Capítulo 6

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Point Of View Justin Bieber

- Até quando vai ficar nessa, Justin?

- E-eu não sei... Não é como se ela fosse corresponder. Sei lá, eu... Uh... Não sei... - ele me lança uma cara de tédio.

- Você tem quantos anos que não sabe resolver esse tipo de coisa? - pergunta, com ironia - É simples demais, filho: Chega nela, pergunta se ela quer, se ela quiser, cê volta aqui com um netinho pra mim. Se não, sinto muito, cara. - e ri, da minha cara, provavelmente.

- Eu não acho que seja simples, pai. Porra, é a Ashley...

- O que essa garota tem que te deixa com tanto medo assim de tentar alguma coisa?

Acabo por gaguejar sem som quando tento responder algo. Eu realmente não sei. Ashley, o que você tem de tão especial, afinal?

- Acho que... Sei lá, ela é ela. - passo uma das mãos no cabelo - Eu, uh...

Sou interrompido por sua risada alta. Ele provavelmente está se divertindo com o meu papel de trouxa.

- Em pensar que você ficou esse tempo todinho negando sentir algo a mais que amizade por ela...

Abaixo a cabeça, fitando o pequeno espaço de chão entre minhas pernas e o sofá, e respiro fundo.

- Olha pra você - sorri - Está caidinho por ela!

- Ah, também não exagera, por favor.

- Certo. - da uma batidinha no meu ombro - Mas e aí, o que decidiu?

- Hm... Vou pensar. - ele revira os olhos para a minha resposta.

- Vai pensar em nada não, me dá isso aqui - diz decidido, me estendendo a mão em um pedido pelo meu celular, mas eu meio que não entendo.

- O que?

- O celular. Me dê. - continua com o braço estendido.

- Pra que você quer? - pergunto, já o pegando e indo desbloqueá-lo.

Ele me ignora e o pega da minha mão, mexendo em algo nele e não me deixando ver o que era quando me inclino.

Depois de uns segundos ele o põe no ouvido, por certamente estar ligando para alguém e se vira pro meu rumo para ficar me encarando, enquanto a ligação fica chamando.

- Toma, ela atendeu. - ele me entrega o celular - Fala com ela. Agora.

Eu levo a atenção para o celular e fico boquiaberto quando vejo de quem se trata. Ele estava ligando para Ashley.

Imediatamente levo-o ao ouvido e...

- Ah, oi, Ash.

Eu estou mesmo nervoso?

- E aí, o que é que ta pegando? - vejo que ela está com um bom humor.

- Ah, eu, hm... - meu pai me lança aquele olhar de "Fala. Logo. Essa. Porra. Ou. Eu. Te. Esgano. Moleque!" e então me vejo obrigado a falar... Mas não consigo. - Você... Hm, v-você, ahn, você pode vir aqui em casa? Preciso falar com você. - Isso! Glória a Jesus!

Meu pai prende o riso.

- Ahn... Posso, eu acho. - tom de voz desconfiado - Você quer que eu vá agora?

- Quando você puder.

- O.k. Já, já chego aí. Era só isso?

- Sim.

- Então tá. Tchau!

Tchau. - me apresso em finalizar a chamada.

Suspiro, aliviado por certa parte.

E meu pai ri.

- Você fica parecendo um um moleque sempre que fica nervoso ou é assim só quando é com ela? - ele pergunta, sarcasticamente. Reviro os olhos.

- Só não mato o senhor porque é meu pai. - resmungo, e ele ri da minha cara novamente.

Alguns refletidos minutos depois esperando certo alguém chegar - ou não -, ele volta a indagar.

- Hm, me diz... Quando vocês fizeram pela segunda vez, que foi a última, né? - eu assinto - Então, o que aconteceu depois?

- Ah... - entorto a boca, relembrando - Nada. Foi estranho. Nenhum dos dois sabia o que falar e quando eu, finalmente, consegui falar algo, disse que aquilo tava saindo do controle. Depois ela perguntou se eu queria fazer isso quando eu estava fazendo. - franzo o cenho para a minha própria explicação - Era mais pra se eu estava a desejando, e não fazendo por impulso ou falta de sexo, sei lá. E eu, bem, eu travei. Não soube o que responder. Porque, droga, eu não sabia... Não sabia o que estava fazendo, o que estava sentindo, eu... - me próprio interrompo, cansado de pensar. Passo as duas mãos no rosto e suspiro, voltando a falar segundos depois, com meu pai dando tapinhas em minhas costas - Depois de ver que eu não ia falar nada, ela saiu do quarto e foi embora. Provavelmente chateada por achar que foi usada ou sei lá. Ficamos sem nos falar por uma semana e depois tudo voltou ao normal. Ficamos fingindo que nada aconteceu e retomamos a amizade. Quer dizer, não voltou a ser a mesma coisa, mas... É alguma coisa. - rio e meu pai me acompanha.

- Vocês são estranhos. - rimos, mais uma vez - Hm, e você voltou a chorar por aquela menina, depois disso?

- Que menin- ah, a Selena. Não, não voltei. Eu, bem, eu... Uh... - caramba, porque eu não voltei mesmo?

Ele suspira.

- Justin, meu filho...

- Quê?

- Você é burro?

Franzo o cenho, não entendendo nada. E por ver, ele então continua.

- Tá na cara, Justin. Tá escrito na sua testa. É ela. Qual o seu problema? Porque nã...

Ding dong, meu pai é interrompido pelo som da campainha.

Ding dong, ela chegou.

Ding dong, a partir de hoje odeio campainhas.

Ding dong, é agora, Justin.

[N/A: ding dong, eu falo mt "sei lá", ding dong, eu me odeio, ding dong, alguém ressucita a minha criatividade? ding dong, chega dessa viadagem, ding dong, olha até rimou kjhggfd]

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