Lucas
Quando a aula acabou, fiquei esperando Chloe em frente ao portão da escola. Já estava estranhando a sua demora e temendo que perderíamos o professor de vista, quando a vi aproximar-se.
— Pensei que tinha desistido. — comentei e ela deu de ombros.
— Não vou negar que cogitei essa ideia, isso tudo é uma loucura. — falou e eu ri. — Mas eu não iria te deixar sozinho nessa. Demorei porque encontrei com Melissa e ela estava um pouco estranha.
— Estranha, como assim? — indaguei e ela franziu o cenho.
— Ela não me explicou direito, só disse que estava confusa com algumas coisas e precisava pensar sozinha. — respondeu, ainda confusa. Eu realmente cogitei a ideia que essas "coisas" que Melissa estava confusa, incluía o Nicholas, mas eu não queria expor assim os sentimentos dele. Talvez Chloe ainda não tenha percebido algo entre eles.
— Olha, o professor está saindo agora. — falei, reconhecendo o carro dele.
— Ok... E como vamos fazer para alcança-los? — perguntou.
— Já viu aqueles filmes em que as pessoas entram no táxi e falam "siga aquele carro"? — ela me olhou ironicamente. — Então, vamos fazer isso!
Antes que ela protestasse, a puxei pela mão e corremos até o ponto de táxi. Não preciso dizer que o taxista ficou desconfiado com nossa cena de filme, mas acabou ignorando quando eu comecei a dialogar com o mesmo. Quando o táxi parou, percebi que o professor havia estacionado em uma farmácia. Paguei o motorista e saímos do veículo, ficando um pouco escondidos do outro lado da rua.
— O que ele veio fazer em uma farmácia? — perguntei e Chloe pensou.
— Talvez ele tenha vindo comprar algum remédio, como qualquer outra pessoa normal viria. — falou e eu suspirei.
— Não sei se ele é uma pessoa normal. — ironizei. — Pelo menos não ainda.
— Ele está saindo. — sussurrou e eu voltei o olhar para a farmácia.
Anthony estava com uma sacola na mão, onde parecia ter algum remédio. Sua expressão era indecifrável e eu estranhei mais ainda quando ele passou direto do seu carro.
— Acho que ele quer ser fitness, agora. — Chloe brincou e só aí percebi que ela estava comendo alguns salgadinhos. — Que foi? Ele pode ser fitness, mas eu não sou. — apenas sorri.
— Mas nesse momento nós iremos ser. — falei e começamos a caminhar, no sentido que o professor andava. — Então... Gosta de salgadinhos? — foi meio bobo da minha parte perguntar isso, mas eu queria quebrar aquele silêncio.
— Sim, quem não gosta? — ela riu. — Acompanhado de um refrigerante é ótimo!
— Então se eu te convidasse para nós vermos um filme qualquer, enquanto comemos salgadinhos com refrigerante, você aceitaria? — perguntei e ela corou levemente.
— Isso é só uma pergunta ou é um convite?
— Depende do que você responder.
— Então... Eu acho que sim! — falou e eu sorri.
— Ótimo! — retribuí o sorriso e, por um momento, quase me perdi em seu olhar, mas o foco de estarmos ali me fez voltar ao mundo real.
Quando olhei para Anthony, percebi que aquela avenida não era desconhecida para mim. Ao olhar a placa da rua, tive ainda mais certeza disso.
— Essa avenida é onde fica a clínica onde meu pai está. — falei e Chloe olhou-me. — Na verdade, fica nessa rua!
Andei um pouco mais rápido e, ao aproximar-me mais, avistei a clínica onde meu pai estava.
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Confiaremos | Livro 2
SpiritualEste livro é uma sequência de "Cremos". Após um ano, Melissa, Chloe, Lucas e Nicholas voltam mais fortes do que nunca. Agora, os quatro estão no último ano escolar e novos desafios surgem para os mesmos. Junto com isso, algumas pessoas tentarão de...