Capítulo 43

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Há 10 anos atrás....

O dia ainda estava nascendo e os primeiros raios de sol começavam a brilhar. Seguindo aquela rotina a dias, Inês descia de um ônibus na esquina de sua casa, carregando uma mochila, bolsas, com sua aparência cansada.

Foi caminhando de cabeça baixa pela rua, ainda vazia, até ser vista por uma vizinha que logo correu até ela.

Maria – Inês, Inês...

Inês olhou para a conhecida, dando um sorriso discreto.

Maria – Esta chegando agora?

Inês – Sim, tenho que resolver umas coisas aqui em casa, fazer uma faxina e depois volto pra lá.

Maria – Deixe que eu te ajudo com essas bolsas.

Maria ajudou a vizinha até chegar a porta de sua casa, falando assuntos amenos.

Inês – Obrigado.

Maria – E seu filho? Como ele esta?

Inês olhou para Maria, franzindo a testa, comprimindo os lábios, enchendo os olhos de lágrimas.

Maria – Poxa minha amiga não fique assim.

Inês passou a mão nos olhos, impedindo que a lágrima descesse pelo seu rosto.

Maria – Eu te ajudo com essas coisas, tente descansar, vou fazer um café pra você.

Maria entrou na casa da amiga, indo direto para a cozinha, preparando algo pra comer.

Maria – Você não pode se abater, se você ficar doente, o que será?

Maria – Como ele esta?

Inês – Muito mal, a cada dia ele piora um pouco.

Inês – Falei com o médico essa semana, as esperanças são mínimas.

Inês já não conseguia segurar as lágrimas, enquanto falava do filho, ficando muito emocionada.

Maria – Não fique assim minha querida, ponha nas mãos de Deus.

Inês – O meu menino, o meu filho querido, estou perdendo ele.

Maria – Não fale assim, cadê a sua fé?

Inês – Ela esta sempre comigo, mas é cruel demais ver um filho sofrer.

Maria sentou-se ao lado da amiga, a amparando.

Maria – O pessoal do grupo de oração que participo passou essa noite numa vigília, rezando por ele.

Maria – O pessoal da sua igreja também, soube que estão todos rezando.

Inês ficou emocionada com aquele gesto, sentindo o carinho de todos seus conhecidos e até mesmo de estranhos.

Maria – Deixa que eu dou um jeito aqui, e aproveite e durma, você precisa estar sempre forte.

Inês aceitou o convite da amiga e dormiu como a muito tempo não fazia, descansando de verdade.

Acordou já a tarde, a casa estava toda arrumada, o almoço estava no fogão e sobre a mesa um bilhete de Maria, se despedindo e desejando melhoras.

Inês comeu muito pouco e tomou um banho, planejava ir mais tarde para o hospital mas uma ligação a deixou aflita.

A secretária de um médico ligou pedindo sua presença o quanto antes no Hospital, pois seu filho teve uma recaída a tarde, ficando muito mal.

Desesperada, achando que o pior tivesse acontecido, pegou suas coisas e entrou no primeiro táxi que encontrou na rua. Em sua cabeça achava que tinha perdido seu filho e que estavam escondendo isso dela.

Além da Vida (Romance gay)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora