HI STALKER •JiKook•

×thirteen×

Naquela noite Jeon havia ligado para sua mãe dizendo que só voltaria para casa se a chuva passasse. Porém isso não aconteceu. Do lado de fora chovia muito, e de dentro de casa era possível ver os clarões dos raios cortando o céu.

Os Park também não voltariam para casa naquela noite,haviam ligado agora pouco para avisar que passariam a noite em um hotel, só para prevenir os riscos de acidente.

Jimin agora mais do que nunca estava com medo. Se tem uma coisa que ele odeia é a mistura de raios e trovões, e se odiava mais ainda por parecer um bebê chorão diante dessas situações.

Ele estava agarrado ao maior, que o apertava mais e mais como se fosse um ursinho de pelúcia a cada vez que ele estremecia. O Park adorava aquela sensação de proteção, gostava como o mais novo se mostrava presente para si, porém naquela hora, nem aquele abraço quentinho o fazia odiar menos raios e trovões.

- Ei pequeno! Está tudo bem. Eu tô aqui.

Jungkook não entendia muito bem o por que Jimin tinha tanto medo de trovões, mas não questionou. Apenas fez o que um namorado faria nessas situações. Envolveu seus braços longos ao redor daquele corpo pequeno, para que assim ele se acalmasse. 

Mas nada estava adiantando, tudo o que Jimin conseguia fazer era estremecer e apertar o braço do mais novo com toda força.

- Jiminie?

- Sim? - O mais velho diz baixinho.

- Por que você está assim? São só trovões.

- Eu tenho brontofobia. - Ele diz sem graça. - Fobia de raios, trovões e tempestades.

-  Oh! Não sabia. Tenha calma. Já já vai passar.

Jimin pode sentir o mais novo lhe apertar mais um pouco contra o seu corpo, e ele foi capaz de ouvir as batidas do coração alheio.

Mas nesse momento tudo o que Jeon pode ouvir vou a barriga do seu hyung roncar.

- Você está com fome. Me deixe fazer algo para você comer. Posso?

- Eu não quer..

- Jimin-ah você tem que comer. E eu não vou demorar. Vai ser rapidinho.

- Tá.

O mais novo saiu do quarto e deixou um Jimin completamente assustado para trás. O coitado se sentia em um beco sem saída. Se fosse atrás do maior iria se sentir completamente bobo, e se ficasse acabaria por se esconder debaixo da cama, ou seja, estaria sendo um bobo de qualquer forma. Mas se o outro alegou não demorar, não tem por que ele sair dali. E ele já quase não ouvia nenhum trovão, o que o deixava um pouco mais calmo.

Jeon na cozinha, não fazia ideia do que fazer. Nunca tinha cozinhado na vida, e tinha certeza que se tentasse acabaria pondo fogo no local, então, descartou todas as ideias que incluia ligar o fogão. Sobrando apenas a alternativa de preparar um sanduíche, não era muito coisa, mas pelo menos acalmaria o estômago do mais velho.

Com o sanduíche quase pronto, Jeon percebe que as luzes estavam piscando freneticamente, o que serviu de sinal para o mesmo se apressar.

Porém, não adiantou , as luzes se apagaram num estalar de dedos e um estrondo ensurdecedor invadiu seus ouvidos.

Tudo o que Kook conseguiu pensar foi no quanto seu pequeno estaria assustado agora. Então deixou tudo para trás e saiu correndo em direção ao quarto do hyung.

Chegando lá, Jimin estava como ele esperava, debaixo das cobertas, com o corpo escondido da cabeça aos pés. Só que ele não imaginava que a coisa era tão séria, a ponto de Jimin estar todo encolhido e aos prantos.

- Eu já estou aqui pequeno. Tá tudo bem! Eu não vou deixar nada te acontecer.

Jeon se enfiou no meio das cobertas para ficar mais próximo do outro, o encaixou em seus braços e deixou um beijo em sua testa.

Minutos depois, ele sentiu a tensão do mais baixo ir embora, e percebeu que o mesmo acabou dormindo. Suspirou aliviado.

  Nunca achou que veria Jimin chorando daquele jeito, e vê-lo assim, fez com que seu coração doesse.

Perdido em seus pensamentos, acabou por dormir também. E só acordou no dia seguinte com seu celular tocando loucamente.

Levantou-se com todo cuidado para que Jimin não acordasse e foi em direção a escrivaninha, onde estava seu celular.

- Filho?

- Sim, Omma!

- Quando você chega?

- Não sei, porquê?

- Eu e o seu pai, precisamos conversar com você.

- Tudo bem! Eu já tô indo.- Suspirou e encerrou a chamada sem ao menos se despedir de sua mãe.

Pensou em como sua vida dá muitas reviravoltas. Ontem mesmo, sentia-se feliz a nível extremo, e agora com a ligação de sua mãe, sentiu-se profundamente triste, pois já sabia qual assunto seus pais queriam tratar com ele. Era o divórcio, e a tal '' escolha certa'', que para ele parecia errada de ambos os lados.

- Kookie? Está tudo bem aí? - Jeon saiu de seus devaneios quando ouviu a voz rouca do mais velho.

- Sim, está tudo bem! - Ele sorriu falso. - Eu vou ter que ir agora, minha omma precisa de mim.

- Okay! Não quer ao menos tomar café?

- Não, é melhor não. Bem, vou indo.

O mais novo saiu apressado e nem se despediu direito do menor. O que fez o pequeno pensar se tudo estava realmente bem.

                  ⚜⚜⚜⚜⚜⚜⚜⚜

Jungkook saiu correndo pelas ruas até chegar em sua casa. Ele não queria ter aquela conversa de modo algum, mas as suas pernas naquele momento pareciam ter vida própria, o arrastavam de volta para casa.

Já parado na frente de sua residência, sentiu seus olhos marejarem, e se lembrou da primeira vez em que pisou o pé naquela grama fofinha. Seu pai e sua mãe, estavam muito felizes naquele dia, mudarem para uma casa maior parecia deixar os dois no paraíso. Mas não era só por isso, a senhora Jeon estava grávida de um 1 mês, o que só deu motivos para aquela família ficar feliz.

Mas como tudo tem um início e tem um fim. O final da felicidade da família Jeon, havia chegado. 

Semanas depois de se mudarem a senhora Jeon, começou a sentir fortes dores em sua barriga, o que resultou a perda de muito sangue e na perda do tão esperado bebê. Depois daquilo, aquela família jamais foi a mesma. Até porque a mãe do garoto não conseguia engravidar de novo, o que também colaborou para infelicidade do casal.

Entrando em casa, Jungkook sentiu seus ombros pesarem. Sua mãe estava com os olhos vermelhos, provavelmente havia chorado muito, e o seu pai estava de cabeça baixa sentado no sofá a frente da mulher entristecida.

- Que bom que chegou filho! Precisamos conversar. - Diz o homem mais velho ali presente.