Capítulo 6 - ANDRÔMEDA.

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Rolou de um lado para o outro da cama, tentando dormir, seus pensamentos a perturbavam. O maldito vídeo continuava no celular, ela queria apagar para não sentir raiva. Mas fazia parte da segunda etapa do plano maléfico, sabia que era errado o que estava fazendo, mas eles realmente mereciam uma lição, para perceberem que o mundo não gira em torno deles. Admirava o espelho, tentou imaginar como funcionava, só sabia que era algo magico, como uma coisa assim poderia existir?

Antes que se percebe, penteava seus longos cabelos dourados em frente ao espelho, seu quarto estava diferente, mas ela não sabia o que era. A noite estava fria, mas algo dizia que era uma noite quente de primavera, a iluminação era pouca, parecia está sendo iluminada por castiçais ou vela, não conseguiu distinguir. Sentiu que estava em transe, mas conseguia mexer seu corpo. Observando o espelho percebeu que estava novo e esbelto, não tinha o nome Imperatriz Andrômeda na parte superior, nem arranhões. Quando focou em seu reflexo, assustou-se, percebendo que era outra pessoa repetido seus mesmos movimentos enquanto penteava o cabelo. Uma garota de longos cabelos cacheados escuros como a noite, uma pele branca e macia como seda escartat, com lindos lábios finos e rosados, tão bonita quanto Kathelly. A garota usava um volumoso vestido, com espartilho que destacava sua cintura fina, sentada continuava a imitar os movimentos de Kathelly, que reparou atrás da garota uma porta e ao lado um grande relógio de Pêndulo rustico feito de madeiras com verniz escuro, na frente escrito século V. Kathelly ficou estupefata com a beleza da garota, mesmo usando um simples vestido, e sem maquiagem era de impressionar até mesmo a uma mulher, impossível não invejar tal beleza. Ouviu passadas se aproximando.

— Andrômeda — Disse uma voz totalmente desconhecida.

— Mãe — falou Kathelly. Tinha certeza que não era sua mãe, a voz era de uma garota jovem.

Quando a porta atrás da garota no espelho abriu-se, foi quando ela percebeu de onde vinha à voz. Surgiu uma garota de uns dezesseis anos de idade, de cabelos vermelhos, olhos azuis e sardinhas nas bochechas. Usava vestido de nobreza uma malha fina e cara para época, um vestido rodado de cor rosa e branco, com detalhes bordados em fios de ouro. Revelando se uma pessoa de estrema importância social, disse:

— Andrômeda, vamos nós atrasar.

— Calma princesa, eu estou terminado de pentear meu cabelo. — Disse a garota do espelho, que não mais imitava Kathelly.

— Por que não está usando o vestido que te dei? Não dá para você ir à festa usando esses trapos de escrava — Disse a princesa revoltada.

— Princesa, sua mãe o tomou de mim, você a conhece e sabe o que ela pensa sobre escravos. — Andrômeda falou com temor de alguém escutar, certamente a queimariam a língua.

— MÃEEE!! — A nobreza sumiu no palácio gritando e procurando sua mãe, ficou brava com atitude dela. Minutos depois ela volta com outro vestido, tão lindo quanto o primeiro que tinha presenteado Andrômeda.

— Nossa que lindo! — Suspirou Andrômeda nunca tinha usado uma peça assim antes. — E o outro vestido Princesa?

— Milha mãe queimou. Desculpe-me. Já te disse quando não tiver ninguém por perto pode me chamar pelo meu nome. Somos amigas há tanto tempo.

Kathelly assistia tudo através do espelho, não sentiu medo, ainda estava boquiaberta. A princesa era uma menina magricela e muito bonita, porém perto de Andrômeda sua beleza era ofuscada e comum, chegava a até a ser insignificante. O que era ruim para Andrômeda por se uma escrava. Com súbito frio na barriga como se caísse de um despenhadeiro Kathelly sente uma dor fonte em suas costas e nuca. E acorda com um gemido de dor ao cair da sua cama despertando do sonho avassalador. Levantou-se do tapete olhando o espelho com espanto, de quem estava no seu devido lugar normalmente. Era muito cedo para ir trabalhar, quando teve a genial ideia, de ir ver Z. Não aguentava mais guarda um segredo só para si mesmo, precisava desabafar com alguém, antes de enfrentar o gerente mirim. Teve medo de usar o espelho, não sabia se foi um sonho ou uma visão. E se o espelho fosse um tipo de portal do tempo, e a levasse para o passado ou futuro, não sabia, não quis arriscar.

ESTRANHO MUNDO DE KATHELLY ANDRÔMEDA (CONCLUÍDA)Where stories live. Discover now