t r i n t a e u m

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O que eu fiz
Eu vou enfrentar a mim mesmo
Para apagar o que me tornei
Apagar a mim mesmo
E deixar ir embora
O que eu já fiz

Link Park - What i've done

Quando meus olhos se abrem a primeira coisa que vejo e o teto branco do quarto de Jade, mas... o que estou fazendo em seu quarto se a última vez que a vi ela estava...

- Pathiel. - a voz de Clementina soa como uma urgência e me obrigo a prestar atenção nela. - A Jade desapareceu, Pathiel, ela desapareceu.

Pisco meus olhos mais algumas vezes absorvendo suas palavras e devagar me sento com minha cabeça girando.

- Para onde ela foi? - pergunto massageando minhas têmporas.

- Brian invadiu sua casa e ela estava por perto... - ela soluça. - ela foi te defender e ele acabou levando só ela, mas, Pathiel, vá buscá-la, por favor, posso selecionar uma equipe de segurança para te ajudar, só a busque. - Clementina fala tudo de uma vez e lágrimas descontroladas começam a cair.

- Eu vou. - respondo levantando depressa.

Sem deixar Clementina responder mais alguma coisa saio correndo em busca dela, mas antes de ir para casa ligo para Lissa e Mikael me encontrarem lá.

Como minha casa não é tão longe e meus passos são largos chego em menos tempo do que pensei que pudesse fazê-lo.

Nota mental: quando encontrar Jade vou participar de maratonas em que no final ela esteja, para que assim me desespere e chegue nela mais rápido que todos.

Entro em casa e me lembro no dia que Jade disse que espalhou armas em lugares sugestivos quando eu precisasse. Eneko não está, o que não me gerou grande surpresa. Vou até meu quarto e penso onde poderia ser um lugar sugestivo se eu precisasse.

Sento em minha escrivaninha e imagino que se alguém estivesse atrás de mim gostaria que tivesse uma arma... acho que debaixo do teclado do meu computador. É um bom lugar para falar a verdade.

Para minha surpresa uma linda arma estava lá, no lugar onde imaginei que estaria.

Lissa e Mikael chegam em seguida e se surpreendem quando me ver apontando uma arma para ambos.

- Onde conseguiu isso? - pergunta Mikael. - Não sabia que Eneko está do nosso lado.

- Não existe um lado, existe apenas um Pathiel furioso por terem mexido com o que ele mais ama. - respondo e faço uma gesto como se tivesse atirando.

- Vou me lembrar disso depois. - rebate Lissa.

- Então, por onde começamos? - pergunta Mikael.

- Armamento.

Lissa me olha excitada e Mikael com um pequeno lampejo de medo.

- Está com medo, Mika? - pergunto.

- Onde vamos conseguir armas? - ignora minha pergunta.

Com pensamentos surgindo do nada começo a formular tudo o que vamos fazer naqueles pequenos cinco segundos de silêncio após a pergunta de Miakel.

- Nós vamos roubar. - respondo simples.

Lissa e Mikael se entreolham calados mas não me contradizem, conversamos e descobri que ambos não saíram da minha casa quando Brian apareceu. Jade foi mais rápida e antes que Brian pudesse fazer qualquer coisa com nós três ela interveio e ele acabou a levando.

(...)

Paro meu jipe há alguns metros da delegacia quando o relógio marca quatro horas da manhã Mikael me olha com os olhos esbugalhados quando saio do carro com Lissa.

- Eu pensei que você estava brincando. - se dirige para mim e dou de ombros. - Não pensei que pudesse fazer uma coisa dessas, fora que é perigoso demais, não somos mais crianças, somos adultos imaturos é podemos ser presos por isso.

- Já acabou? - pergunto e ele não responde. - Faz assim então, fica no carro e Lissa vai comigo, resolvido, se nós formos presos, digo que te obriguei.

- Mas...

- Já está resolvido, Mika. - Lissa intervém. - Path e eu vamos sozinhos.

Ele parece meio receoso mas não diz nada, Lissa e eu vamos andando devagar até a delegacia onde Eneko trabalha e como ele está sumido presumi que está tentando matar Jade nesse exato momento com Brian.

Depois da armas que encontrei debaixo da meu teclado achei mais quatro espalhadas pelo meu quarto e a que ficou no carro junto Mikael.

Lissa me olha com um sorriso claramente excitado e joga os cabelos para trás colocando sua máscara de porco rosa e depois faz uma barulho de porco, visto minha máscara de porco preto e saco minha armas indo em direção a delegacia que parece estar vazia, se não fosse pelos computadores ligados e um policial dormindo com a boca aberta diria que não tem ninguém.

Entro junto com Lissa e o policial continua em seu sono com baba escorrendo por todo o seu rosto.

- Ei! - grito e me assusto com a minha própria voz. - Eu vou ser bem direto, queremos suas armas e nada mais.

O policial acorda atordoado e quando nos ver, para no mesmo instante.

- Não pode ser. - grita como se tivesse em uma guerra consigo mesmo. - Vocês não, já bastas nos meus sonhos e agora no meu trabalho.

- Já disse, queremos apenas suas armas! - repito de novo e ele começa a se mover desesperado.

- Parados. - grita outro policial saindo de uma sala, mas Lissa foi mais rápida e acertou seu rosto deixando o policial desacordado no chão.

Olho para ela em advertência e ela da de ombros adentrando o local.

- Por aqui. - o policial diz e me entrega suas armas.

- Se você estiver de gracinha, eu vou te matar. - apesar de não ter coragem de matar ninguém o assustei, ele não precisa saber.

Andamos por algumas salas depois de derrubar seis policias, sem matar nenhum logicamente, não estamos aqui para matá-los. O policial que nos disse onde as armas estavam parece ter algum medo de porco ou alguma coisa assim, pois ele não parava de gaguejar e dizer coisas sem sentido.

- Por... por favor, porquinho, não me mata. - disse o policial com as mãos no rosto.

- Só se você for um bom garoto e não dizer nada sobre nós. - Lissa ameaça.

- Nã... não vou.

Por fim chegamos a saída e deixo o policial que nos ajudou acordado, ele foi bem útil para falar a verdade.

Saímos da delegacia com uma sacola cheia de armas variadas e quando chegamos ao meu jipe Mikael estava roendo as unhas e nos olhava assustado.

- Finalmente vocês chegaram. - diz tirando as mãos da boca. - Sério, desse jeito até eu fico com medo.

- Você já se estava se cagando todo seu bundão. - Lissa entra no carro tirando sua mascára.

- Não estava não...

- Silêncio! - advirto. - Não podemos chamar atenção, acho que já abusamos da sorte demais por hoje.

Eles ficam em silêncio e fico no lugar de Mikael pronto para dirigir, ligo o carro e dou partida indo para o lugar onde imagino que ela esteja.

Vou trazer ela de volta nem que para isso tenha que matá-lo.

Ou na melhor das hipóteses, tenha que matá-los

Juro (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now