XXCIX

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Abro os olhos outra vez, e outra vez estou naquela enorme câmara, isso é estranho, eu estava me sentindo verdadeiramente diferente, como se eu já não fosse eu. O que aconteceu, o que fizeram comigo, eu..eu..eu estou diferente eu sinto isso. Você já se sentiu assim?

Levanto, mas estranhamente, sem nenhuma dor, sem nenhum cansaço, parecia até que meu corpo flutuava, mas de de repente volta tudo de novo, eu me sinto fraca, fraquissíma pra dizer a verdade, exausta.

O quê que esta acontecendo comigo. Será que foi aquilo que o Dark me disse? Que eu posso não ter controle de mim mesma? Que eu posso ser domada pelo poder?

Meu Deus não permita isso.

Quando vou dar um passo pra frente, sinto um puxão no meu cabelo, olho para ele e vejo que eu estou pisando nele, hã? Não, não, não, não, não, deixo correr uma lágrima pelo meu rosto.

Meu cabelo, mas um sinal....será que eu vou sair daqui viva? Meu cabelo não pode crescer assim mais, porque isso quer dizer que....

Que a minha morte está próxima.

Suspiro e inspiro.

Calma Ashley, você vai conseguir, tem um monte de gente a espera de você. Então não se abale, e saia mais rápido daqui, quando pôder.

Estou me sentindo desequilibrada, estranha.

Pego o cabelo todo e enrolo num coque frouxo, mais bem forte, não quero surpresas.

Olho em volta da sala, e a boca daquela estátua de gargola estava aberta, e como é a única saida evidente desse lugar, acho que da entrada ao desafio.

Vou andando até lá, mas bem eu nem sequer consego me sentir confortável comigo mesma, ao andar, eu estou fora e dentro de mim, de uma forma estranha. Esquisito.

Saio de lá, e a boca do gargola fecha, e eu continuo andando pelo corredor tochado...quer dizer cheio de tochas.

E entro numa sala, como a da primeira me dando um nó no peito, só de me fazer lembrar o que eu vivi ali dentro.

Mas me recomponho.

- Eiiii- chamo seja o que tiver que vir me atender.

Desconhecido.

- Bem, a Ashley Vandunne já está realizando a sua cerimónia de pleno poder.- diz.

- Muito bom...- diz num tom de satisfação.

- E o exército já está pronto, e com os melhores, eu seleccionei-os em primeira pessoa- diz num tom de satisfação para com a sua pessoa.

- Muito bom...então, partiremos agora.- diz num tom de vitória.

- Estou com muito animo para isso começar.- diz alegre.

- Soltam uma risada maligna ecoando pelo local.

Desconhecido off.

- Eiiii, está alguém aí?- pergunto pela terceira vez e ninguém responde. Mas sinto uma rajada de vento bater forte na minha pele e logo me viro, e eu surpreendentemente sinto que seja lá o que for que tem cheiro de cemitério, está a 5 passos da minha lateral.

Hã, o que se passa comigo, como..como...hã?

- Aparece agora que não estou pra brincar de pega pega com ninguém, digo olhando para onde o instinto me mandou olhar.

- Parabéns- diz uma voz estrondosa- já está apurando suas novas capacidades.- diz e hã?

De repente aparece um espírito tal como o outro, mas de olhos cor de avelã.
Por acaso dessa vez nem sequer me assustei.

- Bem eu sou o segundo espírito que te concederá a outra parte do poder.- ele diz e...espera um segundinho.

- Então está é a última prova?- pergunto interessada.

- Não, não é a ultima prova, mas a última prova quem tem que se conceder ao poder, és tu mesma.- ele diz embrulhando minha cabeça.

- Não percebei.- digo desentendida.

- Perceberá mais tarde.- diz e...bem se é assim.

- Bem, nessa prova, você terá de ser super cuidadosa, e atenta, uma pequena coisa e pode dizer tchau, a tudo.- ele diz.

- Nem um pouco moralizante.- digo indignada.

- Não era pra ser.- ele diz e eu reviro os olhos.- realista, achei que nos íamos dar bem por isso, eu falo o que é, e nada mais que isso.- diz.

- Tudo bem.- digo.

- Bem, essa prova é a que declará a sua outra última vitória nessa cerimónia.- diz e eu assinto.- sem ter mas nada a dizer, apenas lhe desejo boa sorte, porque vai precisar.- diz e antes que o possa questionar alguma coisa desaparece.

- Bom...isso, me deixar sozinha, sem me explicar nada. Muito bom.

- Bem...como não apareceu nada como uma ponte ou lava, e a porta pra o outro lado, acho que isso não passava de nada mais e nada menos para me assustar.

Ando, caminhando para a saída, mas de repente sinto meu pé direito afundando no quadradinho do asfalto, e do nada o chão se afasta, a parte do chão em que eu estava afasta para trás e a outra para a frente, e até esse ponto eu já estava mais que assustada, o que se passa aqui?

Me levanto assim que o chão para de se afastar, mas bem restou um caminho de quadrados do asfalto, para chegar a outra parte do chão.

Do lado esquerdo tinha um monte de cobras enormes alí naquele buraco, me arrepiou até, aquelas fazes horríveis, com aquelas línguas saindo e voltando de dentro da boca, fazendo aquele som picante "psiiii", aquelas escamas pretas, aquele corpo comprido roçando o corpo de outras,  aqueles olhos demoníacos me encarando de uma forma diabólica.

E meu corpo estava todo arrepiado. Com tudo isso, meu Deus.

Do lado esquerdo tinham muitos tigres, que rosnavam de uma forma brusca e muito forte, me encaravam rosnando, de uma forma, faminta,  aquelas garras afiadas me davam calafrios só de imaginar, aquilo penetrando na minha pele.

Me afasto um pouco dali, meu Senhor, ai ai ai.

Eu sou uma parva mesmo.

- Como é possível que eu tenha achado que isso seria tão fácil quanto eu pensava.- falo trémula comiho mesma.

Respiro e inspiro, mantém a calma Ashley,  eles estão a uma distância satisfatória de você. Você tem que passar dali sem cair pra lá, se não ainda viro comida pra esses animais.

Bem de certeza não é tão fácil assim.

- Pensa Ashley, pensa...- digo, querendo andar pra o outro lado, mas paro, assim que piso num dos quadrados do asfalto, que cai fazendo com que quase o meu pé entrasse ali, e os animais de certeza famintos, se agitaram de certeza pensando que a comida já estava a caminho.

Mas logo me recomponho.

O que se passa com esse chão? Hã..ha, espera o chão tem símbolos, de certeza que tenho que ter cuidado onde pisar.

Bem o primeiro tinha um símbolo parecido com o de um alfa, e o outro parecido com o de um sigma, mas aqui tem mais 2 símbolos, o que eu estou pisando é parecido com areia rochosa, ali na frente tem outro símbolo, coloco a minha mão e o piso se afasta.

Bem está claro o que eu devo fazer.

Bom começo a trilhar o caminho, tremendo por aqueles animais extremamente perigosos estarem me encarando a espera de eu cair. Eu estava atenta ao pisar nesse tipo de coisa, porque ser comida eu não quero.

Isso daqui exige muita concentração, mas sou baralhada assim que vejo o símbolo de um sigma, e nada mais.

Espera como é que querem que eu passe daqui?

Olho para frente e não falta muito pra chegar do outro lado do chão.

- O que eu faço Senhor?

Prometida de um Vampiro. - REVISÃO.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora