Capítulo 8

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Estou seguindo meu percurso a caminho de casa, admirando o trânsito por sua calmaria, após tê-la deixado em frente ao seu prédio.

De repente escuto o toque do meu celular. Olho e vejo que é minha irmã, Jully.

Atendo em vídeo.

— Oi pequena.

E sem me dar a chance de falar sequer outra palavra ela continua sem cerimônia.

Jully é assim.

— Thi, a mamãe teve aqueles troços que vez ou outra ela tem e tivemos que trazê-la correndo para o hospital. Deus, pra ela ter deixado ser levada ao hospital, então foi sério. — Estamos todos aqui e agora ela está perguntando por você.

Jully sem dúvida é a mais tagarela e dramática de todos nós.

— Calma, Jully! Com desespero não chegaremos a lugar algum. — Ela é minha irmã mais nova de uma sequência de quatros e talvez por ser a caçula é também a mais mimada. — Respira e volte pro início, por favor.

Obedecendo ao meu comando, assim ela fez. Respirou fundo, mas os olhos continuavam arregalados como se quisessem pular.

— Ai Thi, como você pode ter tamanho autocontrole e ser tão frio numa hora dessa?

Do quarteto, sou a razão. Mas sou duramente criticado por essa minha austeridade.

— Prossiga Jullyanne, por favor. — Respiro fundo. — Porque minha frieza já está se transformando em combustão.

Por que as mulheres têm mania de amolar a paciência dos homens?

— Deixa de drama Jully. — Finalmente, alguém do meu nível emocional. — Ethan não foi nada sério.

Kim aparece na vídeo chamada e assume o controle do outro lado. Minha irmã mais velha. Ela costuma ser mais parecida comigo, embora ela sempre faça questão de lembrar que eu é que pareço com ela por ela ter nascido primeiro, claro. Que seja!

— Então, vão me dizer o que está acontecendo de fato ou não?

Olho feio para Kim.

— Realmente ela se sentiu mal, foi trazida às pressas, mas foi só um aumento da pressão, já foi medicada. Por via das dúvidas, achei melhor deixá-la em observação até o início da noite. Está tudo sob controle, não se preocupe.

— Graças a Deus! E claro, a você né maninha que é uma ótima Dama de branco.

Ela me olha em desaprovação.

Não vou negar que minha mãe, Margareth Damon, é super paparicada por todos nós.

Ela merece.

— Hum, sei. A Jully tá uma pilha porque a mamãe quer também você aqui. AGORA, maninho. Não para de chamar seu nome e a Jully já tá pensando que ela vai morrer.

— Nossa! Como vocês sabem ser comoventes.

— Vocês quem? Tá me estranhando é? — Não consigo segurar um sorriso. — Adoro tirar você do sério, sua carrancuda.

— Abandone qualquer papel da empresa ou rabo de saia da rua, seu... leviano desajuizado e trate de vir imediatamente pra cá. — Jesus! Arregalo o olho com o termo paralelo pelo qual ela me igualou. — Você sabe como a mamãe é e quando se sente frágil quer ter todos os filhos ao seu lado. — Não consigo ficar sério e deixo escapar uma gargalhada.

— Desculpe, mas você adora me fazer rir sua mal humorada. — Balanço minha cabeça. — Leviano desajuizado? Essa é nova, Kim. — Ela também sorri. — Tá certo! Leviano posso até ser, agora desajuizado... não se preocupem que tenho total controle das minhas ações.

❤ FELICIDADE AO ACASO ®️ - ReescrevendoWhere stories live. Discover now