L.
Rayna.
As folhas ficaram vermelhas, laranjas e amarelas com a passagem do outono, o amarelo agora predominava colorindo vários pontos da cidade e do meu jardim. Não havia conseguido contato com Harry desde que ele foi mandando para se recuperar na mansão, eu não pude ter acesso ao quarto para vê-lo quando tentei e soube que ele ainda não tem permissão para ir muito longe por conta da sua saúde.
Já se passou um mês desde o começo da sua recuperação e às vezes tarde da noite eu recebia algumas mensagens que Harry conseguia me enviar quando J ia visitá-lo. Mais algumas semanas e ele estaria oficialmente de alta e fora dos controles de Loren.
W parou o carro no jardim da mansão e suspirei ajeitando meu casaco, meu pai havia pedido para que todos nós nos reuníssemos para falar sobre a ação de graças que está se aproximando já no começo da próxima semana.
- Agora que todos estão aqui, vocês sabem como é importante que a nossa família demonstre sua união nesse dia, muitas pessoas se espelham em nós e eu quero que todos estejam aqui na segunda-feira. – Meu pai começou e cruzei as pernas encostando-me ao sofá.
Todos os anos era a mesma coisa, um jantar requintado registrado em algumas fotos "espontâneas" postadas por algum membro da família – quase sempre a Lia – e depois todos podiam deixar suas mascaras de lado na terça-feira.
- Eu vou começar a conversar com os organizadores e deixar tudo preparado. – Loren avisou.
- Eu estarei aqui. – Disse levantando-me. – Eu posso ir agora? – Perguntei calmamente colocando meu casaco.
- Se você quiser ficar para o almoço. – Loren ofereceu e neguei.
- Eu tenho algumas coisas para fazer. – Menti. – Fica para a próxima.
- O seu segurança, L, deve voltar mais cedo do que o previsto. – Meu pai avisou e senti um frio em minha barriga. – Ele já está praticamente recuperado, está fazendo turnos pequenos, mas antes do fim do mês deve voltar para a casa segura e voltar à frente da sua segurança.
- Eu fico feliz que ele esteja bem. – Assenti tentando manter minha pose. – Eu vou até o banheiro e depois irei embora, com licença. – Pedi deixando a sala e sorri agarrando a alça da minha bolsa.
Entrei no banheiro lavando as mãos que estavam um pouco soadas e respirei fundo colocando novamente minhas luvas e passei um pouco de hidratante labial antes de sair para evitar que ressecassem com o tempo.
Olhei em direção uma das saídas do corredor que dava para o lado de trás do jardim enquanto fechava a porta e estreitei o olhar quando um homem passou pelo jardim.
Sorri olhando em direção a sala antes de seguir para a parte externa e confirmei minhas suspeitas quando vi Harry parado um pouco antes da frente da casa.
- Senhorita Rayna, nós já vamos? – W perguntou e me assustei virando-me para a porta de saída do corredor.
- É... Daqui a pouco, você pode ir pegar o carro. – Mandei ajeitando meu cabelo e desviei o olhar para que ele não percebesse meu constrangimento.
- Estava me espiando? – Ouvi uma voz atrás de mim e sorri quando W se foi.
- Talvez. – Murmurei virando-me e Harry sorriu.
Lá estava ele, depois de um mês ele parecia muito saudável e forte como sempre, eu tinha sentido falta de vê-lo.
- Parece que você perdeu peso de novo. – Comentou se aproximando um pouco mais e segui ao seu lado até um lugar mais fundo no jardim.
- Eu tive alguns altos e baixos.
- Parece que você está tendo uma boa melhora, mas ainda está mais magra. Talvez eu tenha que te levar novamente para comer sopa.
- Eu adoraria voltar lá. – Sorri batendo nas costas de Harry quando o mesmo parou entre as arvores altas do jardim da extensa propriedade. Seu corpo se virou rente ao meu e levantei um pouco a cabeça para encará-lo.
- Você deve voltar logo ou W virá procurá-la. – Murmurou acariciando meu rosto e fechei meus olhos instintivamente.
- Eu senti sua falta. – Sussurrei um pouco inconsciente das minhas palavras e um breve suspirou encapou quando senti seus lábios encostarem-se aos meus.
Harry segurou em minha cintura puxando-me para ele e coloquei minhas mãos em seu rosto desfrutando de um beijo intenso repleto de saudades. Sua mão escorregou pelas minhas costas subindo até a minha nuca puxando levemente para trás e ofeguei passando os dedos entre os fios do seu cabelo.
- Eu também senti sua falta. – Sussurrou ofegante e pressionei com mais força os meus olhos quando seus lábios beijaram suavemente minha testa. – Você precisa ir.
- Eu sei. – Respirei fundo sentindo o êxtase de estar ali nos braços dele novamente.
- No dia de ação de graças eu vou arrumar um jeito de te ver depois que acabar o jantar de vocês. – Disse e assenti abrindo os olhos.
- Eu vou esperar por isso. – Afirmei segurando em suas mãos. – Tchau Harry.
- Até logo Rayna.
Harry/L.
Loren não demorou a aparecer no quarto depois que Rayna se foi. Ela ignorava minha afirmação de um mês atrás desde que a ouviu pela primeira vez, ela disse que o amor não é para todos e eu entenderia isso.
- Você deve descansar no dia do jantar, eu não gostaria de vê-lo passeando por ai, o jornal disse que a temperatura estará baixa durante a noite.
- Eu sei, pretendo ficar por aqui. – Disse colocando minha arma sobre a mesinha e sentei na cama.
- Quer ajuda com a pomada? – Perguntou e balancei a cabeça.
- Está na última semana, logo não terei que usar mais nada, está bem cicatrizado.
- Sim, eu disse que com o acompanhamento médico adequado e descanso você se recuperaria rápido. Não teria isso naquela casa. – Sorriu colocando o copo d'água no criado-mudo.
- Acho que os empregados já devem ter estranhado os seus favores senhora, não deveria vir me servir.
- Temos uma relação um pouco mais estreita que isso Harry, sabemos disso.
- Já se passou um mês, você conseguiu alguma coisa que me faça manter essa relação com você? – Perguntei fechando novamente minha camisa.
- Acho que sim. – Disse jogando uma pasta em cima da cama. – Esse é o laudo detalhado da autopsia feita no corpo da sua mãe, ela teve quase cinquenta por cento do corpo queimado, ela já estava morta quando incendiaram a casa.
- Tortura? – Respirei fundo enquanto analisava as folhas.
- Parece que ela sofreu antes de morrer, ao que tudo indica, todos sofreram muito antes de morrerem. Aquele homem fez isso com toda a sua família Harry. Esse é motivo suficiente para que continue aceitando a minha ajuda?
Apertei as bordas das folhas tentando manter minha concentração e Loren se aproximou abaixando-se perto de mim.
- Ele precisa pagar pelo que fez a sua família e eu sei que você quer que ele pague.
- Você precisa me dizer... Quem é? – Pedi encarando-a.
- David... David Bayer, o tio da Rayna. Foi ele quem mandou matar a sua família.
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Mais um, espero que gostem, votem e comentem. Beijinhos :)
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L - Harry Styles.
FanfictionNo mundo do poder, política e dinheiro, ninguém é puro... Ninguém é inocente. Rayna, única filha do primeiro-ministro do Canadá, sempre viveu escondida no anonimato como um segredo de ouro que nunca deveria ser revelado, mas um atentado a ti...