prologue

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Lembro de quando eu caminhava pela calçada pulando as linhas, eu tinha seis anos e meu pai já trabalhava na casa dos Tomlinson.

— O que você faz na casa deles? — Eu perguntei enquanto pulava linhas, era meu aniversário e achei que fazer seis anos era algo muito importante na minha família já que meus pais estavam me tratando como um rei naquele dia, seria mentira se eu dissesse que não estava amando.

— Arrumo o jardim deles Hazza, eu deixo as flores bonitas para que eles possam mostrar para todo mundo. — Meu pai era assim, eles sempre via positividade em tudo, mesmo nas maiores crises econômicas da família, como era o caso alguns meses antes.

— Um dia, eu quero ser igual você papai, quero deixar as flores lindas para deixar vidas lindas, flores transmitem felicidade, né? Gemma me falou que mamãe disse isso para ela. — Ele sorriu e me pegou no colo, não importava se eu tinha seis anos, eu sempre me sentiria confortável no colo do meu pai, não importava nada, então ele depositou um leve beijo na ponta do meu nariz que me fez rir.

— Você será muito mais do que isso Hazza, você será um mega super herói, o maior de todos, vai salvar o amor da sua vida e vai ser reconhecido por todo mundo, você vai ser a felicidade em pessoa, o seu poder? Transmitir a felicidade com o toque. — Seus olhos estavam cheios de lágrimas quando eu o abracei e disse: — Eu te amo papai.

Não precisava de resposta, sabia que ele me amava também, sabia que éramos tudo um para o outro, junto com mamãe e Gemma. Entramos na loja e ele me colocou no chão, disse para que eu escolhesse qualquer brinquedo do lugar, os Tomlinson haviam sido muito gentis e deram dinheiro para que ele pudesse comprar um super presente para mim. Mesmo na inocência infantil eu não suportava ver os preços altos das coisas, então busquei as coisas mais baratas da loja, foi então que eu a encontrei, bem no canto de uma prateleira, a última caixa, um dos brinquedos mais baratos, blocos para montar casinhas, agarrei-me neles e disse que era o que eu queria, era o que eu mais queria no mundo todinho e meu papai podia comprar, era o aniversário mais feliz da minha vida.

Depois de tomarmos sorvete de uva e maracujá nós voltamos para casa, para o maravilhoso conforto quentinho da casa aquecida pela lareira improvisada que mamãe havia feito em dezembro, era o presente de natal dela para toda a família, também havia sido o único presente. Por algum motivo papai estava nervoso, parecia esconder algo e eu estava com medo disso, será que mamãe havia percebido isso antes de nós sairmos de casa?

Quando ele abriu a porta, mal pude acreditar. Havia uma festa ali, e era gigante! A maior festa que já havia visto. Haviam salgadinhos e docinhos, balões e até mesmo um bolo! Nada podia ser melhor que aquilo, eu tinha certeza disso. Três pessoas estavam ali também, não sabia quem elas eram, mas também gritaram “surpresa” ao me ver, elas eram muito lindas e se vestiam muito bem. O menino, ele era uma criança igual a mim, mas parecia mais velho, veio até a porta com uma pequena caixa.

— Mamãe e papai disseram que era seu aniversário, então eu peguei uns carrinhos meus e decidi te dar. — Ele me entregou a caixa, estava pesada, sorri para ele e abri o presente, haviam literalmente uns cinquenta carrinhos naquela caixa, meu favorito imediatamente estava na minha mão, era um azul e verde.

— Obrigado — sussurrei com os olhos cheios de lágrimas e o garoto me abraçou.

— Meu nome é Louis. — Ele estendeu a mão para que eu a apertasse, larguei a caixa no sofá ao meu lado e apertei a mão estendida.

— Harry. — Respondi — Quem são vocês? — Sussurrei para que só ele ouvisse, mas não deu certo.

Mamãe veio em minha direção e me abraçou antes de dizer: — Eles que fizeram tudo isso meu amor, são nossos chefes, os Tomlinson e Louis é o filho deles. — As lágrimas escorriam pelo meu rosto e eu sentia que estava a ponto de cair no chão a qualquer momento, desde aquele momento eu passe a amar a família Tomlinson com todas as minhas forças, corri para abraçar as outras duas pessoas que mais tarde descobri serem Jay e Mark, dois anjos da guarda na minha vida.

Comemoramos muito naquele dia, era sem dúvidas, o melhor dia da minha vida, todos estavam felizes e, mesmo que muito desajeitados, Jay e Mark dançaram com meus pais enquanto eu brincava com aquele que mais tarde seria meu melhor amigo, Louis Tomlinson.

וווו×

Querendo ou não, crescemos juntos, Louis estudava em uma escola pública, seus pais não viam sentido em gastar dinheiro com escolas, mesmo que a qualidade do ensino não fosse a mesma, ele teria como pesquisar e se aprofundar mais nos estudos através de livros e da internet.

Papai me levava sempre para brincar com ele enquanto trabalhava, até eu completar dezesseis anos, quando passei a trabalhar para os Tomlinson, ajudava Louis em algumas matérias escolares, ajudava meu pai a deixar flores lindas e limpava a piscina, recebia muito bem para fazer aquilo, nunca me senti inferior.

Observei enquanto eu crescia e ficava bastante alto, enquanto Louis parou em certa altura, mas desenvolveu seu corpo super bem. Eram as vantagens de uma academia em casa, ele malhava junto com seu pai toda vez que o mesmo voltava da ZSE, era um programa só deles.

Vi meus pensamentos serem tomados por ele e por seu corpo nos últimos dois anos, mas nunca contei para ninguém, talvez por medo da reação dele caso descobrisse. Sabia que algumas pessoas sabiam, Niall era uma delas, mas ele também nunca tocou no assunto.

Algumas folhas estavam na piscina naquele dia, eu estava as retirando enquanto Lottie, a irmã menor de Louis, corria pelo pátio, seu sorriso cativava qualquer um, comigo não era diferente. Ele havia corrido para o quarto logo após a escola com a desculpa de que não estava bem, eu nunca teria imaginado o que estava por vir naquele dia.

Havia guardado todos os instrumentos utilizados na limpeza, mangueira, aspirador e rede, troquei as roupas e fui até seu quarto perguntar se ele estava bem e se precisava de ajuda com a lição de casa, era uma desculpa para vê-lo.

Bati na porta e ele mandou eu entrar, arregalei os olhos com o que podia estar acontecendo, na sua mão haviam rosas vermelhas e brancas, eu as reconheceria em qualquer lugar. — Seu pai disse que você ama elas. — Ele sorriu e me entregou o buquê, sorri de volta e agradeci.

— Nossos pais concordaram, de certa forma eles já sabiam. Certa vez você me disse que gostava de cuidar de flores porquê com flores lindas a vida era linda, eu percebi que, para mim, não eram as flores lindas que tornavam a vida linda. É você sempre aqui que a torna linda, as flores vieram com você. Entendo se você não compartilhar do mesmo sentimento, entendo mesmo, mas eu não podia mais lutar contra ele. Eu te amo, Harry. Te amo como você ama as rosas, te amo como Lottie ama correr e te amo como nossos pais se amam, você quer namorar comigo? — Novamente ele havia me feito chorar, era natural ele ser tão gentil com palavras e isso me transformava em uma manteiga derretida por dentro, aceitei apenas com um aceno de cabeça, vi seu olhar ficar triste por achar que poderia ser um não, confirmei que era um sim quando o puxei para o nosso primeiro beijo de muitos, o beijo mais doce e feliz da minha vida.

— Eu te amo — disse para ele —, para sempre e sempre, daqui até o infinito, amor para a vida toda.

— Amor para a vida toda — ele repetiu, não imaginávamos que a vida toda pudesse ser tão pouco tempo.


oi,
espero que tenham gostado do prólogo dessa história que significa muito para mim.
votem e comentem, digam o que acharam.
meu twitter é heslwthead.
Love, Ádrian.

Runaway With Me {l.s.}Où les histoires vivent. Découvrez maintenant