𝙲.𝙽𝙾𝚅𝙴: 𝐱𝐞𝐪𝐮𝐞-𝐦𝐚𝐭𝐞 𝐩𝐚𝐫𝐭 𝐈𝐈.

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Uma onda elétrica percorreu o corpo desfalecido, despertando pouco a pouco todos os músculos adormecidos. Os braços de Zayn contraíram ao mesmo tempo que as mensagens do desconforto por estar sentado daquela forma chegou ao seu cérebro, seu pescoço quase chorava por estar estendido daquela forma, exposto e dolorido.

Os olhos do moreno ousaram-se a se abrir, mas a claridade bruta não o permitiu seguir em frente.

Convencendo seus músculos a tentaram se mover, mas novamente havia sido uma tentativa em vão, seu corpo estava duro, despertava-se de uma forma lenta e quase agoniante, a única coisa que parecia mais consciente agora era o seu cérebro que tentava trabalhar o mais rápido possível, e assim, os zumbidos que antes preenchiam seus ouvidos tomaram forma a vozes distantes e sussurradas.

- ....e se ele estiver morto? - a primeira pareceu mais clara agora depois de muitos múrmuros desconexos. O dono dela parecia preocupado.

- Ele não está morto.

Os múrmuros começavam a fazer sentido e o moreno conseguiu identificar um deles. Aquela voz pertencia ao desgraçado que o sequestrou e o deixou amarrado naquela cadeira desconfortável.

Zayn bufou baixo quando a dormência de seu corpo diminuiu e deixou-o decifrar a posição ao qual estava. Seu pulso moveu-se de forma preguiçosa e as cordas arranharam sua pele.

- E como você tem tanta certeza disso?

- Porquê ele está respirando, merda - o segundo pareceu irritado e Zayn sorriu sarcasticamente ao imaginá-lo rolando os olhos e bagunçando o cabelo de forma brusca.

Liam tinha manias como aquelas quando sentia-se sem paciência, é, talvez Zayn tenha reparado mais do que deveria.

- Morto ou não, não faria diferença, - uma terceira voz se manifestou - não deixaria de ser um verme insignificante.

Os músculos que demoravam para despertarem do sono profundo voltaram a alerta em um sobressalto bruto. Zayn apertou os dedos em punhos quando o seu cérebro identificou o dono daquela voz. Leone, ele era o dono dela. A carranca mau-humorada tomou conta de sua feição, e Del Frazi obrigou-se a se mover.

- Não me irrita você também - ouviu o pingarelho de Liam e em seguida múrmuros de desaprovação.

- Lee, ele está se mexendo - a primeira voz voltou a ecoar em seus ouvidos.

Zayn novamente rosnou, agora impaciente pela lerdeza que aquele processo estava tendo. Qual é, acordar não é tão difícil assim.

Sua cabeça se levantou e os seus olhos voltaram a se abrir, desta vez obrigou-se a mantê-los abertos, Zayn piscou inúmeras vezes tentando se acostumar com a iluminação e no meio daquele processo detectou passos arrastarem-se contra o chão e em um segundo depois, a luz dos seus olhos tornou-se em apenas uma sombra que diminuía-se aos poucos.

- Você tem sono pesado garoto.

Zayn piscou lentamente e tentou encontrar uma forma de resposta para aquele comentário sem cabimento. Só que escolheu apenas rosnar com os dentes cerrados, assistindo Liam desfocado agachar-se na sua frente.

Zayn analisou em silêncio os olhos chocolate e ali obtinha o sorriso de um homem despreocupado com nenhuma merda de pensamento que o mundo poderia estar em uma perfeita desgraça. Liam era sobrenatural, não tinha como existir pessoa tão tranquila como ele em uma ação como aquela, ou, ele apenas sabia fingir muito bem.

A primeira coisa que Zayn pensou em fazer fora gritar, mas se estava em território inimigo seria ridículo agir daquela forma. Pensou em distraí-lo, em encontrar uma forma de fugir, só que tudo o que pensava era inútil demais para uma fuga descente.

「paradise or war.zone」+ ziam. au!actionOnde histórias criam vida. Descubra agora