[48] leave him alone

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[C O N T I N U A]

Jimin ajeitou a alça do seu saco no ombro, caminhando o resto do caminho até à mulher, quase passando reto, mas dando-se ao respeito. No final da noite ele descobrira que devia ter seguido a primeira opção. 

''Jimin.'' A mulher soltou, quando o viu. 

''Jungkook está comigo.'' Ele bufou, achando que a mulher estava ali em sua procura. 

''Eu sei.'' Ela declarou. ''Eu preciso de conversar com você.'' 

''E o que seria dessa vez?'' Ele questionou, quase ridicularizando. 

''Podemos ir em outro lugar, mais privado?'' Ela murmurou, olhando em volta, esfregando os braços, como se estivesse com frio. ''É um assunto sério.'' 

Jimin a encarou, tentando lê-la, tentando perceber o que queria com ele naquele momento. 

''Isso é sobre Jungkook?'' Ele perguntou, saindo da academia com a sua mãe do seu lado. ''O meu carro está aqui.'' Ele apontou, apressando-se a abrir a mala e colocando lá as suas coisas, logo a fechando. 

Agora estava mais preocupado, acreditando no tom solene da mãe, quase amedrontado. Jimin só não estava tão assustado pois sabia que Jungkook estava o esperando em casa e apenas por isso. Desconfiava que aquela fosse mais uma das tentativas da sua mãe de o afastar do menor. 

Quando os dois estavam no carro, a sua mãe simplesmente o pediu para conduzir para uma zona mais reservada, e assim Jimin o fez, quase impaciente pelo suspanse todo. 

Ele desligou todas as luzes, o carro em geral, deixando-os no escuro, esperando que a mulher falasse, estacionado em uma rua vazia, na berma da estrada. 

''Qual é a conversa?'' Ele perguntou, sem jeito. 

''Jimin...'' Ela suspirou, pousando as mãos no tabliêr do carro, pousando a testa contra as mesmas. ''Eu tentei de tudo para que você não conhecesse este lado de mim.'' 

''É um pouco tarde agora, não?'' 

''Eu ainda não falei.'' Ela negou com a cabeça. ''Foi um erro, mas eu...''

''Fale de uma vez.'' Ele pediu, já que parecia um tema que a despedaçava e ele não aguentava receber mais notícias ruins. ''Por favor, mãe.'' 

''Jimin, você precisa entender, eu não queria isso para nenhum dos dois.'' Ele pedia, desesperada, encarando agora o filho, com os olhos marejados. ''Jungkook... Você... Isso é culpa minha.''

O mais novo bufou, batendo a mão no volante, fazendo o carro apitar e assustar a mulher. 

''Foi para isso?! Pare com isso!'' Mandou-lhe, quase no mesmo estado que ela. ''Eu vou cortar relações com você, eu juro que vou. Só pare!'' 

''Jimin, você não está entendendo!'' Ela gritou também, sacudindo as lágrimas para longe. Dois loucos gritando no carro, era o que parecia. ''Você não sabe tudo, você não está entendendo.'' 

Jimin parou, chocando as suas costas no banco, respirando fundo e fechando os olhos. 

''O que eu não estou entendendo?'' Ele bufou, sem paciência alguma para aqueles rodeios. ''Fale de uma vez, porra.'' 

A sua mãe olhou através da janela, quase parecendo nostálgica, incapaz de encarar o filho. 

''Eu e Mark... Nós nos conhecemos à um tempo.'' 

''E que tenho eu que ver com isso?'' Ele estreitou o olhar na direção da mulher. 

''Há bastante tempo, Jimin.''

''Ok, e daí?'' Jimin virou-se, sem entender. ''Quer um prémio?'' 

''Jimin!'' Ela gritou, sem paciência também, toda a calma indo embora. ''Nós nos conhecemos bem antes de você nascer.'' 

Jimin brincou com os botões na porta do carro, sem realmente os pressionar, rindo amargo. 

''E o que você está dizendo é...'' Ele murmurou, esperando a resposta. 

Mas não veio. 

Na penumbra do silêncio, Jimin estava mantendo os olhos fechados para não chorar, para não gritar, para não arrancar os próprios cabelos, para não partir nada. Estava tentando se controlar, pensar nas consequências, nas hipóteses. 

Ninguém dizia nada. O que dizer? Como a sua mãe podia ter feito aquilo com ele? 

''Eu quero um teste de ADN.'' 

Foi ele quem cortou o silêncio, olhando no sentido contrário da sua mãe. 

''Você não acredita em mim?'' A sua voz saiu frágil pelo carro. 

''Você tem razão.'' Ele riu, sem graça alguma, franzindo as sobrancelhas para si mesmo. ''Eu não conheço você, mesmo.'' 

''Jimin, foi um tempão atrás e-'' 

''Você está dizendo que ele é meu pai, não é?'' Ele virou-se para a mulher, que tinha na face a expressão mais aterrorizada que ele já vira. ''Está dizendo que Mark é meu pai e você nunca me falou, não é?'' 

Ele acabou puxando as pernas para si, para cima do banco, escondendo a cabeça entre elas, apertando-as com força, em procura de descarregar a sua fúria de alguma maneira. 

''Jimin, tente entender.'' Ela pediu, como se tivesse o direito. ''Ele já tinha outro filho quando voltou a entrar em minha vida, eu não soube como, eu não soube.'' 

''Então me fez pensar coisas... coisas erradas!'' Ele estava gritando, estava se passando da cabeça. ''Me fez pensar que o meu pai era outro homem!'' Ele exclamava, fervendo que raiva. ''Porque você fez isso?! Porque você me odeia?!'' 

''Jimin, não é desse jeito, eu-''

''Você o quê? Isso não tem desculpa!'' 

''Se acalme, filho, por favor.'' 

Jimin bateu várias vezes contra o banco, soltando as pernas contra o chão mais uma vez. 

''Ele sabe?'' Perguntou-lhe, mas não obteve uma resposta imediata. ''Mark sabe?!'' Voltou a gritar.

''Não.'' 

''Eu te odeio, saia do meu carro.'' Disse-lhe, encostando a cabeça no volante, forçando os seus dedos na volta do mesmo.

''Você entende agora, não é?'' Ela perguntou e Jimin apenas moveu os dedos para destrancar o carro, sem levantar o rosto. ''Você entende porque isso entre você e Jungkook é errado, não é?'' 

''Saia.'' Agora o seu tom calmo era apenas assustador. ''Eu não vou pedir mais nenhuma vez.'' 

A mulher abriu a porta, olhando o filho. 

''Eu queria te abraçar agora, Jimin.'' Ela disse-lhe, com o tom doce usual. ''Eu queria que você me quisesse com você agora e... um dia, talvez, me perdoar.'' 

Jimin não se mexeu por muito tempo, sem certeza se os seus ouvidos tinham perdido o som da porta bater. 

''Você quer que eu fale para Jungkook?''

''Sai!'' Ele gritou, com o rosto completamente vermelho, observando a mulher em choque, tanto pelo grito como pela pergunta dela. ''Eu não quero nada de você. Deixe ele em paz. Me deixe em paz!'' 

''Mas Jimin-'' 

Jimin apressou-se, movendo-se quase para o outro banco, fechando a porta para si e deixando a mulher do lado de fora, girando a chave na ignição, arrancando dali, sem ao menos colocar o cinto, sem ao menos verificar se algum carro passava, sem ao menos enxergar direito através das lágrimas que enchiam a sua face delicada. 

Jimin estava oficialmente e permanentemente destruído. 

Sete minutos [ji.kook]Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang