monomania

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Parte 1
Monomania
Jungkook pov

Enquanto roda, a Lua está lentamente fugindo da órbita da Terra: escapa entre 1 e 3 centímetros a cada ano. Daqui a alguns milênios, ela estará tão distante que a gravidade terrestre não conseguirá mais segurá-la por perto.

Nesse caso, eu sou a Terra e Jimin a Lua. Depois do incidente no playground, nós nos distanciamos lentamente e Jimin me esqueceu. Claro que o os pontos que levou na cabeça colaboraram com isso.
Novamente Jimin está me evitando, e eu não serei capaz de segurá-lo, eu nunca fui capaz disso. Toda vez que nós no tornamos "próximos" como o acontecimento do parquinho, o super-mercado e o beco, Jimin me afasta.

A Lua é tão importante que um grupo de pesquisadores já está pensando numa solução para o dia em que ela for embora. Os cientistas americanos acham que teremos que capturar um satélite de Júpiter - um astro cujo nome é Eupora ou Ganimedes - e trazê-lo para o lugar da velha lua.

Sim, já tive vários Ganimedes na minha vida. Não, nenhum me fez esquecer aquela risada de Park Jimin, aquela risada que eu costumava ouvir diariamente na infância. Porque, em todo caso, não importa quem encontro, é sempre mais ou menos.

E como Taehyung diz, talvez eu esteja sendo teimoso, e diria até mesmo inconveniente. O porquê da minha persistência? Eu não tenho certeza. Por que estou persistindo tanto nisso? Por que estou tentando fazer acontecer quando um dos lados supostamente se nega a isso?

Estou preso em uma monomania, mas as correntes que me aprisionaram tem meu nome nelas.

Taehyung pejorativamente apelidou minha persistência como "A hipnose Park" e Hoseok reforçou entre gargalhadas me nomeando de "Satélite Jeon".

No entanto, os dois não estão em uma situação nem ao menos razoável para sair falando de alguém. É trágico, mas não deixa de ser cômico.

Eu apenas não quero continuar nessa mesma situação com Jimin para sempre. Não quero fugir, e muito menos quero que ele fuja de mim mais uma vez. Não quero que a nossa relação seja momentânea.

Eu lembro de como éramos próximos e de como costumávamos ter o hábito de andar de mãos dadas por todos os lugares. De como nos conhecemos...

Me lembro de ter saído naquela tarde, toda uniformizado e limpinho como mamãe havia dito para ter feito antes de sair para a loja.

Passei pela porta, trancando a mesma em seguida já que ninguém estava em casa e meus pais tinham a sua própria chave. Eu era um menino precoce. Vivia sozinho, fazia tudo sozinho, aprendi tudo muito cedo.

Quando eu passei pelo quintal, vi um menino miúdo e uma garotinha passando pela calçada com caixas na mão. Eles vinham, pegavam uma caixa dentro do caminhão de mudança, levavam, voltavam e levavam mais caixas. As vezes empilhavam caixas menores em cima das maiores e carregavam com esforço para dentro da casa ao lado.

Uma mulher jovem e bonita de cabelos curtos, porém com uma aparência cansada, me avistou parado rente a cerca. Acenou para mim e disse algo para as crianças que antes carregavam e descarregavam caixas.

Os dois vieram andando alegremente até mim, se empurrando no caminho até minha cerca. Me senti tremer por um segundo, mas não pude me dar ao luxo de deixar aparente. Não tinha momentos assim com tanta frequência.

- Você mora aqui? Nós acabamos de nos mudar para cá - A menina de cabelos longos e lisos e olhos estreitinhos perguntou alternando o olhar entre mim e o menininho ao seu lado. Eu travei. - Eu sou Chungha, mas pode me chamar de Chung. Esse é meu irmão mais novo Jimin.

Satélite Jeon | jikookWhere stories live. Discover now