This Is War {H.S}

✧011✧

{Harry}

O silêncio no carro era realmente horrível, podia ouvir nossas respirações misturadas e eu estava assustado pensando que Hooters poderia ouvir as minhas batidas cardíacas. Estava preparado para dizer alguma coisa, porém um mau estar começou a me atingir.

Péssima hora pra querer vomitar, Harry.

Paro o carro no acostamento alguns quilômetros a frente, abro a porta e apenas jogo todo o álcool para fora do meu estomago. Sinto os leves tapas de Gabriel em minhas costas e eu apenas tossia desesperadamente. Após me acalmar, fecho meus olhos e respiro fundo aliviado por tal situação ter acabado, em milésimos de segundos os tapas pararam e a porta do passageiro foi aberta com força trazendo um forte vento consigo.

Um calafrio correu pela minha espinha me fazendo tremer, era uma sensação horrível e desesperadora.

—Está tudo bem, Harry? —Uma voz doce feminina acariciou meus ouvidos, era tão melodiosa que parecia um canto de anjo. Num susto, apenas olhei para o lado, tendo assim visão do Hooters com uma roupa diferente.

Ele te fez uma pergunta, idiota!

Eu estou bem?

Claro que está! A garota está ao seu lado, tem algo melhor?

Ouvi a risada abafada da mesma e pensei ter feito algo errado. Ligo o carro num surto de nervosismo e começo a dirigir.

—Algo errado? —Pergunto tendo coragem para responder e aperto o volante de leve. O carro dava alguns pulinhos por culpa dos buracos, essa era uma estrada horrível.

—Não, apenas corou. Achei engraçado. —Ela deu de ombros e voltou sua atenção para a janela, as luzes dos postes iluminavam o caminho. De segundos em segundos eu olhava para a menina com aparência de rapaz; percebo uma tatuagem atrás de sua orelha e fico confuso.

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—Por que está vestida assim?

—O quê?— Hooters suspirou com uma confusão estampada em sua face.

—Você está vestido diferente, por que não está com a roupa antiga?

—Medo, talvez. —Seu olhar se tornou vago e aquilo me deixou ainda mais irritado.

—Tem como você olhar para mim enquanto conversamos?— Resmungo e encosto o carro no acostamento, olho para a garota que estava mais confusa ainda. —Quero respostas.

—E vai ter, mas não agora!

—Você me prometeu respostas na festa, Hooters.—

—Olha, querido, não estou com paciência pra responder essas tuas perguntas.— Ela resmungou e olhou em meus olhos; as íris da garota pareciam mudar de cor com frequência.

Gabriel havia me chamado de querido?

—Estou entediada não quero voltar para aquele quarto hoje... —Resmungou mexendo em suas unhas que estavam pintadas.

—Irei falar com o General, não vais ficar no mesmo cômodo que os outros. —Cruzo meus braços e a vejo sorrir travessa, seus olhos ganharam um tom de vermelho mais escuros.

—E quem vai me impedir de não ficar lá? Você?— Ela subiu em meu colo deixando as pernas ao lado da minha cintura, suas mãos em meu peito me faziam querer algo à mais, um toque diferente.

Tem algo errado.

—Hooters estou dirigindo, está louco? —Pergunto encostando o carro novamente, era isso ou teríamos um acidente recente.

—Para de ser antiquado, vamos...Vai ser divertido. —Paro-a segurando em sua cintura e tentei a afastar de mim.

—Qual é, Harry? Vais me dizer que não está gostando?— Suas mãos pararam em meus cabelos os puxando para trás com calma, aos poucos fui sentindo sua respiração quente em meu pescoço.

—Pára. —Ordeno. Tinha algo errado, bebida talvez? Não, ela não iria ficar bêbada com o ar, e não havia bebidas dentro do carro.

—És um careta, Harry Edward Styles. —Hooters resmungou e voltou ao seu banco. Fiquei alguns segundos pensando no que havia acabado de ocorrer naquele carro, e o quão burro fui de não ter deixado rolar.

—Ei... Eu...—Estava começando a falar, mas sou interrompido pelas portas d,o carro abrindo com brutalidade e um vulto parando atrás do garoto e o levando para fora. —Gabriel! —Saio do carro e vejo o Gabriel com outro... Hooters?

—Styles, fique aí. —O maxilar do Hooters que estava em pé travou, estava prestes a dar um passo quando suas mãos se fecharam em punhos. —Eu mandei ficar aí, porra! — Ele acabou gritando, me fazendo recuar.

—Harry, estou com medo. —O Gabriel que estava jogado no chão, choramingou com os olhos marejados.

Espere o Hooters odeia me chamar de Harry.

Recuo mais e olho assustado para os dois seres que estavam ali. Eram gêmeos? Que porra que estava acontecendo?

—Harry?

—Quem é você? —Pergunto e minha postura fica rígida. Dois Hooters estavam na merda da estrada! Dois!
Não sei se isso pode ser considerado excitante ou perigoso!

—Como vocês são caretas... —Revirou os olhos enquanto se transformava em sua fisionomia real —Cavaleira do inferno, ou insana. Chame do que quiser, querido.— Ela fez uma reverencia enquanto mantía o sorriso no rosto.

—Cavaleira do que?— Prendo uma vontade de rir.

Era tudo brincadeira! Como acreditei nisso?

—Pensa que estou brincando?— Seus olhos se tornaram negros por completo. —Pergunte para sua amiguinha, afinal, ela é uma de nós!— Um corte se formou em suas bochechas, transformando-as em um sorriso realmente bizarro.

—Amiga? Gabriel? —A chamei e ela me olhou com o mesmo sorriso. —O que está acontecendo?

—Tudo o que eu deveria ter deixado acontecer há séculos atrás.— Hooters verdadeiro se aproximou lentamente, pude sentir minha raiva aumentar a cada passo que ela dava, não sabia o motivo. Suas mãos foram até meu pescoço e estremeço ao ver a coloração de seus olhos.

—Hendall, largue-o. —Um homem de sobretudo apareceu como um fantasma e tentou se aproximar de nós dois.

—Castiel, meu caro irmãozinho. Já não disse para parar de atrapalhar meus negócios?— A garota indagou me olhando fixamente e se aproximou ainda mais. Tentei mexer meu corpo de alguma forma, mas ele parecia paralisado de alguma forma.

—Nossos irmãos...

—Seus irmãos!— A tal Hendall gritou me jogando longe fazendo meu corpo bater com brutalidade em uma árvore.

***

Enquanto Castiel tentava chamar a atenção de Hendall, ela não percebia que Miguel estava levando seu —protegido— ao acampamento. Todos sabiam que o temperamento da garota não era tão fácil de conter, mas naquele exato momento algo parecia errado. Todos sabiam até onde ia a raiva do anjo, mas ali era algo anormal; seus olhos estavam vazios e o sorriso não saia de seus lábios, o seu peito subia e descia de uma maneira descontrolada.

Havia sim algo errado.

—Você nunca se importou, Castiel! Nunca!

—Não fale isso, sempre cuidei de ti. Nós cuidamos de ti, Hanne!— Seu tom era calmo e sereno.

—Mentira!

—Desculpe, Hendall, mas estás num modo irracional para termos essa conversa.— O anjo olhou para trás, onde Uriel mirava sua flecha tranquilizante. Seus dedos logo soltaram a flecha, fazendo-a cortar o vendo com rapidez e precisão. —És uma ameaça para nós e aos humanos, me perdoe por isso.

—Também peço perdão, meu irmão.— Após dizer, a garota logo some. Apenas deixando a flecha cortar o vulto onde ela estava e cair no chão.

—Droga!— Castiel deu um soco no ar e passou as mãos em seu rosto. Ele tinha um pressentimento ruim sobre aquilo e sabia que Hendall não estava a salvo naquela hora.