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— Ei, sabe que não foi culpa sua, não sabe? — o ruivo tirou a touca e sentou em frente ao loiro numa das mesas da lanchonete.

— Sei, claro que sei... — ele disse sem olhar o outro, enquanto mexia a colher dentro da xícara de café.

— E porque essa cara?

— Não gosto da ideia de uma criança crescendo sem a mãe, você sabe que não reajo bem quando essas coisas acontecem... É como se fosse sempre a primeira vez.

— Se culpando novamente, Minie? — perguntou a jovem morena que acabara de chegar.

— Seu irmão ainda não aprendeu a separar as coisas, Jihyo. Toda vez que uma paciente morre, parece que quem morreu foi ele mesmo.

— Olhe pelo lado bom. — a moça continuou, jogando um olhar repreensivo para o ruivo que abafou o riso. — A criança tem um pai, que chegou agora a pouco...

— Ah não... — Jimin resmungou, levando as mãos ao rosto em reprovação.

— Está passando tanto tempo com as crianças que já até se comporta como uma delas. — o outro riu. — Sorte sua que eu sou um bom amigo e estou com pena de você. Vou segurar as pontas dessa vez.

— Faria isso por mim, Tae? — o loiro olhou-o com a carinha de pidão que sempre funcionava.

— Não me olhe assim, sabe que depois eu vou cobrar. — disse, levantando-se e ajeitando o jaleco sobre o corpo.

— Qualquer dia eu te ajudo a extrair um tumor, com prazer. Parece-me muito melhor do que dar notícias de morte. — Jimin riu sem humor e acompanhou o amigo se distanciar, acompanhado pela enfermeira.

Taehyung jogou no lixo o copo de plástico assim que terminou de engolir o ultimo gole de café. Caminhava até a recepção em passos lentos, cumprimentando um ou outro funcionário pelo caminho, quando viu a silhueta que tanto lhe agradava sair da sala de descanso.

— Que cara é essa? Morreu alguém? — o moreno perguntou brincalhão.

— Pior que sim e eu é quem terei que dar a notícia. — rolou os olhos. — E você? Já fez algum coração bater forte hoje?

— Que trocadilho horrível. — gargalhou, sendo acompanhado pelo outro. — Mas, respondendo, por enquanto só o seu mesmo. — disse, fazendo o ruivo formar uma expressão sem graça imediatamente. — Não precisa ficar assim, estou brincando... E estou atrasado também. Até mais, sweet.

Taehyung não saiu do lugar. Observou o rapaz se distanciar e sumir no corredor seguinte. Recobrou então o pouco juízo que lhe restara e voltou a caminhar para seu destino anterior.

— Onde ele está? — perguntou a recepcionista que apontou na direção de um homem cujos cabelos negros brilhavam em contato com a claridade da sala de espera.

— Jeon Jungkook? — chamou ao se aproximar, despertando-o de seus pensamentos.

— Sim? — ele respondeu, virando-se imediatamente com um sorriso largo nos lábios. — Já posso vê-la? Me disseram que as visitas começam às 10h, mas eu me atrasei um pouco...

— Meu nome é Kim Taehyung, sou neurologista do hospital. Não gostaria de sentar? — o médico pediu calmamente e viu o semblante do outro mudar.

— Neurologista? - questionou confuso. — O que aconteceu? Onde está a Jiwoo? E a minha filha? — Jungkook esticou o pescoço na tentativa falha de enxergar alguém ou alguma coisa por trás das paredes.

— Sua esposa sofreu algumas complicações no pré e pós-parto...

— Ela está bem, não está? — o peito do moreno subia e descia rapidamente, demonstrando sua ansiedade. — Eu a vi mais cedo... Estava tudo bem! — tentava convencer a si mesmo.

little hands ♡ jikookWhere stories live. Discover now