💙 CAPÍTULO 6 (Nando)

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Eu passei a noite procurando a Natalie e tentando fazer que algum daqueles vapores pelo menos me dessem um informação de onde a Morena estava, passei horas e horas procurando, me sentei em calçadas, jurei que ela me pagava e quando tava voltando pra casa e já estava amanhecendo ouvi gemidos em um beco e fui andando. Natalie morava em uma casa de esquina a um beco, ela teve sorte de eu ter ouvido os gemidos, tinha sangue em vários cantos, eu via minha irmã chorar de dor e pedir pra não deixar ela morrer, eu peguei ela no braço e desci o morro com ela nos braços em busca de um táxi ou ao menos ir ao médico. Liguei pra minha mãe e ela nos encontrou no caminho com um táxi, coloquei ela dentro e toquei pra o hospital, minha mãe apenas entrou e eu fiquei sentado nas cadeiras da recepção, o dia não tinha sido pra mim.

Antônia: Meu filho, vai pra casa!

Nando: Não mãe, só saio daqui quando eu vi ela bem.

Antônia: Você viu que o médico falou que não foi nada grave! Vai, qualquer notícia eu te ligo.

Nando: Só você mãe! Eu vou, mas so pra tomar banho e ter uns acertos de contas.

Antônia: Você não vai atrás da Pimentinha!

Nando: Você viu como ela deixou a minha irmã?

Antônia: Ela provocou! Quando a Morena manda, o território é dela.

Nando: Tá defendendo ela!

Antônia: Tô sendo justa! Não foi coisa que se faça, mas ela pediu. Agora vai!

Nando: Eu vou! Mas ela vai pagar, ah se vai!

Eu saí do hospital pensando em várias coisas ao mesmo tempo, o por que daquela raiva toda, o que tinha transformado ela em um monstro e várias outras coisas, quando eu cheguei em casa estava tudo vazio.

Nando: Hilary?

Andei pela casa e subi pra os quartos, abri a porta do quarto da pequena e não encontrei ela.

Nando: Hilary? O irmão chegou!

Procurei a minha irmã mais nova pela casa toda e não achei ela, a Morena teve a ousadia de levar a minha irmã? Ah não!
Tomei um banho rápido, coloquei uma calça preta e peguei uma camisa, coloquei no ombro, procurei as chaves do carro e entrei no mesmo, sai procurando pelo morro a Hilary é nada de achar. Então, resolvi ir atrás no apartamento dela e quando cheguei de primeira fui barrado na entrada.

Nando: A minha irmã tá lá em cima com uma psicopata!

Porteiro: Não pode subir!

Nando: Eu só saio daqui quando você me deixar passar!

Porteiro: Vou ter que chamar a polícia?

Morena: Deixa ele entrar!

Porteiro: Mas...

Morena: Pode deixar!

Vejo aquela mulher mais linda que nunca, com o cabelo preso em um rabo de cavalo, calça preta, camisa de manga e um salto que deixa ela mais alta e mais bonita que ela já era, mas aquele sentimento ficou pra trás quando a raiva tomou conta de mim e eu fui entrando no condomínio seguindo ela, corri pra acompanha-la e a puxei pelo braço forte.

Nando: Você tem noção do que você fez?

Morena: Eu não descarreguei uma arma hoje, mas ainda dá tempo! Eu abri o portão apenas pra você pegar a Hilary e virar pó. Então, não mexa comigo!

Sinto a arma dela na minha barriga e a solto de uma vez deixando ela continuar andando.

Morena

Eu tava saindo da comunidade quando a Hilary me ligou pedindo pra pegar ela pois ela tava sozinha que a mãe tinha deixado, sai voando com o carro e a peguei, levei ela pra minha casa, dei banho, coloquei um pijama e coloquei ela na cama, voltei pra sala e peguei um copo colocando whisky, ouvi ela descendo as escadas.

Hilary: Irmã?

Morena: Oii minha princesa?

Hilary: Você tá bebendo?

Morena: Não, meu amor! Achei que cê tava dormindo.

Hilary: Me conta uma história?

Morena: Claro que sim, sobe que eu tô indo!

Olho ela subir as escadas e tomo o resto do whisky em um gole so, subo as escadas e entro no quarto, tiro o sapato e deito na cama com ela cantando pra ela dormir alisando o cabelo dela, o que eu nunca tinha feito e era mágico ter uma criança dentro de casa, apesar que o meu currículo com a polícia não permitisse trazer a Hilary pra morar comigo. Quando ela dormiu, ouvi o interfone tocar e desci rápido, o porteiro anunciou a chegada do Nando e mandei não deixar, coloquei o sapato e fui até a portaria, fiz com que me acompanhasse até dentro de casa.

Morena: A Hilary ta dormindo.

Nando: Como conseguiu?

Morena: O que?!

Nando: Essa Casona, condomínio de luxo, carrão, respeito! Conte seu segredo a mim, Morena!

Morena: É sério? Não te devo porra de satisfação nenhuma. A Hilary está bem, quando ela acordar eu levo pra casa! Agora, vira pó vai!

Nando: Quem você acha que engana?

Morena: Olha, eu não sou do seu tipo. Sua irmã não te deu o recado? Não se mete no meu caralho do meu caminho, Fernando! Eu não tenho pena e nem um pingo dó de você e nem de descarregar minha arma na sua cabeça, então. Não se mete no meu caminho!

Sinto ele andar até mim e me beijar, retribuo na hora e depois empurro ele com força fazendo ele cair no sofá. Olho a cara dele sarcástico rindo

Nando: Confessa, Pimenta! Você amou e tava louca pra me beijar, até retribuiu.

Morena: Você só pode estar doido, só pode! Nando, coloca uma coisa na sua cabeça. Sabe o dia da porra daquela traição? Eu casei de novo, eu refiz a minha vida, eu encontrei um cara que beijava melhor que você, fazia na cama melhor que você, me fazia uma mulher de verdade, me amava por inteira, me colocava no altar! E você? Você me levou pra cama, me iludiu, me fez sentir um lixo e me traiu! Sabe o que eu sinto por você? Nojo! Eu tenho nojo de qualquer lembrança, quando coisa, qualquer pessoa que esteja relacionado ao nosso relacionamento! Sai da minha casa AGORA!

Olho a cara dele de cachorro molhado e ele levanta do sofá vendo o sorriso dele se apagar do rosto e sair pela porta de cabeça baixa, respiro e me sento no sofá abraçada no travesseiro, desce uma lágrima.

Hilary: Tá tudo bem irmã?

Morena: Ta sim! Sobe, fecha os olhos e dorme!

Sinto o beijo dela no meu rosto e ouço os passos na escada.

Nando

O que a Morena disse me deixou arrasado, eu saí do condomínio triste, entrei no carro, coloquei uma música e comecei a chorar, a quem eu tava tentando enganar? Ainda tinha um pingo de sentimento por aquela mulher, mas estava se transformando em vingança, agora mais que nunca eu ia tirar o reinado dela, ela ia vir rastejando pra mim e eu ia dar o mesmo troco, eu ia chuta-la! Quando cheguei em casa fiquei um tempo sentado no sofá e foi quando senti uma lágrima descer do meu rosto, limpei e quando subi pra o quarto, pra minha surpresa...

A dona do morro (CONCLUÍDO) Where stories live. Discover now