Capítulo 45

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Morena

Eu literalmente tinha dormido de cansaço e quando acordei o Nando tava cochilando sentado.

Morena: Vai pra casa! -sorri leve pra ele e ele abriu os olhos assustados.

Nando: Só vou sair daqui quando você e nosso filho tiver alta.

Morena: A enfermeira não veio ainda?

Nando: Ela veio muitas vezes, principalmente na hora das suas refeições!

Morena: Eu tô dormindo a quanto tempo?

Nando: 2 dias! -olhei pra ele assustada e ele riu.

Morena: Cê tá brincando? Eu não comi?

Nando: Não!

Morena: E o Bernardo?

Nando: Ele é grande e lindo, é sua cara! Tem um cabelo pretinho igual da mãe. -sorri toda boba

Morena: Quando vão trazer ele?

Nando: Ele não pode sair, ele tem falta de ar e até se recuperar... Vai ter que ficar na incubadora tomando oxigênio.

Morena: Eu não fui forte o suficiente. -choro e coloco as mãos no rosto

Nando: Ei, meu amor! -ele veio até mim e me abraçou.- A culpa é toda minha, eu fiz a burrada! Eu errei com você desde o início da gravidez e acabei não acompanhando nenhum mês se quer, os chutes e pra completar quase forcei o parto. Eu me odeio por isso!

Morena: Xii! Não vamos conversar sobre isso agora tá? -beijei o rosto dele e logo a enfermeira entrou.

Enfermeira: Havena?

Morena: Sim?

Enfermeira: Você já pode amamentar seu filho! -sorri de um canto a outro.

Morena: Vamos!

Levantei e senti dores.

Enfermeira: Não é assim, a gente vai trazer ele! Você não pode se levantar e vai precisar de bastante tempo pra se recuperar, sabia? Você fez uma cesária!

Morena: Eu só quero ver meu menino!

Enfermeira: O pai vai me ajudar a trazer, tudo bem?

Morena: Tudo bem!

Nando saiu e quando ele saiu ficou bastante tempo fora com a enfermeira, quando voltou, ela tinha ele nos braços e o Nando segurava acho que o soro.

A enfermeira me deu ele e ele era tão molinho, logo sorriu mesmo de olhos fechados e alisei o rosto dele sorrindo.

Morena: Meu Bernardo! Bem-vindo ao mundo meu filho. -uma lágrima logo rolou do meu olho ate meu rosto, limpei logo.- Eu sou a mamãe e você tem a vovó que deve tá vindo te ver, a irmãzinha Hilary, a tia Day e a tia Pietra. Ah, tem o tio Derek também e o vovô!

Nando me olhava na porta do quarto e olhei pra ele, não demostrava nenhuma emoção e nem muito menos sorria.

Morena: Você segurou ele?

Nando: Não quero!

Morena; Não quer ou vestiu a armadura e tem medo? -tirei meu peito da roupa de hospital e coloquei devagar na boca dele. - Quer pegar ele?

Nando: Ele tá comendo e eu já disse que não!

Morena: Pra que isso? Por que você muda do nada comigo? Por que você mente? Por que você nega seus sentimentos? E quando fala a verdade... Mente novamente?

Nando: Culpa! Eu mereço o ódio que você sente por mim e o rancor. Eu mereço a sua vontade de me matar que você tem por dentro e de nunca ter te conhecido e acredite, se eu pudesse só pra não te ver sofrer eu pagaria o quanto fosse necessário pra te fazer esquecer de mim sabe? Nada daquilo foi mentira, nada do que vivemos foi teatro ou os sentimentos. Você sabe, você me conhece, você me teve como nenhuma mulher jamais teve o prazer de ver. Eu não consigo mais negar o que eu sinto por voce, sabe? E eu percebi que perdi mais um momento da vida dos meus filhos! Acho melhor isso continuar assim, ter um pai traficante procurado não vai dar futuro a eles. Eles teriam orgulho de um pai advogado! -ele deu as costas e quando ia sair...

Morena: Sabe, você tem razão! Eu sei muito bem que tava mentindo e que nada daquilo era uma mentira, era tudo real. Os jantares em família, os filmes aos domingos, os ciúmes e principalmente o desejo de família! Eu me senti tão mulher com você, tudo isso me ensinou a me tornar quem eu sou hoje. Eu amo meus filhos, Nando. Quando a Hilary nasceu eu não conseguia se quer olhar pra ela, eu não amamentava a minha filha sabe? -comecei a chorar- e tudo que você tinha feito comigo se tornou em nojo por ela, por que eu ainda morria de amores por você e achava que se você voltasse íamos ter uma família. Que bom que não voltou! Por que eu não iria conseguir amar de verdade a Hilary. Eu errei? Bastante! Você também. Mas pra que negar o seu filho? Eu aprendi com a vida que tem momentos que podem ate se repetir, mas vão levar um tempo. Mas e se não se repetir? Vai ficar com a consciência pesada. Eu te amo, nada vai mudar isso meu amor. Pra mim não é vergonha ter arrumado um pai traficante pra ser pai dos meus filhos, ele nunca matou e nem roubou. Ele é um pai de verdade, apesar de nunca ter demonstrado ser um homem de verdade! Quer segurar nosso filho?

Ele se virou pra mim e veio ainda sim sem expressão pra perto de mim, ele iria me bater ali mesmo.

Mas apenas se abaixou e olhou pra mim.

Nando: Eu prometo não errar mais com você, Morena! Você é a mulher da minha vida. -ele selou minha boca e eu apenas sorri pra ele, com cuidado coloquei o Bernardo no colo dele e finalmente vi os seus olhos cheios de lágrimas.- Ele é muito pequenino né, amor?

Morena: Sim! É muito pequenino. -sorri vendo eles dois.  

A dona do morro (CONCLUÍDO) Onde histórias criam vida. Descubra agora