Capítulo 13: Um passado secreto

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Lucas

Quando a aula acabou, fiquei esperando Chloe em frente ao portão da escola. Já estava estranhando a sua demora e temendo que perderíamos o professor de vista, quando a vi aproximar-se.

— Pensei que tinha desistido. — comentei e ela deu de ombros.

— Não vou negar que cogitei essa ideia, isso tudo é uma loucura. — falou e eu ri. — Mas eu não iria te deixar sozinho nessa. Demorei porque encontrei com Melissa e ela estava um pouco estranha.

— Estranha, como assim? — indaguei e ela franziu o cenho.

— Ela não me explicou direito, só disse que estava confusa com algumas coisas e precisava pensar sozinha. — respondeu, ainda confusa. Eu realmente cogitei a ideia que essas "coisas" que Melissa estava confusa, incluía o Nicholas, mas eu não queria expor assim os sentimentos dele. Talvez Chloe ainda não tenha percebido algo entre eles.

— Olha, o professor está saindo agora. — falei, reconhecendo o carro dele.

— Ok... E como vamos fazer para alcança-los? — perguntou.

— Já viu aqueles filmes em que as pessoas entram no táxi e falam "siga aquele carro"? — ela me olhou ironicamente. — Então, vamos fazer isso!

Antes que ela protestasse, a puxei pela mão e corremos até o ponto de táxi. Não preciso dizer que o taxista ficou desconfiado com nossa cena de filme, mas acabou ignorando quando eu comecei a dialogar com o mesmo. Quando o táxi parou, percebi que o professor havia estacionado em uma farmácia. Paguei o motorista e saímos do veículo, ficando um pouco escondidos do outro lado da rua.

— O que ele veio fazer em uma farmácia? — perguntei e Chloe pensou.

— Talvez ele tenha vindo comprar algum remédio, como qualquer outra pessoa normal viria. — falou e eu suspirei.

— Não sei se ele é uma pessoa normal. — ironizei. — Pelo menos não ainda.

— Ele está saindo. — sussurrou e eu voltei o olhar para a farmácia.

Anthony estava com uma sacola na mão, onde parecia ter algum remédio. Sua expressão era indecifrável e eu estranhei mais ainda quando ele passou direto do seu carro.

— Acho que ele quer ser fitness, agora. — Chloe brincou e só aí percebi que ela estava comendo alguns salgadinhos. — Que foi? Ele pode ser fitness, mas eu não sou. — apenas sorri.

— Mas nesse momento nós iremos ser. — falei e começamos a caminhar, no sentido que o professor andava. — Então... Gosta de salgadinhos? — foi meio bobo da minha parte perguntar isso, mas eu queria quebrar aquele silêncio.

— Sim, quem não gosta? — ela riu. — Acompanhado de um refrigerante é ótimo!

— Então se eu te convidasse para nós vermos um filme qualquer, enquanto comemos salgadinhos com refrigerante, você aceitaria? — perguntei e ela corou levemente.

— Isso é só uma pergunta ou é um convite?

— Depende do que você responder.

— Então... Eu acho que sim! — falou e eu sorri.

— Ótimo! — retribuí o sorriso e, por um momento, quase me perdi em seu olhar, mas o foco de estarmos ali me fez voltar ao mundo real.

Quando olhei para Anthony, percebi que aquela avenida não era desconhecida para mim. Ao olhar a placa da rua, tive ainda mais certeza disso.

— Essa avenida é onde fica a clínica onde meu pai está. — falei e Chloe olhou-me. — Na verdade, fica nessa rua!

Andei um pouco mais rápido e, ao aproximar-me mais, avistei a clínica onde meu pai estava.

Confiaremos | Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora