Falling apart

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N/A

Avisos importantes, a partir de agora:

1 - os diálogos entre o Harry e o Louis que forem feitos em itálico não estão acontecendo, como eu posso dizer, do jeito normal. Como vocês perceberam, eles podem ouvir os pensamentos um do outro, vamos dizer que os diálogos mentais vão se aprimorando.

2 - as coisas vão começar a dar errado de novo, preparem os little hearts de vocês, tá bom? :)

No mais é só isso mesmo, perdão pelos erros e enjoy <3

***

De todas as formas que alguém poderia se sentir encurralado talvez a pior delas fosse um segredinho sujo, algo que esconde de todos e protege com a sua própria vida, Louis tinha isso. Apesar de seu passado não ser um completo mistério ao seu companheiro e à uma de suas irmãs, ele ainda carregava o peso de não ser completamente livre para mais ninguém, e tinha muita gente envolvida naquela história, pessoas por quem ele tinha um apreço muito grande, a família que a vida havia lhe presenteado como uma segunda chance e para quem ele sentia que devia, no mínimo, a verdade.

Mas, faltava-lhe a coragem, mesmo porque, como ele faria isso? Organizaria um chá da tarde onde contaria sobre seu passado obscuro? Uma noite de queijos e vinhos, quando se aproveitaria do estado de quase embriaguez de todos para mencionar seu antigo emprego? Carecia de coragem. Carecia também de aceitação. Louis não conseguia aceitar o próprio passado e, por consequência, não conseguia deixá-lo completamente para trás, o carregava por aí como uma maldita mala de roupas velhas.

Talvez por isso vivesse à espreita, na espera de que algo viesse e lhe arrancasse daquilo que ele considerava a felicidade plena ou, na expectativa de que com o tempo, esquecesse tudo, algo que, em sua concepção, estava demorando demais para acontecer. Àquela altura, as pessoas a quem ele mais amava e por quem daria a vida, juntas, não somariam 10 anos. Amelia e Arlo. Os filhotes ocupavam sua vida e sua mente o suficiente para distraí-lo pelo menos um pouco do quê de melancolia que o acometia vez ou outra.

E tinha Harry. Ah, Harry era outra coisa. Harry era... Maravilhoso. Se Louis tivesse imaginado que se casaria, que um alfa o reclamaria e o marcaria, com certeza teria imaginado Harry. Com seus olhos verdes e cachos embaraçados, meio engordurados, mas, absurdamente lindos, os lábios cor-de-rosa e cheinhos, o maxilar desenhado e o sorriso de covinhas, a maldita mania de mexer nos cabelos colocando-os no lugar, o tique de enrugar o nariz quando não gostava de alguma coisa. Se ele tivesse sonhado com um alfa, sonharia com Harry, ele era a realização do sonho nunca sonhado, da realidade da qual não imaginava ser merecedor e, ainda assim, lá estava ele.

Naquele fim de tarde, quando Harry chegou e contou que eles sairiam para jantar, Louis teve um mal pressentimento, talvez não exatamente assim, algo como uma sensação ruim. Quis recusar o convite, mas, sabia como a relação do seu alfa com Niall estava estremecida e como aqueles momentos eram importantes para ele, não queria contribuir, de modo algum, para o afastamento dos dois, mesmo que isso significasse conviver de perto com a sensação de que o alfa irlandês era simpático demais.

O que o transformava em uma incógnita para o ômega e deixava Louis extremamente desconfortável. Fosse com os comentários discretos, porém, inconvenientes sobre o seu corpo fosse com as lembranças jogadas aleatoriamente que deixavam a impressão de que era tudo de propósito. As recordações que giravam sempre em torno de Alex e que deixavam Tomlinson extremamente incomodado.

Talvez ele estivesse exagerando, então foi com esse pensamento que ele ignorou a sensação ruim, decidindo que acompanharia o alfa naquele jantar, afinal, era só um encontro entre amigos. O que poderia dar errado? Além do que, Harry lhe passava confiança suficiente para acreditar que acontecesse o que acontecesse, ele ficaria bem.

How to save a life ~ ABO ~ l.sWhere stories live. Discover now