Babá? - Cap. 47

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Morena

Ouvi o barulho da porta e logo barulho de conversas, conhecia aquela voz meiga e doce da minha filha junto com a do pai.

Depois do episódio pela manhã apenas voltei pra casa com o Bernardo e o Fernando continuou fazendo algumas coisas na boca. Eu vim pra casa e ele ficou de pegar a Hilary na escola já que era tinha contra turno.

Hilary: Mamaaae! – gritou em uma felicidade que fez com o que o Bernardo se assustasse e me agarrou

Morena: Filha, você não pode mais gritar assim, sabia? Seu irmão é pequeno e se assusta fácil. –beijo a bochecha dela e sorrio vendo aqueles cabelinhos loiros– Tava com saudades sabia?

Hilary: Eu também! Desculpa! — Ela passa a mão no Bernardo que neste momento está de olhos bem aberto mamando. Ele olha pra ela e chora bastante — Mamãe, ele é bonitinho, fofinho e tudo. Mas, já pode devolver ele!

Eu e o Fernando caímos na gargalhada.

Morena: Não da pra devolver ele, meu amor! Ele agora é seu irmãozinho.

Nando: É, cê tem que gostar dele e cuidar Também!

Hilary: Mas ele nem gosta de mim.

Nando: Gosta sim, filha. Mas ele é muito pequenino e só quer saber da mamãe.

Morena: Vai tomar seu banho, filha! A Maria vai colocar o jantar na mesa.

Nando: Eu vou com você filha! — Ele vem até mim e me dá um selinho — Já venho!! —sorrio como resposta e ele sai com ela conversando.

(...)

Os meses passaram voando, o Bernardo já tinha 3 meses e a Hilary era cada vez mais apegada a ele.

Como o Bernardo ainda estava pequeno demais quando resolvi assumir o morro novamente, então, deixamos só para os mais íntimos. Eu não tinha tempo pra o Bernardo, ele era esperto, sorridente e lembra da parte que ele era minha cara?

Engano da burra.

Bernardo é a cara do pai, branquinho e dos cabelos ralinhos loirinhos igualzinho o do Fernando. Era um anjo de bebê que fazia qualquer um se apaixonar.

Ia dar um trabalho...

Nando: Bom dia, minha deusa! — Me beijou rápido enquanto eu ainda permanecia de olhos fechados.

Morena: Bom dia meu amor! Que horas são? — Me aninhei no peitoral dele ainda de olhos fechados e senti o cheiro dele.

Nando: 07:05! — Sinto um beijo dele no meu cabelo e abro os olhos.

Morena: O Bernardo já deve ter chorado horrores né?

Nando: Pior que não... Tô achando até estranho!

Morena: Eu vou lá ver. — levanto enrolando meu corpo no lençol que nos cobria e paro no meio do quarto, olho pra ele — Melhor arrumar algo pra cobrir isso! — Coloco a mão nos olhos em sinal de vergonha.

Nando: Até parece que não viu milhares de vezes! —Ele gargalhou malicioso.

Peguei a camisa dele no closet e vesti, sai do quarto rindo enquanto ele assobiava "fiu-fiu" e fui até o quarto do Bernardo.

Tínhamos decorado tudo ao gosto de Fernando, as paredes eram brancas com listras azul bebê, tinha uma estante de vidro cheia de brinquedos e ursinhos da mesma marca, da mesma forma mas de cores diferentes. Em um canto do quarto tinha tatame montado, o tapete de veludo era azul escuro e era tão macio que podia dormir ali pois era mais confortável que a minha cama.

Me deparei com a Hilary em cima de uma escadinha que tínhamos colocado para ela na ponta do berço do Bernardo e ele deitado. Ela cantava pra ele com uma vez divina que ela tinha que encantava qualquer um, ela o olhava toda abobalhada e eu os olhei mais ainda.

Bernardo ria da irmã mostrando os dentes, que por acaso, não tinha! Fiquei parada exatamente na porta do quarto os olhando e senti aquelas mãos pegando minha cintura que eu amava, aquele cheiro, aquele homem. Ele me abraçou colocando a cabeça no meu pescoço sentindo meu cheiro que já nem era mais meu, nossos perfumes tinham se misturado durante a longa noite que tivemos.

Depois de longos segundos, Fernando percebeu o que eu estava fazendo ali e então, passou a admirar também o que tinha conquistado meu coraçãozinho. Aquela cena me fez não me arrepender nenhum instante de tudo que eu passei, eu tinha certeza que tinha feito a escolha certa. Afinal, não há glória sem dor. Confesso que doeu bastante várias vezes e achei que não seria possível recuperar tudo o que eu passei, desde que minha mãe me deixou até o momento que o Nando me violentou.

Nando: Eles são lindos né?

Morena: São tudo que a gente precisa pra nossa felicidade!

Nando: É eu sei! Obrigado, meu amor! —Ele beijou meu pescoço delicadamente me fazendo fechar os olhos arrepiada.— Eu não sei o que seria de mim sem essa parte toda que você me deu!

Morena: Eu te amo, eu sou muito feliz com você e com nossa família. —viro pra ele e sorrio— Te amo, te amo, te amo! —encho o rosto dele de beijinhos.

Hilary: Xiiiiu! Não façam barulho... —olhei pra o Fernando e ele olhou pra mim onde gargalhamos.

Morena: Vai tomar cafe, filha! Vai perder a hora do passeio da escola. — vou andando até eles e sou recebida com um sorriso daquela boquinha sem dentinho mais linda! — Assim a mamãe não aguenta meu pedacinho de céu!

Fernando levou a Hilary pra tomar café e eu logo peguei o Bernardo no colo, levei ele pra o banheiro, coloquei no trocador e tirei a fralda que tava feita xixi. Liguei a água da banheira e olhei a temperatura. Dei banho no Bernardo e troquei ele colocando um body branco com detalhes azuis.

Fui descendo as escadas e já vi o tamanho do problema. Fernando, Hilary e a Maria tavam correndo atrás do Bonitão.

Bonitão é um cachorro poodle que a Hilary ganhou da mamãe Maryse, me perguntei várias vezes o que eu fiz da minha vida.

A cozinha, o meu sofá lindíssimo que tinha custado caro branco, as paredes e inclusive a mesa estava uma porcaria só, as patas do Bonitão sujava todo o carpete da sala.

Respirei fundo.

Morena: Cheeega! — Gritei e o Bernardo se assustou assim como todos os outros que pararam na minha frente até mesmo a Bonitão. — Eu tenho que cuidar de reuniões, da boca, do Bernardo e ainda do cachorro? Mantenham o cachorro preso! Pelo menos isso pra não haver problemas.

Saio andando com o Bernardo e pego minha bolsa na sala, pego a bolsa dele e saio descendo o morro até a casa da mamãe Antônia.

(...)

Passei o dia resolvendo os problemas da boca, tinha coisas atrasadas como contas e outras coisas como armamentos que não tinha chegado e drogas que não foram pagas.

Day: Nenaaaa! — Ela grita entrando na sala e sentando na cadeira na minha frente.

Morena: Tem porta sabia? — Continuo minha atenção nos papéis que estou olhando.

Day: Ignorante, brigou com o macho?

Morena: Não é da sua conta! — continuo olhando os papéis sem olhar pra ela.

Day: Morena? Sou eu, sua melhor amiga sabia? O que tá acontecendo? —ela fala seria.

Morena: Eu tô enlouquecendo completamente! É filho pequeno, filha crescendo, marido infantil, a Maria não dá conta e agora um cachorro! — Falo irritada.

Day: Ohh, amiga! Vida de casada. — Ela fala seria e depois rir me fazendo rir.

Morena: O que eu faço?

Day: Arruma uma babá pra cuidar do Bernardo!

Morena: Babá? —Faço cara de negação

Day: Sim, Nena! Você ta distante e vai ver nem seu marido você tem tempo, a babá só vai ficar pela noite enquanto você arruma as coisas!

Morena: É... Você pode ter razão!

A dona do morro (CONCLUÍDO) Where stories live. Discover now