9: Psicopata.

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"Psicopata é a designação atribuída para um indivíduo portador de uma desordem de personalidade, caracterizada em parte por um comportamento antissocial recorrente ou por uma diminuição da capacidade de empatia/remorso e baixo controle comportamental ou, por outro, pela pertença de uma atitude de dominância desmedida." Fonte Wikipedia.

O carro capotou, capotou e paramos.

Eu estava tonta, machucada, estava sangrando.

Meu pai estava lá, totalmente ferido,

estava cheio de vidros.

Ele estava com o corpo quase para fora do carro, estava agonizando, sangue saia de sua boca.

- Você está doente. Ele me falou cuspindo sangue.

Olhei para ele e admirava a sua situação.

Seria impossível ele sobreviver ao acidente, mas ele ainda estava falando

e isso era muito perigoso.

Tinha um vidro imenso no seu rosto,

ouvia o carro da polícia se aproximando.

Tinha pouco tempo.

- Você não morre? Será que nem para morrer você serve? Falei para ele.

Os olhos do meu pai revelavam o que ele estava sentindo.

Tentei me mover, meu corpo doía,

o vidro no rosto dele mataria se estivesse entrado mais fundo.

Ele ainda agonizava, seu sangue vivo ainda jorrava, então para acabar com o sofrimento do meu querido pai, empurrei o vidro para mais fundo, ele parou de agonizar.

- Chamem por ajuda! Tem uma criança no carro. Chamem uma ambulância.

Ouvi as vozes dos policiais, a dor me venceu, eu desmaiei.

Acordei com minha mãe chorando.

- Vai ficar tudo bem amor.

Ela dizia sem parar.

Eu não sabia onde estava, tinham muitas pessoas em cima de mim.

Eu entrei numa sala e vi uma placa:

EMERGÊNCIA

Foi aí que percebi onde eu estava.

Lembrei do acidente, lembrei de tudo.

Um homem com uns 42 anos me olhava,

colocava luzes no meus olhos.

- Consegue ver direito? Sente dor nas pernas?

Eu não sentia nada mas via tudo.

Olhei para baixo e vi sangue na minha perna direita, tinha um vidro,

e assim tão de repente eu sentia uma dor imensa.Tudo psicológico.

Eles me furaram, doeu.

Essa foi de verdade!

Em segundos eu apaguei!

Estava tudo calmo, eu acordei e minha perna estava toda enfaixada, minha mãe dormia na cadeira ao lado da minha cama, odiava esse cheiro de hospital.

Sai do quarto, queria água e não tinha lá,

o corredor era longo, vazio, escuro, vi um bebedouro no fim do mesmo.

Olhei para os lados, estava com medo,

comecei a andar, uma pessoa passou no fim do corredor, eu parei.

Inocência.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora