Descoberta - Parte Dois

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Bati a porta de meu armário fortemente, ouvindo ao fundo algumas pessoas darem suspiros surpresos pelo barulho repentino.

— Parece que temos um gatinho bravo aqui — olhei para o lado e dei de cara com Isla com um sorriso preguiçoso no rosto. Eu retribuí seu sorriso.

— Eu sou um tigre, você sabe.

— Oh, mas claro que é. Apenas... Não cresceu — dei um soco de leve em seu ombro. Ela riu.

Caminhamos juntos até a saída do colégio com ela me contando sobre seu último encontro com sua namorada, Jade. Elas duas, assim como Zayn e Liam, eram o casal perfeito que fazia eu me perguntar todo santo dia se um dia eu teria um namoro tão maravilhoso como o deles.

Talvez.

— Louis, Louis, Looooou! — ouvi alguém gritar atrás de mim, quando estávamos prestes a descer o primeiro degrau da escadaria que dava para fora da escola.

Eu me virei para trás procurando o dono da voz e me deparei com Liam correndo em nossa direção. Quando parou à nossa frente, demorou alguns segundos para retomar sua respiração antes de olhar para mim.

— Niall entrou em contato comigo — demorei alguns minutos para lembrar quem era Niall.

Ah. Aquele Niall. O que ele queria?

— E o que...

— Ele disse que Curly boy queria falar com você. Talvez esteja sentindo saudades... — o tom ofegante de Liam foi substituído por um malicioso e meu rosto queimou por Isla estar ali ao nosso lado, ouvindo aquilo.

Tudo o que ela sabia, com todos os outros, era que a aposta havia sido cumprida, e fim. Não havia nada sobre eu supostamente ter me encantado pelo Edward — Harry, como ele me pediu para chamá-lo — e realmente, durante essas semanas, ter pensado em voltar lá e chamá-lo para mais uma rodada de sexo maravilhoso. Nada, porque aquela era uma parte que eu queria guardar para mim, era algo especial entre mim e ele e aquilo deveria estar presente sempre em minha, apenas minha memória.

— Uh — Isla cantarolou, batendo em meu ombro levemente quando Liam me entregou o pequeno pedaço de papel contendo um número de telefone. Eu analisei por um instante a letra bruta de Liam rabiscada ali.

O que será que ele queria comigo? Seria apenas mais uma noite? Eu teria que pagá-lo novamente?

Ha, eu pagaria até mil libras para ele.

— De qualquer forma, preciso me encontrar com Zayn. Até mais, cara! Tchau, Isla — ele balançou a cabeça e passou por nós.

— Ele é gato?

Eu sorri, lembrando se seu lindo sorriso de covinhas, sua boca avermelhada e cheia, e seus olhos verdes. Lindo? Uma palavra muito fraca para ele.

— Esquece, esse seu sorrisinho já me responde. Preciso ir. Até amanhã, querido gatinho bravo — cantarolou antes de beijar minha bochecha e descer rapidamente a escadaria da escola, sua blusa florida balançando levemente pelo vento.

E então eu fiquei sozinho, girando o papel em minha mão por alguns segundos decidindo se eu realmente deveria falar com ele. Seria saudável para mim? Eu supostamente havia me atraído mais que o normal por ele em apenas uma noite, não gostaria de imaginar o que um segundo encontro faria. Tínhamos vidas completamente diferentes, eu não sabia se suportaria caso surgisse algum sentimento.

[...]

Eram três da tarde de uma sexta-feira quando eu encontrei Harry numa lanchonete no centro da cidade. Ele parecia diferente, mais genuíno com uma calça de moletom preta — ainda mais apertada do que calças de moletom deveriam ser, mas mais larga do que sua skinny do dia em que nos conhecemos — e uma blusa branca sendo coberta por um moletom também preto e botas de cadarço. Meu coração deu uma repentina acelerada quando o vi se aproximar da mesa com um sorriso de covinhas.

— Ei, lindo. É bom te ver — ele disse, sentando ao meu lado no pequeno sofá da lanchonete — Azul realça seus olhos, é bom — completou quando deu uma olhada em toda a minha roupa. Eu sorri, incerto do que fazer ou de como cumprimentá-lo.

Havíamos tido sexo, ok, mas e daí? Ainda era um estranho para mim.

— Eu fiquei curioso, sobre o que você queria comigo — comecei, mas fui interrompido por sua mão tocando a minha e a apertando. Meu coração quase saiu pela boca.

— O que acha de pedirmos? Eu sinto que... Tudo fica melhor com um bom chá.

Olhando-o confuso e desconfiado, assenti. O que eu poderia fazer, além disso, afinal?

Fizemos nossos pedidos. Enquanto esperávamos, eu não disse nenhuma outra palavra e ele também não se pronunciou. Não havíamos o que dizer, tudo parecia normal e estranho ao mesmo tempo, como se fôssemos feitos para estarmos ali, juntos, mas não soubéssemos o que fazer, como agir. Deveríamos falar sobre a noite? Sobre nossas famílias?

Será que ele tinha uma família?

Eu não tinha noção alguma sobre sua vida, mal sabia como começar um assunto, e aquilo me sufocou até o garçom chegar com nossos pedidos. Quando minha xícara de chá tocou a mesa, eu pude soltar o ar. Harry pareceu perceber, pois, me olhou por um instante antes de pegar sua própria xícara e dar um gole em seu chá. Eu suspirei.

— Você é especial, sabe? — fui pego desprevenido por sua voz rouca murmurando bem perto de meu ouvido. Olhei-o, analisando seu lindo perfil enquanto ele parecia concentrado em olhar para sua xícara.

— Por quê?

— Porquê... — ele fez uma pausa. Virou seu rosto para mim e eu prendi minha respiração ao sentir seu ar quente se chocar com meu rosto, de tão próximo que estávamos. De repente tudo ficou quente, muito quente, e eu senti vontade de tirar meu moletom. — Porque eu senti algo. Eu senti uma coisa quando te vi pela primeira vez e isso se intensificou conforme a nossa primeira noite ia passando, o que fez eu fazer tudo o que eu fiz.

— Beijo na hora... — ele assentiu, sorrindo ao ver que eu não havia terminado a frase. — E...

— Sim, Louis — Harry riu. Ele pegou sua xícara de chá e bebeu mais um pouco. Sentindo minha garganta seca, eu repeti seu gesto, apesar de já estar quente o suficiente para tomar chá.

Ele voltou a olhar para mim quando pôs sua xícara no lugar, pegou minha mão posta em cima da mesa e entrelaçou nossos dedos, dando um sorriso fraco. Eu estava completamente confuso me perguntando aonde diabos ele queria levar tudo aquilo, mas não o questionei. Não disse nada porque a sensação de sua mão na minha era tão boa, tão acolhedora, como se fosse feita apenas para segurá-la, apenas para me segurar.

— Eu não sei se você sentiu o mesmo que eu naquela noite; mas eu precisava vir aqui te dizer o que eu estou prestes a dizer porque, dependendo da sua reação, nós podemos trabalhar nisso junto. Juntos, me entende?

Ah, não. Não. Não. Não. Ele não poderia dizer o que eu estava pensando. Não poderia, merda! Eu só tinha dezoito anos! Mal havia acabado o colegial!

Minha cabeça estava a mil, minhas mãos suavam e tudo mudou de quente para gelado. Frio. O baque frio da realidade.

— Eu estou grávido, Louis. E as chances de essa criança ser sua são de quase 100%.

***

{Fico feliz que estejam gostando! Desculpem se algo estiver indo muito rápido, é pq esse realmente é o estilo da fic. Beijinhos, até a próxima!}

I'M HAVING YOUR BABY || larry (mpreg)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora