Capítulo 16

629 84 2
                                    

Daniel – Como? Daniel ficou confuso, uma enxurrada de informações passou por sua cabeça, enquanto Alexandre ficou sorrindo pra ele, vendo sua confusão.

Daniel – Peraí, você esta querendo dizer que...

Não demorou e ele juntou todas as peças, Alexandre não foi apenas o médico que tratou de seus ferimentos, mas também a pessoa que o resgatou daquele lugar isolado.

Alexandre – Isso mesmo, eu que lhe tirei daqui.

Daniel – Cara, como... não entendo... Daniel parecia confuso, era um misto de surpresa, vergonha e ingratidão que sentia.

Alexandre – Isso é o que estou tentando lhe dizer desde quando te vi pela primeira vez, mas você nunca me deu a oportunidade de falar.

Daniel no mesmo instante sentiu uma vergonha, se sentiu um perfeito idiota, estava o tempo todo ao lado da pessoa que ele sempre quis conhecer, mas que desde que conheceu, só foi ofensivo.

Alexandre – Surpreso?

Daniel – Demais, eu nunca pensei que fosse vocês, achei que tinha sido algum morador da região, ou algum policial, bombeiro, sei la.

Daniel evitou encarar Alexandre nos olhos, ficou o tempo todo de cabeça baixa, escutando Alexandre falar e ouvindo o barulho da chuva lá fora.

Alexandre – Quando recebi o convite pra vir fazer esse trabalho, procurei conhecer a região e vim um dia a tarde aqui, conhecer melhor. Estava indo embora quando vi um carro no meio do mato e por impulso parei na hora e confesso que fiquei um pouco nervoso.

Alexandre – No hospital vemos os mais diversos casos, gente feliz, triste, morrendo, doentes, vidas nascendo, mas nunca tinha passado por uma experiência assim.

Alexandre – Quando vi você ali, meu primeiro impulso foi de tirar dali e te salvar, mas ainda bem que não tinha sido nada tão grave.

Alexandre – Descobri que você também trabalhava na fabrica, mas quando você me viu lá, eu estava a trabalho mesmo, mas claro que iria aproveitar pra saber como você estava.

Alexandre parou de falar e ficou apenas o barulho da chuva. Daniel sentia o cheiro do perfume do médico, um cheiro agradável demais, que dominava todo o interior do carro. O silêncio que pairou era gritante, mas ele quebrou o gelo.

Daniel – Obrigado.

Daniel voltou a olha para Alexandre , agradecendo novamente.

Daniel – Obrigado. Obrigado por ter me salvado.

Alexandre – Não precisa agradecer, eu faria por qualquer pessoa que estivesse naquela situação e o que importa é que tudo correu bem.

Alexandre – Fico feliz por você estar bem.

Daniel – É, só um arranhadinho na testa, mas isso não mata ninguém né. Daniel fez graça, tentando descontrair o clima.

Alexandre – É verdade, mas pode ficar tranqüilo, fiz certinho, não ficara nem cicatriz.

Aos poucos a chuva foi cedendo e Alexandre voltou a dirigir, voltando para a cidade. Durante o trajeto o silêncio voltou a pairar, sendo quebrado por Daniel e por vezes também, por Alexandre, falando coisas comuns, sem nada em especial.

Daniel – Pode me deixar na próxima avenida, daí tomo um táxi.

Alexandre – Imagina cara, não custa nada, te deixo em casa.

Daniel – Não precisa, aqui esta bom pra mim. Daniel voltou a insistir, mas recuou, Alexandre olhou para ele com o olhar sério, como se tivesse mandando ele se calar.

Além da Vida (Romance gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora