas de Soonyoung. Eu não queria falar para ela sobre Chan ou sobre Junhui. E para ser sincero eu nem mesmo sabia se Soonyoung era meu amigo.

Eu estava tão feliz falando com a minha mãe pelo telefone, até a frase 'Minah esteve aqui ontem' sair da boca dela.

"E?", foi a única coisa que pude dizer.

"Ela está muito preocupada com você"

Forcei uma risada e minha mãe suspirou.

A chamada estava quase acabando, só tinha mais 2 minutos sobrando então eu decidi terminar assim: "Essa vadia está preocupada comigo depois de ter terminado nosso namoro de uma forma horrível. Diga a ela que deveria ir para o inferno"

Depois de desligar, vi Junhui parado na porta rindo, porque era a primeira vez que ele me ouvia xingando alguém.

"Eu não sou seu amigo?", ele perguntou e pegou o telefone que ainda estava em minha mão.

"Para quem você vai ligar?", eu o disse ignorando a sua pergunta.

"Responda a minha pergunta primeiro. E por que você quer saber? Tá com ciúmes?", ele disse e riu.

Eu sorri e sacudi a cabeça.

"Não. E sim, você não é meu amigo"

Ele parou de rir: "O que? Por que?"

"Responda a minha pergunta primeiro. Para quem você vai ligar?"

"Desde quando você ficou tão confiante? Vou ligar para o meu pai"

"Eu pensei que você não gostava dele", eu falei enquanto ele colocava o telefone em sua orelha.

Ele apertou seus lábios um no outro e sacudiu a cabeça.

"Sai"

E eu saí.

Chan ainda não tinha voltado e ninguém sabia onde ele estava. Então eu estava sozinho no meu quarto e eu comecei a odiar isso.

Na real, eu gostava de ficar sozinho, mas esse lugar era diferente.

Eu me sentia solitário, mas também não queria visitar os outros dois garotos.

No jantar eu vi apenas Junhui sentado na mesa e encarando sua bandeja.

"Hey", eu disse para que ele me notasse, mas ele não ergueu os olhos para mim.

"Onde está o Soonyoung?", eu continuei tentando chamar sua atenção, porém ele nem mesmo se mexeu.

"Junhui está tudo-"

Ele cortou minha fala com: "Você tem razão. Eu odeio meu pai e foi um erro ligar para ele"

"Eu disse que tinha sido um err-"

Eu parei novamente depois que ele olhou para cima e notei seus olhos vermelhos e molhados. Ele tinha chorado.

"Junhui, o que aconteceu? Deveria chamar uma enfermeira?", eu ia me levantar mas ele agarrou meu braço.

"Por favor não. Eu te imploro, Minghao. Só coma e aja como se tudo estivesse bem", ele disse com uma voz fraca.

"Ah, ok", e novamente eu fiz o que ele me disse para fazer.

Nós comemos mas não falamos nada. Nós não conseguimos nem olhar um para o outro. Eu ainda estava surpreso de ver um lado fraco do Junhui.

"Vamos nos encontrar no telhado de novo hoje a noite. Eu quero muito ir lá. Você já sabe o caminho agora, nós não precisamos te acordar, certo?", ele disse tentando forçar um sorriso, mas não deu certo.

"Hm, claro. Te vejo mais tarde"

E ele foi embora.

Eu continuei comendo minha comida e me dei conta de que eu não me pesava à uma semana.

Quer dizer, eu me pesei mas a Dra. Nam não me mostrou os números.

Alguém tocou no meu ombro e eu me virei para ver quem era.

Era aquela garota de novo. Aquela que me ajudou comendo minha sopa.

"Posso sentar do seu lado?", ela perguntou. Eu olhei em volta e vi apenas algumas enfermeiras em pé, perto da porta e conversando.

"Claro", falei.

Ela sorriu e sentou no lugar que antes havia sido ocupado por Junhui.

"Ele é fofo", ela disse de repente.

"Quem? Junhui", eu perguntei e deixei uma risada escapar. O Junhui definitivamente não era fofo.

"Não. O seu colega de quarto, Lee Chan", ela sussurrou como se fosse um segredo.

Eu ri novamente, mas parei ao notar sua expressão triste.

"Me desculpe", eu disse e ela apenas assentiu.

"Eu não o tenho visto a dias. Você sabe onde ele está?", ele me perguntou após alguns segundos de silêncio.

"Não. Eu quero muito saber também. Ele teve uma... recaída, se é que você me entende, alguns dias atrás"

Ela suspirou: "Espero que ele melhore logo"

"Nós todos esperamos, uhm..."

"Meu nome é Sua", ela disse e riu.

"Eu sou o Minghao", eu disse e ela assentiu novamente.

Uma das enfermeiras veio e ficou chocada quando viu nós dois juntos.

"Sua, o que a gente te disse antes?", ela disse com um tom sério e a garota murmurou um 'desculpa'

"Que seja. Minghao, você pode ir agora", ela falou.

Eu levantei e no caminho de volta até meu quarto, eu vi Junhui.

"Não conte a ninguém sobre os nossos planos hoje a noite", ele sussurrou em meu ouvido, me fazendo arrepiar.

E então ele foi embora.

Eu entrei no meu quarto e tentei permanecer calmo, porque tinha uma surpresa deitada numa cama.

Chan.

"Você voltou!", eu disse e ele se virou para mim, sorrindo.

Ele se sentou e eu sentei ao lado dele.

Nós não falamos nada.

E foi a primeira vez que eu quebrei o silêncio.

"Você conhece a Sua?", perguntei a ele.

"Sim, essa garota é muito estranha. Ela é daquele tipo que você sabe porque está aqui só de olhar para ela. Ela também é muito assustadora. Mas como você conhece ela?", ele disse.

"Nós só conversamos no jantar", eu disse e ele me contou que na verdade ela não tinha permissão para falar com ninguém.

...

Eram 23:00h mais ou menos e eu estava esperando nas escadas pelo Junhui. Ele me disse para chegar na hora, mas ele mesmo estava atrasado.

Suspirei e comecei a debater com meus pensamentos se eu deveria ir embora ou esperar mais um pouco.

Do nada a porta que levava ao telhado se abriu e Junhui apareceu com um sorriso em seus lábios e depois que ele sussurrou 'Olá babyboy', eu prendi a respiração por conta do forte cheiro de álcool que vinha do seu hálito.

xxx

[N/T]: Oioi! desculpa a demora gente, a vida tá uma loucura. estou na semana de trabalhos e provas na faculdade e eu tô meio assim morrendo sabe...

O que acharam desse capítulo? só levei tiro kkkk.

Até o próximo!

Ala 11 ; [junhao]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora