Capítulo 13

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As festas de final de ano estavam próximas. Nova York, pintada de branco pela neve, estava agitada, iluminada e alegre. Os nova-iorquinos exalavam espírito natalino e se mostravam ainda mais festivos, e isso, tudo isso deixava a minha sobrinha, Marcele, encantada. Estávamos indo para uma pequena celebração na mansão de Jenny e o, mesmo adulta, ela parecia uma criança com os olhos brilhantes espiando boquiaberta pela janela do carro.

Depois de um tempo no trânsito, ela se desfez do transe que a envolvia e me perguntou — Acha que a minha mãe vai ficar bem, tia?

— Claro que sim. Você já deveria ter colocado suas pernas no mundo muito mais cedo. É normal ela ter ficado nervosa, já que é a sua primeira vez longe de casa, mas ela vai ficar bem. Acredite.

Marcele balançou a cabeça concordando e se recostou no banco do carro, se deixando levar mais uma vez pela cidade que nunca dorme.

Marcele era minha sobrinha mais velha, filha de Constantino e Núbia. Havia passado os seus 24 anos na criação extremamente cuidadosa da mãe e da avó. Sem nunca ter viajado, se aventurado ou coisa do tipo. E eu achava aquilo incomum, apesar da educação rigorosa de casa, alguns dos filhos da minha mãe sempre gostaram de descobrir o mundo. Mas aquela submissão estava mudando e, nos últimos tempos, se tornou comum ouvir reclamação da minha família da Sicília sobre o quão rebelde Marcele estava se mostrando. E a rebeldia era: festas, namorados, bebedeiras. Bom, coisas normais aos meus olhos independentes.

— Talvez seja a adolescência, essa fase numa é fácil – Falou Constantino, o pai, esperançoso ao telefone. Me perguntei se ele fazia ideia da idade da filha tinha.

Vir para Nova York já era um pedido antigo. Sempre que me via, Marcele suplicava por uma chance de vir para cá. Para os Estados Unidos. Mas, mesmo comigo dizendo que seria uma ótima experiência para ela, os pais nunca deixaram. Até semana passada. Com a licença maternidade de Jennifer, eu precisaria de alguém para me auxiliar durante esse tempo, assim insisti em trazer Marcele para morar comigo para trabalhar e estudar por aqui. Núbia ficou aos prantos, mas o pai apoiou.

— Tudo bem, se for como você diz, pode fazer bem a ela. – Constantino concluiu.

Chegando ao nosso destino, Vicent atendeu o portão do casarão e nos deixou entrar.

Adentramos ao salão principal. Ele estava delicadamente enfeitado com sapatinhos de bebê, pequenas ancoras de marinheiro, alguns bonequinhos e balões por todo canto, tudo nas cores prata, azul e branco. Havia um grande buffet exposto aos convidados com garçons e garçonetes passeando pelo salão servindo drinks e canapés. Ao fundo, em uma estante prateada que subia a parede, várias caixas e embrulhos dourados, prateados e azuis. Talvez fossem os presentes recebidos do pequeno Stephen.

— Cadê a Jenny? – Perguntei a George que estava de costa conversando com alguns amigos.

— Até que enfim você chegou! Ela está lá em cima enfiada no quarto com a mãe – ele revirou os olhos. — Será que você pode tentar salvá-la daqueles discursos demorados da minha sogrinha? Quem sabe você tem a sorte de pegar meu filho no braço, porque a Elena não me deixou chegar perto dele um só segundo hoje. E a mocinha, quem é? — Indicou Marcele com a cabeça.

— Ah, essa é minha sobrinha – Me diverti ao ver Marcele encantada com o Clooney em sua frente.

— Prazer! – ele apertou a mão de Marcele que riu timidamente. — Você deveria apresentá-la a Jane, irmã da Jennifer – moveu a cabeça na direção de uma menina que parecia bem entediada. Ela não tirava os olhos do Iphone nem por um segundo. estava de fone de ouvido e muito interessada em seu Iphone.

Solícita, Marcele decidiu seguir a indicação de Clooney e foi se apresentar a irmã caçula de Jenny. Assim, subi para encontrar Jennifer embalando o pequeno Stephen nos braços enquanto lidava com o bradar eufórico e opinativo da mãe.

Thomas - Tom Hiddleston (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora