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—Simon, você vai conseguir, eu confio em você— falei calmamente, enquanto observava meu chefe misturar algumas coisas e observar as máquinas experimentais do laboratório.
—Como conseguiu ficar sã?— perguntou pela segunda vez.
—Foi uma surpresa até para mim— admiti, me sentando na bancada, cansado de repente —Mas eu sei que é temporário, então você tem que descobrir a fórmula logo.

Simon Cowel entrou para a agência como químico laboratorial, só mais tarde que virou espião de campo, então era exemplar em todas as funções. Apesar de que viveu atras de uma mesa nos últimos anos, as habilidades do mesmo ainda estavam ali.

Senti meu cinto vibrar, e puxei meu celular, um alerta.
Ainda era madrugada, cedo demais para ter o sol no céu.
—Você não pode pegar em uma arma!— Jin corria atras de mim no corredor, enquanto eu enfiava as munições dentro da minha arma —Você vai ficar fora de si novamente!
—Jin— parei bruscamente, segurando seus ombros —É minha obrigação sempre atender um chamado, e agora é sua obrigação manter minha sanidade. Consiga isso. Confio em você.

E corri até a saída da agência.
Havia recebido um alerta de tiroteio na rua de baixo da agência e que um carro com alguns agentes já foram para o local, olhei para o relógio de pulso, não havia tempo para pedir outro carro.
Corri pela rua, no escuro, com a arma pronta no cinto, e um soco inglês em mãos.

Antes de chegar ao local, ouvi sons bem altos de um carro derrapando e vi um pouco mais à frente um automóvel todo preto com a janela aberta vindo em minha direção enquanto um braço estava para fora atirando para trás.
Puxei a arma do cinto, e apontei, querendo acertar o pneu assim que o carro passasse por mim.

Quando estava a poucos metros, notei que o homem que atirava estava com uma máscara, mas a maneira como seus olhos brilharam eu pude reconhecer o dono deles. A boca do mascarado virou uma linha fina e só percebi que ele ia atirar quando de fato já tinha feito isso.
Meu ombro foi atingido, e a dor me fez cair de joelhos no chão, deixando o carro sumir de minha vista.
Dois agentes 2 vieram prestar socorro e me levaram de volta para agência, onde meu ombro foi examinado.

—Argh!— xinguei de dor, chutando a mesa de meu escritório.
—Calma, Sr. Jimin, logo você se recupera.

Lhe fuzilei com os olhos, fazendo meu secretário abaixar a cabeça.
Respirei fundo, não podia me dar o direito de ficar irritado, vá que aquela toxina agisse mais rápido e me deixasse biruta de novo?

Com o ombro machucado, recebi um atestado de alguns dias.
Dispensei o motorista e dirigi sozinho para casa, entrei, joguei as chaves sobre o balcão, tirei os sapatos e tentei tomar um banho, tentativa um pouco falha.

Os primeiros raios de sol surgiam no céu, então puxei a cortina do quarto e a fechei, queria tentar dormir um pouco.

Assim que deitei na cama, um estrondo surgiu, mal tive tempo de sentar na cama quando meu quarto foi invadido por ninguém menos que Min Yoongi.
O garoto se debruçou sobre mim, sem dizer nada, apenas examinando meu ombro.
—Me desculpa— pediu finalmente, sentando na cama ao meu lado.

Respirei fundo.
—Obrigado— engoli em seco —Pela sanidade momentânea..

Yoongi sorriu fracamente e pegou em minha mão, entrelaçando seus dedos. Um ato estranho, que me fez puxar a mão rapidamente.

Eu podia confiar nele, sabia que não me machucaria a não ser que tivesse que fazer aquilo, já prendi o cara que ordenava os ataques terroristas, mas mesmo assim... Suga era e sempre será meu inimigo, Suga continuou nessa vida e Suga é um chefe conhecido e temido, com ótimos subordinados.
—Você não devia vir aqui— falei.
—Você não tem condições de me mandar ir embora, então ficarei aqui.

Revirei os olhos, mas fiquei em silêncio.
—Jimin— chamou —Senti sua falta.

Levantei os olhos para olhar sua face, eu também senti sua falta Min Yoongi, mas eu sou idiota demais para admitir algo assim.
—Sentiu?
—Muita— aproximou um pouco nossos rostos —Queria muito te beijar agora.
—Pode beijar— praticamente pedi, fechando os olhos.

A boca quentinha de Suga era tão agradável, me fazia sentir diversas sensações das quais jamais imaginava sentir antes.
Quando o beijo acabou, puxei as cobertas e dei espaço para Min deitar ao meu lado.
—O ombro dói muito?— perguntou atencioso
—Não muito— respondi. Doía demais, mas jamais falaria isso.—O que tem feito?
—Cobrando dívidas e aterrorizando os que não pagam e você?

Eu ri, mesmo que a situação não fosse engraçada.
—Estou surtando e matando a maioria dos criminosos sem sentir remorso, e quando estou lúcido choro bastante por conta dos meus atos.
—Você quase me matou— Suga disparou
—Você se arriscou!— acusei, e o garoto sorriu
—Eu já disse que me arriscaria por você, não disse?

Virei de lado.
—Você não pode ferrar meu psicológico, não pode estar "gostando" de mim.
—Eu estou é concertando seu psicológico ferrado, Jimin, e eu acho sim que posso estar gostando de você.

Meus olhos fecharam, parecia tudo em seu lugar, parecia que só faltava algo para ficar perfeito.
—Eu gosto de você, Suga.

E dormi.

Não sei se foi o efeito do medicamento para dor, não sei se foi meu psicológico sensível ou se foi culpa da toxina no cérebro mas naquele momento, em que Min Yoongi dormia ao meu lado cuidando de mim, me acariciava as costas e beijava minha bochecha durante meu sono, eu senti que gostar era muito pouco.

Mas então tornou a vir a vontade de matar ele, ninguém duvida de mim, e Suga duvidou que eu o mataria.
Joguei as cobertas longe, o dia já havia amanhecido e era perto do meio dia. Suga me olhou confuso quando comecei a catar a arma embaixo da cama, e quando percebeu o real problema ele levantou rápido e se esquivou.
—Jimin— chamou —Calma.

—Vá. Embora.— meu eu de verdade pediu —Não quero machucar você.

Meu dedo girou no gatilho,  com um pequeno tremor para resistir à força.
—Por favor— implorei, com os olhos marejando.

Suga olhou em meus olhos, e entendeu que eu não iria conseguir resistir a aquilo, eu mesmo sabia disso. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, o garoto sumiu pela porta em silêncio.

Meus joelhos fraquejaram e o chão foi duro.
—Eu preciso melhorar logo— recitei como um mantra enquanto juntava mais munições para caçar Min Yoongi.

P.O.V. MIN YOONGI

Rabisquei em uma letra trêmula e quase ilegível de tão rápido que escrevi.

" Eu vou te fazer feliz, essa missão é minha, nem que para isso eu tenha que aguentar o inferno a quatro"

Deixei sobre a bancada e corri pela porta, não seria morto pelas mãos de Jimin.

Mission ImpossibleOnde histórias criam vida. Descubra agora