Capitulo 1

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Aqui estou eu, fazendo minhas malas. depois de quatro anos irei voltar para o Brasil, morar com minha mãe e um homem que nem me lembro mais como é. Já que só vi ele apenas uma vez. E minha mãe, ah, minha mãe é minha mãe né, vaidosa só pensa em beleza (não que não deva) mas ela já é demais, não sei como ela foi casar com um fazendeiro, por que pelo que sei o marido dela é fazendeiro daqueles raiz.
Termino de fechar minhas malas e me olho no espelho para ver como estou. Eu e minha amiga Lorena iremos a uma boate aproveitar meu último dia aqui na Europa. Vou sentir tanta falta dela.

— Clara, o táxi já chegou — minha amiga Lorena fala entrando no quarto.

— Obrigada por me avisar minha unicórnio linda — aperto as bochechas da mesma. — já estou pronta. — falo e dou uma viradinha.

— ai! sua chata, se fazer isso de novo não ajudo com as malas e nem vou te visitar no Brasil. — diz ela fingindo está zangada, com biquinho e tudo. Não aguento e gargalho alto.

— posso saber em qual momento pedi sua ajuda? — mostro a língua para ela.

— Cala a boca e vamos logo que o táxi já tá lá em baixo.

Entramos no elevador e já começa a tirar fotos nossas. Sinto um aperto, Lorena se tornou minha melhor amiga desde que cheguei aqui. No começo éramos apenas duas desconhecidas tentando entrar no ramo de modelos dividindo um apartamento, em pouco tempo viramos carne e unha. Sempre me apoiou, me ajudou, apesar de ser doida, nada contra pois também sou. Vou sentir saudades dela, das nossas divertidas viajens, até das nossas brigas.

—Prontinho, chegamos. — diz ao descer do táxi.
— Então é isso. Vamos curtir o nosso adeus. — falo e recebo um beliscão logo em seguida.

— Adeus não, você sabe que odeio despedidas e ainda inventa de ir embora sua cretina —fala com os olhos já  se enchendo de lágrimas. A puxo rápido e a Abraço forte deixando minhas lágrimas cair. — Você é minha única família, Clarinha... É minha irmã do coração.

— Você também é minha irmã . Irmã que a vida me deu, e eu sou muito, mais muito grata por ter você em minha vida. — ficamos uns segundos caladas e abraçadas só sentindo o momento.

— Ok, já borrei minha maquiagem. — fala rompendo o abraço.

Sorrio. Lorena e sua espontaneidade.

Entramos na balada e curtimos bastante. Por um tempo eu esqueço que é nossa despedida. Amanhã irei pegar o primeiro voo então me policio para não ficar bêbada e perdê-lo. Voltamos para casa cedo e antes de dormir assistimos a um filme comendo pipoca.

Chegando no aeroporto, não demora muito para o meu vôo decolar. Minha despedida final com Lorena foi em frente ao nosso prédio, ela se recusou vir comigo até o aeroporto alegando não aguentar me ver entrar no avião.

Após horas de viajem chego ao meu destino, chego na minha terra natal. Um calafrio percorre todo o meu corpo, como um aviso. Daqui pra frente minha vida será totalmente diferente. E o mais estranho é que isso não me assusta.
Saio do avião e faço todos os procedimentos... Quando estou descendo a escada rolante com minhas duas malas, já avisto minha mãe parada me olhando, ela não mudou muito, continua jovem mesmo depois de quatro anos parece que ela não mudou nada. Continua com aquele sorriso largo e alegre lindo de sempre.

Saio da escada e ela vem até mim me abraçando forte, faço o mesmo. Minha mãe se chama Suzanne.

— Minha bonequinha, minha princesa, quanto tempo sem abraçar minha filha. — diz enquanto me avalia dos pés a cabeça. — você está linda, meu Deus!

— Senti muita falta da senhora. — confesso segurando as lágrimas.

— Aí de você se não sentisse! — sorrio junto com ela.

— A senhora está maravilhosa. Parece que o tempo não passa para senhora.

— Você acha mesmo? —coloca a mão na cintura dando uma voltinha. Se tem uma pessoa que ama elogios essa pessoa é minha mãe.

—Claro que sim. Veio sozinha? — pergunto mudando de assunto.

— Sim querida, o Heitor não pode vir junto comigo, tinha muito trabalho lá na fazenda. — explica ela. Apenas concordo balançando a cabeça.

Seguimos para o carro e entramos, minha mãe pergunta se quero ir dirigindo, mas falo que não. Prefiro ficar olhando pela janela. Eu não fazia idéia do quanto eu sentia falta desse país. Sorrio.

Ao chegarmos na fazenda eu fico impressionada com o tamanho, tanto da casa quanto de tudo. Sem falar que é tudo muito limpo e bonito.

— Nossa! Eu não esperava que fosse tudo tão bonito assim. — falo extasiada.

— É verdade, é bem bonito mesmo. Os funcionários fazem de tudo pra manter esse lugar limpo e organizado. Se bem que não fazem mais que a obrigação, são pagos para isso. — Dá de ombros.

— Mãe! — repreendo chocada. — Esse comentário não foi nada legal.

— Desculpa, mas é verdade.

Não comento nada. Não quero dá início a primeira briga de mãe e filha justo no meu primeiro dia de volta, ao invés disso, volto a olhar pela janela do carro enquanto nos aproximamos da enorme garagem.

Meu Padrasto SedutorDove le storie prendono vita. Scoprilo ora