Foi

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Eu costumo passar os dias sem perceber que realmente passam. Eu costumo correr nos dias mais importantes e caminhar naqueles que me entristecem. Costumo seguir em frente apenas naquilo que me faz bem e deixar na memória as tempestades daqueles dias chuvosos de verão.
Eu costumo escrever devaneios e ideias sem sentido. Costumo tirar do coração quem me faz bem e pintar de cinza cada espaço que sobrou.
Eu costumo escrever para cada um que me magoa e para cada um que me deixou. Eu costumo chorar pela perda que ainda não aconteceu. Costumo chorar por aquela que já foi e por aquela que nunca vai acontecer. Eu costumo fazer da minha vida ruim, mesmo que ela seja excepcional.
Eu costumo pensar negativo e pensar logo em seguida que nada disso vai acontecer. Eu costumo querer excluir pensamentos constantes que não me deixam em paz.
Eu costumo ser errada em um mundo politicamente correto. Eu costumo pensar diferente. Mas igual a muitas pessoas. Costumo querer ser diferente. Mas muitas vezes esse diferente é só uma mudança boba que para muitas pessoas seria sem importância.
Eu costumo ser egocêntrica, egoísta e ignorante. Eu costumo ser tudo isso e mais um pouco. Mas no fundo só queria atenção. Eu costumo admitir meus erros e modificá-los ao adicionar cada um deles em meus textos. Eu costumo mudar, transformar e esquecer. Costumo mudar os pensamentos, transformar os erros e esquecer as mágoas. Costumo não me lembrar das nossas brigas, mas me lembrar de cada beijo bom. Costumo classificar o que lembrar ou não. Hoje classifiquei esse texto para ser esquecido daqui a duas horas. Ele existiu, foi feito e lembrado. Foi vivido e doído. Mas foi.

ALMA PURAWhere stories live. Discover now