Lorena

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Sarah Hoffman entrou no porão acompanhada dos policiais que arrombaram a porta. Era escuro e malcheiroso, coberto de móveis antigos e sons de ratos pelas paredes. Estava fracamente iluminado por uma lâmpada amarela, que um policial descobriu depois de um tour nada agradável.

- Por aqui, senhora - o policial indicou um canto do porão, apontando para lá a lanterna. Aproximaram-se devagar, e Sarah viu o que eles queriam mostrar.

- Meu Deus - ela murmurou. - É aqui.

Sangue. Era a primeira impressão absoluta ao entrar naquele lugar. Estava por todo lado: paredes, teto, chão... O local era rubro e macabro, como um pequeno pedaço do inferno, ironicamente abaixo de uma igreja.

Sarah viu uma cama suja a um canto. Nela, cordas e correntes grossas com cadeados, também sujos de sangue. No teto, um sistema de polia para levantar objetos pesados. Ela então compreendeu.

- Meu Deus - Luan entrara também. A vistoria do quarto do padre terminara. - O que é esse lugar?

- É o cativeiro onde ele as mantinha - Sarah esclareceu. - Ali a cama com cordas para amarrá-las. Uma corrente... e uma roldana no teto para suspender e provavelmente torturar. - Ela olhou para tudo com nojo. - O filho da puta as usava e matava aqui. - ela virou-se para os policiais. - Chamem o sacristão. Agora. E avisem ao Marcos.... ele vai querer saber da nossa pequena descoberta macabra.

Os policiais saíram para cumprir as ordens. Sarah e Luan ficaram, fotografando o local com os celulares.

- Não acredito que você estava certa o tempo todo - Luan comentou. - Nunca mais duvido desse seu faro.

- Acredite, até eu duvidei - ela disse enquanto tirava fotos.

Alguns minutos depois o sacristão chegou, acompanhado do policial. Entrou tremendo de medo no porão, e quando viu a quantidade de sangue, vomitou. Sarah precisou se afastar um pouco.

Depois que ele se recuperou ela fez as perguntas que queria:

- Então - disse ela, abrindo os braços para mostrar o porão como um todo. - o que tem a dizer sobre isso?

- Eu? tenho nada não, senhora! - ele respondeu, tremendo. - Juro pelo pai do céu que eu não sabia de nada disso aqui! Nunca nem entrei aqui...

- E quem deu as chaves para o Padre? - Luan perguntou.

- Foi eu que dei, senhor, mas só porque elas estavam no meu chaveiro, mas eu mesmo nunca desci aqui não!

- E você não sabia que o padre descia aqui? Nunca viu nem ouviu nada? - ela se aproximou. - Será que você não era cúmplice dele?

O homem parecia prestes a desmaiar.

- Juro, senhora, juro até pela minha falecida mãe que eu não sabia de nada dessa maldade aqui! Que Deus me perdoe, nunca pensei que um homem que parecia um santo pudesse fazer isso! - ele quase gritava, de tão tenso.

- Olhe... - ela disse, ameaçadora - se você estiver escondendo algo, ou souber de alguma coisa, é melhor me contar agora. É sua última chance.

O sacristão engoliu em seco.

- Ele me pediu um favor - disse o homem. - pediu que eu ligasse para ele se a senhora voltasse aqui...

- E você ligou? Depois que chegamos? - Luan perguntou.

- Liguei, senhor, liguei sim... mas nunca imaginei que ele fosse o demônio, senão não tinha ligado...

- Você nunca desconfiou de nada? - Sarah perguntou. - ele nunca fez nada estranho?

- A única coisa que ele fazia estranho mesmo é andar de madrugada lá no cemitério aí detrás... fora isso, era um padre comum..

Sarah e Luan se entreolharam.

- Ele andava no cemitério? Para quê?

- Acho que era pra rezar pelas almas dos falecidos.. pelo menos é o que ele dizia.

A compreensão passou pelo rosto dos oficiais.

- Tem alguma pá por aqui? - Sarah perguntou.

- Tem sim, tem um barracão na entrada do cemitério...

- Chame todas as unidades - Sarah deu a ordem ao policial. - Acho que estamos prestes a encontrar as meninas desaparecidas... e, com sorte, Ricardo.

.......

No porta-malas, Lorena se debatia e lutava, mas as cordas que a prendiam estavam bem apertadas. Eram novas; o padre as comprou no caminho para a casa da puta Sarah Hoffman.

Pegar a filha dela não foi fácil. Era esperta como a mãe, a diabinha; não quis acompanhá-lo até o carro para pegar seu suposto "presente", então não lhe restou alternativa senão dar-lhe um soco certeiro no queixo para que ela desmaiasse. Não havia trazido clorofórmio, e não podia deixar que ela gritasse, para não alertar ninguém na festa... era uma pena deixar uma marca em seu rostinho angelical.

Com ela bem presa e amordaçada no porta-malas ele dirigiu até sair da cidade, depois entrou em uma estradinha de terra que não era usada há tempos. Chegou a um ponto onde o carro não passava; teve que sair e cobrir o resto do caminho a pé. Com a garota nos ombros, ele caminhou por cinco minutos, até chegar a uma cabana antiga e caindo aos pedaços, que ele usara muito tempo atrás, em outra época de rituais. Estava imunda, mas serviria para seu plano de vingança.

Entrou e jogou a garota no chão sem cerimônia. Pegou o celular dela, que havia retirado do bolso quando a pôs no carro, e verificou, feliz, que ainda tinha sinal. Afinal, não estavam tão longe da cidade.

Pegou então um canivete e cortou o short que ela usava, bem devagar. Estava disposto a saborear cada momento, pensando na mãe daquela puta. Depois de deixá-la só de calcinha fez o mesmo com a blusa. Rasgou-a em pedaços e em seguida colocou os dedos por baixo do sutiã, apertando o mamilo. Lorena chorava.

- Pára de chorar - ele estapeou-a - porque vocês sempre choram, caralho?

Ela segurou as lágrimas, receosa de apanhar mais.

- É assim que eu gosto - ele falou.

Ele começou a desamarrar o pano que ela tinha tampando a boca; afinal, naquela distância, ninguém iria ouvi-los. Quando terminou, ele tentou beijá-la, mas ela afastou o rosto, e gritou por socorro. Ele deu um soco em sua barriga.

- Pode gritar, vadiazinha - ele sorriu. - ninguém vai te ouvir aqui. Nem mesmo a vaca da sua mãe.

- Mamãe vai arrancar seus olhos quando ela vier, e pode apostar que ela vem! - Lorena gritou.

- Ah, mas você não está entendendo... eu quero que ela venha - ele disse, com o olhar vidrado. - e espero que você seja um incentivo bom o suficiente para que ela venha sozinha.

Ele abriu o zíper, colocando o pênis para fora.

- Abra a boca - o padre falou.

Lorena fechou a boca com força. Ele puxou o canivete e rasgou a bochecha dela. A menina gritou de dor.

- Abra a boca - ele repetiu, ameaçador. - e nem pense em morder, ou nunca mais verá a mamãe.

Lorena obedeceu. Abriu a boca, e ele enfiou lá o membro rígido, segurando os cabelos da menina pela nuca, forçando-a a ir e voltar pela extensão do pênis, quase engasgando no processo. Em determinado momento ele puxou o celular dela e começou a tirar fotos do que fazia. Quando gozou, havia já quase trinta fotos no celular.

- Agora vamos mostrar para a mamãe como estamos nos divertindo - disse ele, enquanto enviava as fotos para o número de Sarah. - não se preocupe meu bem, estamos só começando. Sou um padre, sabia? Quando terminarmos a sua bênção, será livre para ir. Você e sua mãe.

O CaçadorWhere stories live. Discover now