q u a r e n t a e q u a t r o

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Querida, estou dançando no escuro

Com você entre os meus braços

Descalços na grama

Ouvindo nossa música favorita

Eu tenho no que vejo

Agora eu sei, conheci um anjo em pessoa corrigir

E ela é perfeita, eu não mereço isso

Você está perfeita esta noite.

Perfect - Ed Sheeran



Acordo pela manhã e vejo que no meu celular ainda marca seis horas, Jade ainda dorme tranquilamente sobre meu corpo, beijo sua testa antes de levantar e visto outras roupas. Hoje irei ver meu "irmão" na cadeia, ainda não disse tudo o que quis.

Dou uma última olhada em Jade e saio de casa, entro em meu carro e enquanto dirijo meus pensamentos viajam para a noite anterior onde ela aceitou ser minha esposa, confesso que senti uma pontada de medo dela recusar, mas ela acabou me surpreendendo com sua resposta positiva.

Sorrio ao me lembrar de suas palavras dizendo que me aceita e o caminho até a delegacia não foi assim tão torturante. Entro na delegacia e faço todos os procedimentos para poder ver Eneko. Alguns minutos depois estou atravessando uma porta onde encontro Eneko sentado em uma cadeira com as mãos algemadas sobre uma mesa. Vou até ele e me sento de frente para o mesmo

- Olá, fofo. - diz e abre uma sorriso fraco.

- Pelo jeito você não mudou nada. - murmuro. - Mas fico feliz que essa seja nossa última conversa.

Eneko se mexe meio desconfortável na cadeira e sua tentativa de não demonstrar importar vai por água a baixo.

- Ao longo dos anos em que você cuidou de mim não imaginava que pudesse ser assim tão frio, matou nossos pais, e me enganou por muito tempo. - faço uma pausa formulando minha pergunta. - Por quê? Só me diga o porquê e nunca mais me verá.

Ele não me responde de primeira e parece pensar um pouco, de repente seus olhos sobem e se encontram com os meus, me foquei no jeito que ele me olhava e ali vi frieza, mas diferente do que via nos olhos de Jade quando a conheci, os olhos de Eneko emanavam maldade.

- O que ganho com isso? - pergunta.

Mas é claro que o cretino queria alguma coisa.

- Ganha nunca mais me ver. - respondo e me mantenho determinado.

- Eu os matei por sua causa.

Fico olhando sério para ele e pensando em como um garoto de catorze anos pode ter tanta maldade.

- Tudo isso é por sua culpa, o seu bebê é por sua culpa. - o esboço de um sorriso aparece e fecho minhas mãos em punhos.

Vou até ele e o seguro pelo colarinho.

- Nunca mais diga isso. - ameaço. - Ou irá perder seu outro olho e muito mais.

Ele fica em silêncio e solto ele indo de volta para meu lugar.

- Me responda, e eu irei. - termino.

- Matei todos eles porque se não você ia tomar tudo o que é meu. - ele responde me olhando de um jeito maníaco. - Porque não suporto a ideia de pensar em você com a garota que ama e com uma filho dela, não gosto de vê-lo feliz, você deveria ter morrido junto com eles, ficado sem ar até que o oceano os engolisse, e sabe? Ninguém ia saber que vocês morreram. Ninguém ia se lembrar de vocês.

- Você afogou eles?! - exclamo irritado, de um dia para o outro que meu próprio irmão afogou nossos pais e ainda mais, ele os matou afogados.

- Dei um "jeito" no helicóptero deles e eles se afogaram no mar. - fala tudo de uma vez e da uma risada diabólica no final.

Nessa hora não consigo dizer nada, apenas chorar.

- Adeus, irmão. - me levanto e vou até a porta. - Foi bom ouvir sua confissão, acho que vai passar um bom tempo na cadeia, aliás, e aquele ditado: cuidado com o que diz. - sorrio para ele que só então se da conta do que acabei de fazer.

- Você me sabotou? - pergunta exasperado e eu apenas fico rindo. - PATHIEL!

- Até nunca.

Saio da sala e ouço os gritos de Eneko de longe, confesso que depois de saber que a justiça será feita quando ouvirem a confissão de Eneko me sinto melhor, ele merece isso.

Saio da delegacia e quando estou prestes a atravessar a porta vejo ele, o policial que tem medo de porcos e por causa desse medo me ajudou a roubar armas na delegacia. Engulo em seco e passo por ele como se fosse uma pessoa normal, ele parece ocupado com o que faz e não me olha. Chego a porta e vou praticamente correndo até meu carro, dou partida e finalmente solto meu ar.

Ainda vou devolver as armas.

As armas que se eu tivesse usado naquela noite não teria perdido meu bebê.

Sinto uma tristeza ao me lembrar disso, mas quando entro em casa e ainda encontro Jade dormindo me sinto tranquilo, ela me traz paz.

Juro (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now