Prólogo

4.5K 546 270
                                    

Baekhyun suspirou trêmulo, seus olhos seguiam os holofotes que passavam acima de sua cabeça. Sua mãe segurava sua mão firmemente, falando sobre quão forte ele era e como tudo ficaria bem, mas Baekhyun não conseguia focar em nada.

Sua mente foi preenchida pelas faces dos pais chorosos que lhe entregaram o coração doado de sua filha morta.

Baekhyun estava vivo, porque alguém morreu.

— Baekkie, bebê, fique forte. Você sabe que eu estarei aqui, você vai ficar bem. Estes são os três melhores doutores em toda a América. Você vai ficar bem, você vai ficar bem.

Sua mãe chorou e apertou sua mão firmemente. Baekhyun olhou fixamente para ela, sua mão estava ficando anestesiada antes mesmo de estar deitado na maca cirúrgica. Os médicos disseram que ele tinha uma possibilidade de 70% de aceitar o coração compatível sem nenhum problema enquanto os 30% contava com pura sorte.

— Mãe? — ele murmurou, impedindo a si mesmo de chorar de medo. Ele ainda quer viver.

— Sim, bebê?

— Diga... Diga aos Kang's que eu sou grato à eles e à sua filha, mesmo... mesmo se o transplante não der certo-

— Shh... bebê, tá tudo bem — a progenitora o silenciou colocando os dedos em seus lábios. Baekhyun sorriu choroso para a mãe antes que as enfermeiras o levassem para o quarto isolado de cirurgia.

Baekhyun foi aconselhado a cantar algo de que gostava até o anestésico fazer efeito.



Já faz exatamente um ano que Baekhyun pisou no prédio da Byun Inc., desde a sua cirurgia de transplante cardíaco bem sucedida.

O vice-presidente baixinho inalou o cheiro de chão de mármore polido e pilhas novas de papel. Percorreu os corredores ocupados, todos os funcionários sorrindo e se curvando para ele, saudando-o com respeitosos bem-vindo de volta. Baekhyun sorriu timidamente e acenou de volta. Ele ganhou há muito tempo seu lugar nos grupos de marketing de sua família e com vinte e quatro anos, estava mais do que pronto para reivindicar a liderança, quando a presidente — sua mãe — diz isso. O pai de Baekhyun morreu há seis anos, deixando para trás uma fortuna para sua esposa e filho único.

— Baekbaek!

Baekhyun gemeu e fez três gestos "cale a boca" ao seu secretário, que sempre faz seu posto de todo-poderoso cair por causa de seus ridículos apelidos. — Luhan, muito alto.

— Desculpe — seu secretário disse, mostrando a língua travessa. — Bem-vindo de volta, Sr. Byun! Seu escritório sentiu saudades.

Baekhyun revirou os olhos e empurrou a porta de seu escritório, abrindo-a. Inalou o ar familiar e saltitou pela decoração de mogno extravagante até parar em frente a enorme janela. A vista de fora mudou um pouco, mas não estava menos maravilhosa do que era antes.

— Agora! — Luhan cantarolou com entusiasmo. Baekhyun ouviu uma grande pilha de arquivos cair em sua mesa de trabalho. Grunhiu com isso, definitivamente ele não sentia falta dos papéis de trabalho.

— O que é isso? — Baekhyun perguntou, antes de se jogar sobre a cadeira de couro.

— Sua mãe solicitou pessoalmente para que você olhasse esses arquivos dos estagiários. Ela disse que você sempre tem um dedo bom sobre eles e é quem obtém a decisão final.

Meu cu!

Baekhyun quis dizer. Sua mãe estava, obviamente, distraindo-o com um trabalho simples, porque ela não queria que ele entrasse no negócio real e cansativo.

— Tá, tanto faz.

— Ótimo! — Luhan bateu palmas e Baekhyun revirou os olhos novamente porque o secretário bonito estava obviamente entrando no jogo de sua mãe. — Agora, se você me desculpar, eu tenho telefonemas importantes para fazer.

— É melhor você não ter nenhum daqueles sexos pelo telefone com Sehun aqui novamente.

Aquilo só aconteceu uma vez! — Luhan gritou, seu rosto vermelho como um tomate.

— Você diz a vez que foi pego?

— Cala a boca, Baek, e descanse!

Baekhyun riu do rosto corado de Luhan antes do outro bater a porta atrás de si. O vice-presidente suspirou sonhadoramente, finalmente se sentindo mais como ele, antes de começar a revirar o arquivo dos estagiários.

Os dedos de Baekhyun pararam, de repente, seus olhos capturaram um sorriso bobo familiar, enormes olhos e orelhas incrivelmente pontudas. "Park Chanyeol", dizia.

Baekhyun tentou buscar em sua mente pelo rosto familiar, mas nada veio à sua memória. Ele balançou a cabeça e prosseguiu com o trabalho, ele quase não memorizou os nomes americanos e asiáticos pelo qual passou naquele instante.



Baekhyun bocejou descontroladamente, enquanto jogava sua mala no banco de trás. O cheiro da chuva enchia suas narinas e o ar fresco soprou suavemente em seu rosto.

Baekhyun encolheu os ombros e travou o BMW antes de sair. Ele queria desfrutar a liberdade. Fazia um tempo desde a última vez que tivera um tempo para si mesmo, fora do sufocamento de casa ou do quarto de hospital.

Times Square estava a uma curta distância e Baekhyun caminhava devagar para a rua movimentada. Ele mentalmente gritou quando vislumbrou os anúncios de aniversário do seu ídolo coreano preferido nas telas da Times Square.

Baekhyun estava sonhando acordado com o surpreendente, sexy e talentoso Kai quando uma voz profunda chamou seu nome do nada.

— O quê? — O pequeno girou ao redor, fixando a vista em um homem alto, saindo como um jato na multidão de americanos. — Você... está me chamando?

O homem pareceu familiar quando se aproximou de Baekhyun. O vice-presidente estava começando a ficar incomodado com o olhar fixo do desconhecido, que o verificava da cabeça aos pés. Baekhyun deu um passo para trás quando o estranho ergueu a mão, parecendo atordoado enquanto olhava para o... peito de Baekhyun.

— O-o que você está fazendo? — Baekhyun perguntou, cruzando os braços com força sobre o peito.

O homem olhou para ele com seus olhos vermelhos e lacrimosos antes de começar a chorar em frente ao mundo inteiro. O vice-presidente apavorou-se e girou ao redor para fugir do cara estranho.

Baekhyun gritou. O cabelo em seus braços arrepiaram-se quando o homem choroso agarrou seu cotovelo e o puxou de volta. — Espera... não vá.

Ba-Dum, Ba-Dum [TRADUÇÃO PT-BR]Where stories live. Discover now